quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O melhor contributo dos "ricos" para o bem comum não reside em aumentarem os seus impostos






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Depois de Warren Buffet, foi a vez de Liliane Bettencourt apelar a impostos mais elevados sobre os super-ricos, isto é, sobre si própria. A generosidade dos super-ricos surpreendeu num primeiro momento os partidários da luta de classes. Em seguida, lançaram-se numa nova campanha para aumentar os impostos.

Com o devido respeito pela decisão de cada um sobre o que fazer com o que lhe pertence, devo discordar do clima geral da discussão. Não são os impostos a fonte primordial de melhoria da condição de vida do maior número. A riqueza da Europa e do Ocidente - que ainda hoje merece admiração no resto do mundo - não foi produto da redistribuição da riqueza dos ricos para os pobres através dos impostos. Foi produto da criação de riqueza num ambiente de liberdade económica, em regra associada a impostos baixos, justiça célere, e, sobretudo, à ausência de barreiras à entrada de novos competidores.

Esta verdade elementar foi precocemente observada por Adam Smith, já em 1776. E foi mais facilmente corroborada depois disso. Até meados do século XVIII, todos os países eram basicamente pobres, comparativamente à exuberante descolagem económica europeia desde então. Essa descolagem económica, que elevou exponencialmente o nível de vida dos europeus ao longo do século XIX, não podia ter sido obtida pela redistribuição dos ricos para os pobres. Os ricos do início do século simplesmente não sonhavam que pudesse existir a riqueza com que o século terminou. Essa riqueza não existia previamente: ela simplesmente foi gerada, criada, inventada.

Joseph Schumpeter explicou em 1942 (Capitalismo, Socialismo e Democracia) o mecanismo que presidiu a essa extraordinária elevação do nível de vida das pessoas e do número de pessoas (no século XIX, a população europeia cresceu de 150 para 400 milhões). Chamou-lhe "destruição criadora", designando dessa forma o processo de permanente inovação que gera permanentemente novos produtos a custos mais baixos, incluindo velhos produtos também a custos mais baixos.

É isso que constituiu no Ocidente o grande "elevador social", através do qual gerações sucessivas de pessoas comuns têm acesso a bens e produtos que as gerações anteriores não sonhavam obter. Disse Schumpeter: "A rainha Isabel I tinha meias de seda. A proeza do capitalismo não consiste tipicamente em fornecer mais meias de seda às rainhas, mas em colocá-las ao alcance das raparigas das fábricas em troca de quantidades de esforço decrescentes".

Por outras palavras, quando a destruição criadora faz baixar os custos de bens e serviços, ela faz baixar o número de horas de trabalho necessárias para os adquirir. Esta é a chave da democratização do consumo - bem patente, neste final de Agosto, na massificação do turismo.

Por este motivo, o melhor contributo dos "ricos" para o bem comum não reside em aumentarem os seus impostos. Essa é uma contribuição apenas auxiliar, que deve visar a criação de uma rede de segurança pública, abaixo da qual ninguém deve recear cair. (Mas mesmo esse destino dos impostos será incerto, se eles não forem aplicados em regime de concorrência). O melhor contributo dos "ricos" consiste por isso em continuarem a produzir bens e serviços (que sejam voluntariamente escolhidos por consumidores), em concorrência aberta e leal com outros, actuais ou potenciais, produtores.

Por outras palavras, a melhor contribuição para o bem comum reside na liberdade de escolha. A melhor garantia de que um bem ou serviço está a ser produzido da forma mais acessível ao maior número de pessoas consiste na garantia de que esse bem ou serviço não está artificialmente protegido da concorrência e que é voluntariamente escolhido pelos que o consomem.

Esta foi a chave do incrível sucesso da Europa e do Ocidente nos últimos três séculos - uma evidência que nós esquecemos, mas que a China e a Índia compreendem muito bem. Porque a esquecemos, temos hoje dívidas públicas colossais, impostos colossais, despesas públicas colossais, crescimento económico ridículo e desemprego crescente. Entretanto, vamos alegremente discutindo como aumentar ainda mais os impostos - com vista a manter níveis de despesa pública insustentáveis.

João Carlos Espada
Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa.
Público 29/8/2011

As Câmaras Municipais

Reforma local. Governo quer câmaras geridas por um só partido

Câmaras vão perder competências, mas ficam a salvo da extinção pedida pela troika. Governo negoceia com PS executivos monocolores

O governo quer que as câmaras sejam geridas por um só partido e vai negociar com o PS alterações à lei eleitoral autárquica a tempo das próximas eleições, em 2013. Este é apenas um dos quatro eixos da reforma administrativa (ver caixa) que o ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, vai apresentar esta tarde na universidade de Verão do PSD.

Relvas quer mexer nas autarquias tanto ao nível externo como interno. No primeiro eixo, segundo apurou o i, o ministro propõe ainda reduzir o número de vereadores. Ou seja, as câmaras vão passar a ser geridas por um só partido, como acontece a nível nacional, mas com menos gente. A proposta tem de ser negociada com o PS (ver P&R).

Neste eixo, o governo quer ainda um reforço dos poderes de fiscalização das assembleias municipais, que actualmente têm um papel reduzido.

Além disso, Relvas quer alterar o modelo de gestão das câmaras e por isso vai apresentar mexidas nas competências a transferir para as autarquias. O objectivo, sabe o i, é reforçar os poderes das comunidades intermunicipais e das áreas metropolitanas ao passar algumas competências - ao nível da educação, da saúde, da gestão de resíduos, da construção e da gestão de equipamento - para estas entidades. Algumas das actuais associações intermunicipais já têm a seu cargo a gestão do lixo e de águas em alta (infra-estruturas que transportam água das barragens para os concelhos) e agora o governo de Passos Coelho quer expandir a experiência para outras áreas. A regionalização está fora desta reforma administrativa, mas o governo quer que alguns assuntos sejam geridos numa escala maior que as câmaras, para poupar nos recursos.

Neste segundo eixo, o governo prepara-se ainda para mexer nas finanças locais. Para o financiamento das câmaras, o governo quer que estas fiquem, à partida, com parte das receitas fiscais de IVA, IRS e IRC cobradas no seu território. Depois disto, o governo pressupõe a criação do fundo de coesão nacional para que as mais pequenas não fiquem prejudicadas.

Apesar de mexer na vida interna das câmaras, estas foram poupadas a uma reorganização de fundo. O Memorando da troika exigia uma redução do número de freguesias e de câmaras, mas o executivo vai apenas mexer no nível mais pequeno do sector local.

No terceiro eixo, que diz respeito à reorganização do território, a reforma fica-se por uma aglomeração de freguesias. Actualmente existem 4259, mas o governo espera reduzir cerca de mil este número, para que estas cresçam em número de habitantes e área.

Na argumentação do governo pode pesar Portugal ter menos autarquias que outros países europeus como a Itália, a Grécia ou mesmo França e a Alemanha. Ao i, o secretário de Estado da Administração Local, Paulo Júlio, dizia a semana passada que "o grande problema da sustentabilidade financeira dos municípios não é o elevado número de municípios, mas sim o seu modelo de gestão".

Por fim, o governo vai incluir na reforma administrativa a reforma das empresas municipais, no quarto eixo. A semana passada, o Conselho de Ministros aprovou o novo modelo jurídico do sector empresarial local. O executivo suspendeu a criação de novas empresas municipais e intermunicipais e aumentou a fiscalização no sector. Da reforma do sector empresarial local vai resultar a extinção de cerca de 150 empresas.

por Liliana Valente,
Publicado no "i" a 31 de Agosto de 2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Portugal vai evitar incumprimento

Fitch decide rating no final do ano e acredita que Portugal vai evitar incumprimento

A Fitch irá tomar uma decisão sobre o ''rating'' de Portugal no último trimestre do ano, que mantém sob revisão para possível corte, mantendo a confiança de que Portugal "deve conseguir evitar" o incumprimento ou reestruturação da sua dívida.

De acordo com uma apresentação hoje divulgada pela agência de notação financeira, a decisão sobre o ''rating'' de Portugal será tomada com base nos riscos que permanecem sobre a implementação do programa de assistência financeira, as perspetivas de crescimento da economia no curto e longo prazo, assim como a sustentabilidade da dívida pública e da dívida externa do país.

A agência aponta a queda da conjuntura macroeconómica como uma das suas principais preocupações, lembrando o elevado desequilíbrio das contas públicas e da sua dívida externa, apontando que a sua estimativa para a recessão económica em Portugal é de cerca de 4 por cento em termos acumulados este ano e no próximo, consistente com as previsões das instituições económicas internacionais.

A Fitch aponta ainda os riscos que o ajustamento trará ao sistema financeiro português (“que empresta a um setor privado dos mais endividados da Europa e que está altamente dependente de financiamento no mercado”), e aponta que será necessária uma recapitalização dos bancos e um aumento do financiamento do BCE.

Apesar destes riscos, a agência de notação – que cortou o ‘rating’ de Portugal em sete níveis no último ano e meio – acredita que Portugal “deve conseguir evitar o incumprimento ou a reestruturação da sua dívida”, mas aponta que, como Portugal começou o seu processo de ajustamento macroeconómico um ano depois da Grécia, a confiança em Portugal provavelmente não será restaurada no curto prazo.

por Agência Lusa,
Publicado no "i" a 30 de Agosto de 2011

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Rebeldes líbios pedem continuidade de apoio da NATO

O Conselho Nacional de Transição (CNT) assume que Muamar Kadhafi ainda é perigoso e continua a ser uma ameaça para o país e para o Mundo. O órgão político dos rebeldes líbios recusa qualquer diálogo com Kadhafi e promete mesmo capturar o coronel. O controlo do aeroporto de Trípoli passou para as mãos dos rebeldes no fim-de-semana e as instalações são patrulhadas para evitar pilhagens.

O líder do CNT apelou à NATO para manter o seu apoio dizendo que, apesar de não ser visto há uma semana, “o desafio” de Kadhafi ainda é considerado “um perigo”.

“O desafio que Kadhafi representa para as forças da coligação constitui sempre um perigo, não apenas para o povo líbio mas para todo o mundo. É por isso que pedimos à coligação para continuar com o seu apoio”, declarou Moustapha Abdeljalil, em Doha, na abertura de um encontro dos chefes de Estado-maior dos países com envolvimento militar na Líbia.

Em Tripoli, o enviado da Antena 1 José Manuel Rosendo testemunhou que o regime não dá ainda tréguas no terreno, apesar do controlo dos rebeldes. O movimento ofereceu a amnistia e prometeu um milhão de euros de recompensa para quem capturar o líder líbio, vivo ou morto.

“Ainda precisamos (da ajuda da coligação) para restabelecer a segurança e eliminar as células adormecidas e os restos do regime de Kadhafi”, acrescentou o “ministro da Defesa” do movimento, Jalal al-Deghili.

No mesmo encontro, o representante da NATO prometeu dar continuidade à missão. “Acreditamos que o regime de Kadhafi está perto do colapso e estamos comprometidos a continuar com a operação até à sua conclusão”, disse o almirante Samuel Locklear, alertando para a perda de capacidade do regime no que respeita à organização de operações.

A intervenção militar na Líbia teve início a 19 de março, na sequência de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU. O fundamento é a proteção de civis face à repressão do regime do líder líbio durante uma revolta iniciada em meados de fevereiro.

http://tv1.rtp.pt/noticias/

O melhor lado da crise



A actualidade comprova que não será fácil repetir a governação do passado, que nos conduziu à actual situação humilhante, de total dependência externa

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Manuela Ferreira Leite perdeu as legislativas, em 2009, depois de uma campanha eleitoral em que ficou célebre uma polémica declaração: "E até não sei se a certa altura não seria bom haver seis meses sem democracia. Mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia."

Para muitos, foi um lapso de comunicação; para outros, a expressão foi uma crítica certeira às pseudo-reformas então em curso na justiça, à custa do ataque gratuito aos juízes.

Dois anos depois do início da crise, e face à necessidade de apressar as verdadeiras reformas, chegou a hora de levantar novamente a questão: será preciso voltar a perguntar se é preciso suspender a democracia para salvar o país?

Mais que a discussão filosófica ou jurídico-constitucional, importa afastar desde já a tentação de invectivar determinadas classes profissionais para alijar o fardo de quem tem de fazer o que tem de ser feito. A situação exige muito mais do que uma crispação artificial e desgastante. E tal só é possível quando a governação é credibilizada por uma sociedade civil participativa e inconformada.

A actualidade comprova que não será fácil repetir a governação do passado que nos conduziu à actual situação humilhante de total dependência externa. Directa ou através de mediação, é patente a crescente atenção e apetência da sociedade pela avaliação, quase em tempo real, de cada decisão governamental. Agora já não será tão fácil autorizar investimentos faraónicos, aumentar salários milionários, renovar frotas automóveis de luxo e até permitir mais despesas em telecomunicações inimagináveis. De igual forma, os servidores da causa pública terão cada vez maior dificuldade em enriquecer ilegal e impunemente durante ou depois do exercício de funções. Por sua vez, atitudes como a do ministro Miguel Relvas, que elogiou o correspondente da RTP em Angola quando lhe são publicamente conhecidos interesses empresariais naquele país africano, dificilmente serão repetidas. Por último, a resistência dos mais ricos a pagar um imposto extraordinário, ainda que simbólico, também não passará em claro.

Com o dinheiro a escassear, está instalada a tolerância zero em relação ao esbanjamento, aos sinais exteriores de riqueza injustificados e à falta de solidariedade. E o voto deixou de ser um cheque em branco ao governo, quiçá constituído por iluminados e bem-intencionados, que até abdicaram de belos ordenados para servirem o país. Aliás, já não bastam cortes mais ou menos cegos e brutais na despesa. Começa a ser evidente alguma impaciência em relação a uma profunda e urgente reestruturação em áreas tão importantes como a educação, a justiça e a saúde, que se espera vir a ser feita sem ser à custa de uma nova tentativa de demonizar professores, advogados, investigadores criminais, magistrados, médicos e enfermeiros.

Há um lado bom em qualquer crise, sobretudo quando nos obriga a aprender com os erros do passado, bem como a assumir que a legitimidade formal de quem nos representa não substitui a necessidade de um escrutínio frontal e constante.

Se todos os sacrifícios exigidos consolidarem esta mudança de mentalidade, então nem tudo está perdido. A consciência da necessidade de participar na agregação de diferentes interesses, num espaço de debate e legalidade, é o primeiro passo para promover novas soluções, evitando o risco de explosões sociais que fermentam, invariavelmente, a partir da passividade e da descrença em relação a quem tem a responsabilidade de governar.

por Rui Costa Pinto,
Publicado no "i" a 27 de Agosto de 2011

"Governo (britânico) cede à pressão e apoia reformas anti-aborto"

O governo britânico cedeu à pressão do lóbi anti-aborto e vai avançar com reformas do actual sistema de apoio às mulheres, retirando aos médicos e às instituições de caridade a responsabilidade exclusiva de prestarem assistência e aconselhamento a quem quer interromper a gravidez.

De acordo com o The Guardian, o Ministério da Defesa confirmou que vai mudar as regras de modo a que as mulheres recebem aconselhamento "independente" sobre os serviços relacionados com a interrupção voluntária da gravidez (IVG). Um anúncio que surge uma semana antes de a câmara dos comuns discutir uma alteração à lei da saúde que propõe um caminho semelhante e que será apresentada por Nadine Dorries, uma deputada do Partido Conservador conhecida pelas suas posições contra a actual lei do aborto.

As instituições de solidariedade social argumentam que acrescentar mais um nível de aconselhamento só vai causar perturbação e reduzir o acesso das mulheres aos serviços de IVG. Além disso, dizem, os seus serviços acompanham as mulheres durante todo o processo e rejeitam as acusações de terem conflitos de interesse ao nível financeiro. Yvette Cooper, membro do governo sombra do Partido Trabalhista, considera que a iniciativa governamental é baseada em preconceitos e não em provas, escreve o jornal.

Dorries, uma antiga enfermeira que já fez campanha para reduzir o período de gravidez em que a interrupção voluntária é legal, acredita que é possível evitar 60 mil dos actuais 200 mil abortos por ano se for oferecido às mulheres aconselhamento independente. E critica o British Pregnancy Advisory Service (serviço britânico de aconselhamento sobre gravidez) e a instituição Marie Stopes.

"O importante é que o governo tenha salientado e concordado que um aconselhamento prestado por organizações que são pagas para conduzir os procedimentos para as IVG não é independente. (...) Isso valida a emenda e o que estamos a fazer", afirmou Dorries ao The Guardian. "O aborto é um processo tão rápido - sete a 14 dias. As mulheres que têm dúvidas vêm-se do outro lado ainda antes de terem hipóteses de reflectirem. A maioria pode pensar que está tudo bem, mas há cada vez mais a pensarem que não era aquilo que queriam. E quanto mais rápido é o processo mais mulheres caem nessa armadilha. Isto é uma questão de direitos das mulheres", afirma a deputada (...).

http://www.dn.pt/

Benin decide abolir a pena de morte


Três meses antes da visita do Papa a este país

PORTO NOVO, domingo, 28 de agosto de 2011 (ZENIT.org) – Mais um país se soma à lista de nações que aboliram a pena de morte: Benin.

No dia 19 de Agosto, o Benin – para onde o Papa viajará de 18 a 20 de novembro para celebrar o 150° aniversário da evangelização do país e entregar a exortação apostólica fruto do Sínodo da África (2009) – aboliu a pena de morte, convertendo-se no 106° país do mundo e o 17° na África a fazê-lo.

Quem divulgou essa notícia com satisfação foi a Comunidade de Sant’Egídio, que no curso dos anos passados acompanhou o amadurecimento desta decisão na opinião pública de Benin, mediante uma campanha de sensibilização e coleta de assinaturas contra a pena de morte.

A vida que a JMJ salvou


Peregrinos irlandeses convencem casal a não abortar

MADRI, sexta-feira, 26 de agosto de 2011 (ZENIT.org) – A 26ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ) conseguiu, entre seus numerosos frutos, salvar uma vida humana, já que uns peregrinos que foram a Madri, para o evento, convenceram um casal a não abortar.

No último dia 19 de agosto, um grupo de jovens pró-vida irlandeses começou a rezar na frente da igreja de São Martinho, onde há uma importante clínica de abortos, segundo informou a ZENIT o Centro Internacional para a Defesa da Vida Humana (CIDEVIDA).

Um casal chegou até o lugar com a intenção de abortar e os jovens foram ao seu encontro, explicando-lhes as razões pelas quais não deveriam fazer isso.

Uma voluntária de CIDEVIDA, organização que tinha uma exposição instalada no claustro dessa igreja madrilena cêntrica, uniu-se ao grupo e colocou o casal em contato com a fundação de apoio, assessoria e ajuda à mulher grávida, Red Madre.

Esta rede se comprometeu a prestar apoio para o nascimento do filho do casal, que consolidou assim sua decisão de não abortar.

Para o secretário de CIDEVIDA, Juan José Panizo, “o presente desta vida é uma alegria para todos”. “Obrigado, Bento XVI, por ter vindo”, expressou, elogiando também a ação dos voluntários da entidade pró-vida e dos peregrinos irlandeses, que, depois desse encontro, voltaram a rezar de joelhos no mesmo lugar.

Um grupo de pessoas preocupadas pelas consequências da nova lei do aborto na Espanha colocou em marcha o CIDEVIDA em 2009, para informar sobre a realidade do aborto e promover alternativas para ajudar as mulheres com problemas diante da gravidez.

Entre outras atividades, a entidade mantém, na Villa de Tordesillas, na província de Valladolid, uma exposição permanente sobre o aborto, um centro de ajuda às mulheres grávidas e de atenção à síndrome pós-aborto, bem como um centro documental.

Madrid, capital mediática mundial durante a JMJ


Segundo um estudo da Universidade de Navarra

PAMPLONA, sexta-feira, 26 de agosto de 2011 (ZENIT.org) – Segundo um estudo elaborado pela Universidade de Navarra, a viagem pastoral de Bento XVI à Espanha gerou 54 mil notícias em todo o mundo, o que provocou que, durante uma semana, todos os olhares estivessem dirigidos a Madrid, graças à realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Dessas notícias, 30 mil foram divulgadas pela mídia espanhola e 12.600 pela imprensa das demais partes da Europa. Da mesma forma, 6.200 notícias procederam da América Latina, 2 mil dos EUA e Canadá, 400 da Oceania e 200 de países da África.

No total, o informe identificou notícias sobre a JMJ em 108 países, algumas de lugares remotos como Fiji (2 artigos) e Serra Leoa (2 artigos), bem como de países com obstáculos para a liberdade religiosa, como Sudão (1 artigo), Arábia Saudita (4 artigos) e Cuba (42 artigos).

O estudo destaca que o acompanhamento da JMJ pelos meios de comunicação foi massivo, em contraste com outros eventos recentes associados a Madrid. Neste sentido, as notícias relacionadas à JMJ tiveram um impacto midiático cinco vezes superior ao último atentado da ETA no Campo de las Naciones e três vezes maior que a não seleção de Madri como organizadora dos Jogos Olímpicos.

Quando se compara a última estadia do Papa na Espanha com outros acontecimentos de caráter religioso, o impacto da JMJ foi 3,3 vezes superior à beatificação de João Paulo II.

JMJ, embaixadora das marcas Madrid e Espanha

Os dados sobre a cobertura midiática do encontro do Papa com os jovens constituem um adiantamento do informe que está sendo elaborado pelo grupo de Medios, Reputación e Intangibles, da Universidade de Navarra, sobre o impacto das JMJ na imagem da marca de Madrid.

Como aponta Francesc Pujol, principal autor do estudo, “A JMJ foi um excelente embaixador da marca Madrid, já que reforçou sua credibilidade para poder albergar outros grandes eventos mundiais no futuro”. Uma recepção que afeta também a projeção internacional do país organizador. “A JMJ contribuiu para restabelecer parte da deteriorada imagem econômica da Espanha no exterior”, indica o professor da Faculdade de Ciências Econômicas e Empresariais.

Mais informação: http://www.unav.es/centro/intangibles/main-page

Judeus e a JMJ

Reação judaica à JMJ: fala David Hatchwell

Entrevista ao vice-presidente da Comunidade Judaica de Madri

Madrid, 26 de Agosto de 2011 (ZENIT.org) – “Êxito absoluto”, “gente saudável”, “energia positiva”, “retorno aos valores”: é com esta contundência que se expressa, nesta entrevista, David Hatchwell, vice-presidente da Comunidade Judaica de Madrid (www.cjmadrid.org), ao falar sobre a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2011.

ZENIT: Você deu seu apoio à JMJ antes de que ela fosse realizada. Por que esta aliança com um evento católico de envergadura?

Hatchwell: Quem pensa as mesmas coisas precisa estar junto. Os católicos, como outros grupos, têm direito de expressar-se, ainda que haja protestos contra isso. Têm direito a acreditar no que acreditam e, por este motivo, temos esta proximidade, porque nós, os judeus, sabemos bem o que significa ser menosprezados. Entendemos o que é ser deslegitimados e eu vivo isso constantemente.

Sou muito sensível e não me preocupam somente, mas me incomodam as tendências a deslegitimar as pessoas. Uma pessoa pode não concordar com alguém, mas não deve haver ataques a coletivos de maneira injustificada e fora de contexto. Neste sentido, nosso apoio a um ato como a JMJ é claro. Comemoro o fato de que esta JMJ tenha se realizado e daí vem a proximidade com o evento.

ZENIT: Percebi que você gostou do encontro.

Hatchwell: Sem dúvida, esta viagem do Papa foi um êxito absoluto. É o maior acontecimento das últimas décadas, eu não me lembro de ter visto algo assim. Ver Madri com todo tipo de gente jovem nas ruas, pessoas muito sudáveis, com energia positiva, foi incrível, uma delícia. A avaliação só pode ser positiva.

Todos os dias, na grande variedade de eventos que ocorreram, demonstrou-se que o que se queria era um momento espiritual muito potente, e isso aconteceu.

ZENIT: Houve críticas também.

Hatchwell: Foi só um incidente de poucas pessoas, quando do outro lado havia quase dois milhões. Infelizmente, alguns meios de comunicação descontextualizam e mostram o fenômeno marginal. Mas, para mim, foi um êxito absoluto.

Do que li, me consta que uma empresa internacional – a Price Waterhouse Coopers – faz uma auditoria, o que me parece muito sensato por parte da Igreja, essa transparência.

Além disso, as JMJ contribuíram muito para a cidade de Madrid, e por isso não entendo essas tentativas de criticá-la. Muito além de informações de manchetes, o que está claro é que Madrid esteve no mapa do mundo vários dias e isso foi muito positivo para a Espanha.

ZENIT: Que aspecto da mensagem do Papa mais chamou sua atenção?

Hatchwell: Sem dúvida, a mensagem foi muito importante, especialmente a reconexão com uma série de valores. Esse apelo transcende um credo específico, não somente mensagens cristãs, mas universais.

O Papa pediu aos jovens que sejam muito valentes com suas convicções. Estamos diante de um relativismo ético muito profundo, com uma tendência a tirar valor das coisas que muita gente tem como princípios básicos da sua educação.

Nisso, estamos totalmente de acordo com o Papa: em uma sociedade moderna, são necessários valores para enfrentar o relativismo e continuar acreditando nas convicções morais que as pessoas têm.

Outro aspecto chamativo da mensagem foi que não vivemos na tirania do indivíduo, não existe um “eu” absoluto, mas hoje há valores comuns coletivos espirituais e o serviço ao outro.

ZENIT: Esses valores são compartilhados entre judeus e cristãos?

Hatchwell: Absolutamente. Judeus e cristãos compartilham valores comuns troncais. Jesus era judeu e os primeiros cristãos também: daí os valores compartilhados que, sem dúvida alguma, continuam sendo os mesmos.

ZENIT: Desde o Concílio Vaticano II, as relações entre a Igreja Católica e o judaísmo melhoraram substancialmente.

Hatchwell: Sabemos que, durante séculos, a relação entre a Igreja e o judaísmo não era em absoluto o que temos agora; melhorou há 40 anos. Eu me sinto privilegiado por viver hoje em dia, em um momento no qual a Igreja percebe de maneira totalmente diferente os judeus. (...)

(Miriam Díez i Bosch)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Educação. Governo e Fenprof chegam a acordo

Ministério da Educação e Fenprof chegaram a acordo em relação aos professores com horário zero sem colocação e aos professores com doenças graves, mas a Fenprof acusa o Executivo de ter adoptado o que de mau o anterior Governo fez.

A Fenprof reuniu-se ontem com o secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova Almeida, para discutir a situação dos professores que podem vir a ficar sem emprego devido às novas regras de horários. Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral da Fenprof disse que não foram tomadas resoluções quanto à situação do emprego dos professores com horário zero. Mário Nogueira deixou ainda uma crítica ao governo de Passos Coelho: "Nós dissemos que este governo se limitou a adoptar aquilo que de mau foi feito pelo governo anterior", referindo-se às novas regras de organização do ano lectivo.

Da reunião ficou a garantia de que não haverá nenhuma situação de mobilidade especial em relação aos professores com horário zero, e para aqueles que não fiquem colocados será feita uma afectação administrativa à sua escola, por forma a continuarem com actividade docente. Quanto aos professores com doenças graves ficou também o compromisso de que "todos os docentes que não venham a ter colocação sejam afectados administrativamente a escolas onde possam de facto fazer os seus tratamentos".

http://www.ionline.pt/conteudo/145089-educacao-governo-e-fenprof-chegam-acordo

Miguel Carvalho, Braga 1577

Quinta-feira, dia 25 de Agosto de 2011

Beato Miguel de Carvalho, presbítero, mártir, +1624


Miguel de Carvalho nasceu em Braga, em 1577, de família nobre e rica.

Com 20 anos pediu para ser admitido na Companhia de Jesus. Cinco anos depois, partia com um grupo de missionários para o Oriente.

Em Goa, termina o curso de teologia e aí fica alguns anos como professor. Mas o seu desejo era partir missionário para o Japão e, apesar das grandes dificuldades que os cristãos por lá viviam, consegue integrar-se num grupo de viajantes, disfarçado de soldado.

Durante alguns anos conseguiu iludir as autoridades, pregando o Evangelho nos mais diversos lugares, até que um dia o descobriram e o condenaram a morrer pelo fogo.

Pio IX beatificou-o em 1867.

cf. Pe. José Leite, s.j., Santos de Cada Dia
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT

Esquerda à deriva ( VII )

"O PS na clandestinidade

"Onde se encontra António José Seguro? Que estará a fazer António José Seguro? Porque não aparece António José Seguro? O PS sumiu-se? As perguntas, aflitas e arquejantes, cruzam-se nas Redacções dos jornais, das televisões, das rádios. Os políticos interrogam-se, por telefone, por mail, por facebook. Até o dr. Sarmento, de hábito muito bem informado, anda tão perplexo e agitado, talvez mais agitado e perplexo do que é costume, vive mergulhado nas trevas da ignorância, acerca de tão augusto problema. Falou com Lobo Xavier, também este gravemente atingido pela inquietação, que não conseguiu esclarecer a funesta dúvida, a qual apoquentava o seu patrão, o eng.º Belmiro, atacado de persistentes insónias.

"Começou a dizer-se, à boca pequena, que o circunspecto Seguro se encafuara num gabinete do Largo do Rato, folheando dossiês sobre dossiês, a fim de se preparar para a abertura das hostilidades com Passos, e aceitando o martírio para conquistar a glória. Outros sussurravam que se encontrava, em sigilo, com Mário Soares, para receber lições de como ser astuto sem o demonstrar, e justiceiro com a displicência de um felino.

"A mortificação de Seguro tinha razão de ser. E a procura de ajuda espiritual era um forte esteio. Os embates que tivera com Passos haviam-se saldado por melancólicos desaires. E os avanços, os projectos, as decisões, as propostas, os decretos, as leis em catadupa, insinuosamente expostos ou claramente apresentados pelo presidente do PSD desorientavam o adversário.

"Que fazer? A leninista interrogação obtinha respostas dúbias. Pouco mais do que ter birras restava a António José Seguro. O seu partido assinara um memorando draconiano e mandam as regras do bom nome que os compromissos se respeitem. Não será bem assim, tanto mais que Passos tem-se adiantado ao que foi estipulado, excedendo a combinação. O Governo comete injustiças das mais bravas e dolorosas e o PS de Seguro está desaparecido sem combate. Como se diz num velho samba: "ninguém sabe / ninguém viu" o que é feito desta gente. Ao menos um arrobo de protesto, um gesticular de indignação, por modesto que fosse. Nada. E o PSD aproveita todas as oportunidades para aparecer, seja nas praias algarvias, seja em declarações absurdas mas úteis para a "visibilidade." O dr. Relvas até foi à Colômbia, apoiar moralmente a selecção de subvinte, enquanto o PS nem um ramo de rosas pálidas enviou como congratulação de "sermos" vicecampeões.

"Onde estará Seguro? Onde se esconde o PS? Paralelamente tristes, votam-nos a uma melancolia atroz, que nem a satisfação provocatória do Governo consegue amenizar. Claro que nada disto é eterno ou estável. Porém, a cada dia que passa perdemos um sonho, uma réstia de esperança, um pequeno gomo de fé, uma fatia de confiança."

por Baptista-Bastos,
http://www.dn.pt/

"Alemanha foi primeira a violar PEC" Helmut Kohl

O antigo chanceler alemão Helmut Kohl, considerado um dos 'pais' da União Europeia (UE), continua a criticar a gestão da crise do euro por parte dos actuais dirigentes, mas, nas suas últimas declarações, arrasa também o governo que se lhe seguiu, pois a Alemanha foi a primeira a violar o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) e foi permitido à Grécia entrar para a zona euro quando havia indícios de problemas.


O PEC foi criado em 1997 por imposição da Alemanha, para entrar no euro e desistir da sua moeda, o marco, e obrigava a que os países membros não ultrapassassem os 3% de défice orçamental e uma dívida soberana correspondente a 60% do produto interno bruto (PIB).

Entre 1997 e 2009, ano da recessão económica causada pela crise financeira do 'subprime', o défice médio dos países da zona euro ficou abaixo dos 3%. Mas, entre os governos que violaram o PEC não estava só Portugal: a Alemanha também fazia parte do grupo 'negro', tendo infringido a regra do equilíbrio orçamental nos governos de Gerhard Schröder (SPD, oposição à CDU de Kohl e Angela Merkel, actual chanceler) e no primeiro ano do executivo de Merkel, com défices de 3,7% (2002), 4% (2003), 3,8% (2004) e 3,3% (2005 e mais tarde, em 2010).

Também ao nível da dívida soberana a Alemanha violou as regras que ela própria impôs aos outros países, em 1998 e 1999 e posteriormente a partir de 2002, ainda com o governo de Schröeder. Quando Merkel chegou ao poder, a dívida do estado estava em 68% e disparou depois para os 83,2% em 2010, o primeiro ano em que a Espanha, agora olhada como 'mau aluno', passou a fatia dos 60%, por apenas uma décima, escreve o El Mundo.

"Comigo a Alemanha não teria violado o PEC. (...) Comigo como chanceler a Alemanha não teria aprovado a entrada, na zona euro, da Grécia, na sua situação concreta, pois qualquer um que olhasse com atenção poderia tê-la visto", afirmou Kohl em entrevista à revista Internationale Politik. "Estas duas decisões são para mim as causas fundamentais dos erros que agora devemos lamentar", concluiu o político que liderou a Alemanha entre 1982 e 1998 e foi o artífice da reunificação com a Alemanha de Leste.

Apesar de as críticas de Kohl se dirigirem essencialmente aos mandatos de Schröeder, o antigo chanceler também arrasou a incapacidade política de Merkel, durante anos vista como delfim de Kohl: "A Alemanha já desde alguns anos que é um grande [país] não previsível, nem no seu interior nem para o seu exterior."

Merkel evitou entrar em polémica com o seu antecessor, dizendo que "os méritos de Helmut Kohl como chanceler da unificação e da UE não são suficientemente valorizados", mas tentou explicar as diferenças entre os dois: "Cada tempo tem os seus desafios específicos. O governo democrata cristão e liberal trabalha na resolução de desafios do nosso tempo com os seus parceiros na Europa no mundo", disse, ao jornal Süddeutsche Zeitung.

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Chegou a hora de o nosso governo ser sério

Warren Buffett pede aos políticos para pararem de "mimar" os ricos

Warren Buffett, o terceiro homem mais rico do mundo segundo a revista Forbes, pediu hoje aos políticos para deixarem de "mimar" os ricos com isenções fiscais, aumentando os impostos sobre milionários como ele próprio.

"Enquanto os pobres e a classe média lutam por nós no Afeganistão e a maioria dos norte-mericanos lutam para fazer face às suas despesas, continuamos com as nossas extraordinárias isenções fiscais", afirmou Buffett num artigo publicado hoje no New York Times, intitulado "Parem de mimar os super ricos".

O presidente da Berkshire Hathaway disse que, no longo debate no Congresso norte-americano sobre o aumento do limite da dívida pública, os líderes políticos pediram um "sacrifício partilhado" que, no entanto, as classes superiores não terão de assumir.

Para desbloquear as negociações e evitar que os Estados Unidos entrassem em falência a 2 de agosto, o Partido Democrata e o presidente Barack Obama cederam à pressão dos Republicanos e renunciaram a aumentar os impostos sobre os rendimentos mais altos e as empresas mais lucrativas.

"Alguns de nós somos gestores de fundos de investimento e ganhamos milhões de dólares por dia, mas é-nos permitido classificar os ganhos como rendimentos de juros", que são taxados com apenas 15 por cento, afirmou Buffett.

Com "bênçãos" como estas, o bilionário admite que no ano passado declarou de em rendimentos mais de 6,9 milhões de dólares (cerca de 4,8 milhões de euros ao câmbio actual), o que implica uma tributação de 17,4 por cento, enquanto os trabalhadores foram tributados numa média de 36 por cento.

Buffett, também chamado "Oráculo de Omaha" pelas suas previsões certeiras, considera que esta situação é uma injustiça nos Estados Unidos, onde 80 por cento das receitas vêm de impostos sobre os salários dos trabalhadores.

Buffett refere que os seus amigos bilionário são "em geral pessoas muito decentes” pelo que "muitos não se importariam de pagar mais impostos, particularmente quando muitos de seus compatriotas estão a sofrer".

Para corrigir esta situação, propõe aumentar o imposto sobre os rendimentos superiores a um milhão de dólares, "incluindo dividendos e ganhos de capital", e impostos ainda mais altos para aqueles que ganhem mais de dez milhões de dólares.

"Os meus amigos e eu termos sido mimados por um Congresso bastante amigável para os ricos. Chegou a hora de o nosso governo ser sério sobre a partilha dos sacrifícios", acrescenta Buffett.

por Agência Lusa,
Publicado no "i" a 15 de Agosto de 2011

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

New York Times: “uma reunião sem precedentes”

Imprensa concorda: viagem do Papa foi “festa de fé”

Jornais espanhóis e estrangeiros mudam opinião inicial

Entre os jornais espanhóis que mais criticaram, em dias passados, a visita de Bento XVI à Espanha, encontra-se El País. Mas, nesta segunda-feira, o mesmo jornal publicou um editorial no qual qualificava a terceira visita do Pontífice a esta nação como “um êxito de participação, como poucas vezes pôde ser visto”.

O veículo de comunicação espanhol ratifica suas diferenças com as posições da Igreja em questões morais, mas reconhece que Bento XVI realizou uma autêntica “visita pastoral”.

E se este é o balanço de um dos jornais mais críticos com a Igreja na Espanha, a grande maioria sublinhou não somente a participação massiva (os jornais mais tímidos falam de 1,5 milhão de pessoas, enquanto outros registram 2 milhões), mas sobretudo a qualidade, descrita em geral com a fórmula “festa de fé”.

El Mundo, outro dos jornais de maior tiragem, começou o artigo de balanço final, assinado por José Manuel Vidal, com estas palavras: “Uma viagem redonda, um êxito sem paliativos o de Bento XVI e do cardeal Rouco na JMJ de Madri 2011”.

Andrea Tornielli, correspondente de La Stampa de Turim, lamenta, no Vatican Insider que, durante dias, os jornais tenham dado mais espaço aos “dois mil indignados” que protestaram contra a visita papal que aos dois milhões de participantes do evento.

Andrew Brown, de The Guardian, publicou um artigo, em 18 de agosto, no qual reconhecia que, “se eu fosse católico, estaria bastante irritado com a BBC”, que dedicou seus serviços aos protestos de poucas pessoas, sem nem sequer falar da JMJ.

Um título do site do histórico jornal espanhol ABC sintetiza o evento presidido pelo Papa em Cuatro Vientos: “Dois milhões de orações”. Por outro lado, La Razón se refere a este encontro com a manchete “Apóstolos para o século 21”.

Giovani Maria Vian, diretor do jornal vaticano L'Osservatore Romano, vê aspectos semelhantes entre esta visita e a viagem que Bento XVI realizou ao Reino Unido (16-19 de setembro de 2010).

Aquela peregrinação também foi “precedida por uma série de artigos prejudiciais e negativos, que depois deram lugar a um consenso quase unânime – e é um mérito indiscutível de muitos meios informativos britânicos o fato de terem sabido mudar de opinião –, ao sublinhar a transparente humildade do Papa e sua capacidade gentil para dirigir-se a todos, dando-se a entender não somente aos fiéis católicos”.

Surpresa internacional

O dia que arrancou mais manchetes da imprensa internacional foi a acidentada vigília em Cuatro Vientos, que até aquele momento havia dado espaço às manifestações de cunho laicista convocadas em Madrid, frente aos atos multitudinários realizados em toda a cidade.

“Não poderia ter sido melhor”, afirmava um comentarista da RAI; o Papa foi “aclamado por um oceano de peregrinos”, segundo Le Monde. O New York Times admitia que se tratava de “uma reunião sem precedentes”, que ia “muito além de Sydney”. El Universal afirmava que o Papa havia “superado os prognósticos”.

Entre os cerca de 4.700 profissionais do mundo da informação, como refere Inma Álvarez, a editora-chefe de ZENIT que coordenou a cobertura desta visita, “acho que é preciso destacar que o mais lhes chamou a atenção foi a atitude dos jovens”.

“Não somente diante das dificuldades da chuva e do sol, mas também diante das manifestações contrárias. Os informadores ficaram impactados pela festa que havia nas ruas, pelo civismo e pela correção, pela ausência de incidentes e pela atitude positiva daqueles que não puderam entrar em Cuatro Vientos pela falta de espaço”, acrescenta.

Giovanni Maria Vian termina considerando que esta JMJ foram “um êxito reconhecido pelos meios de comunicação, sobretudo espanhóis”.

“Por mérito dos protagonistas, sobretudo, isto é, de Bento XVI e da sua juventude, depois naturalmente dos organizadores, e last but not least, da Espanha: do rei Juan Carlos, com a família real, do governo e das diferentes autoridades”, conclui o diretor do L'Osservatore Romano.

Jesús Colina
23 de agosto de 2011 (ZENIT.org)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Carlos Moedas: “O ponto não são os eurobonds”

O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, referiu hoje que o debate em curso na Europa sobre os eurobonds “é muito difícil” e que o governo não pode “tomar uma decisão prematura em relação a este ponto”.

Apesar de dizer que Portugal ainda não tem uma “posição oficial” em relação a esta matéria, Carlos Moedas afirma que “o ponto não são os eurobonds mas que mecanismos temos na Europa para que se possam tomar decisões mais rápidas para que os mercados reconheçam e em conjunto possamos sair da crise”.

O secretário de Estado está neste momento a ser ouvido na comissão eventual para o acompanhamento das medidas do programa de assistência financeira a Portugal, na Assembleia da República.

http://www.ionline.pt/c

Carlos Moedas: “Vamos ter um mês de Setembro muito complicado”

O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro avisou hoje que Portugal está no bom caminho mas ainda tem “muito trabalho pela frente”.

“Vamos ter um mês de Setembro muito complicado”, alertou Carlos Moedas, referindo que até Setembro o governo deverá pôr em prática “75 medidas” nas quais está a trabalhar desde Junho. Entre Junho e Julho já foram postas em prática 22 dessas medidas, adiantou Moedas.

“Como pessoa não posso garantir que não vou falhar mas a equipa vai fazer tudo e é uma equipa com técnicos do melhor que há e estão a fazer tudo que é pedido pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional”, referiu o secretário de Estado.

Na Assembleia da República, Carlos Moedas garantiu o empenhamento do governo no cumprimento do acordo com a troika: “Não vamos dar azo a que se levante qualquer dúvida sobre o nosso empenhamento”.

O secretário de Estado está a ser ouvido na comissão eventual para o acompanhamento das medidas do programa de assistência financeira a Portugal.


por Sónia Cerdeira,
Publicado no "i" a 23 de Agosto de 2011

"Portas e o escorpião"

Há muitos anos – talvez dez –, comparei Paulo Portas ao escorpião da fábula: considerei-o capaz de matar um companheiro de caminhada mesmo que isso arrastasse, também, a sua própria morte.

O killer instinct era qualquer coisa que ele não controlava, pois estava impregnado na sua natureza.

Há semanas, um jornalista recordou-me esse escrito. E eu disse-lhe mais ou menos o que vou escrever hoje.

Portas é um homem de indiscutível talento, cujas qualidades eram prejudicadas por uma natureza perversa e uma ânsia de afirmação que conduziam a actos condenáveis.

Dificilmente se podia confiar nele.

Manuel Monteiro caiu nessa armadilha – e ele espetou-lhe o punhal quando chegou o momento.

Nestes quinze anos que leva de actividade política, porém, Portas aprendeu muita coisa.

Aprendeu a aproveitar melhor as suas qualidades e a reprimir os seus piores defeitos.

Aprendeu a perceber que é perigoso matar um aliado.

Ganhou maturidade.

Nos dias de hoje, Paulo Portas já não é o traquinas director d’O Independente, que faz manchetes assassinas e às vezes irresponsáveis, mas um político frio que calcula os seus actos em função dos seus interesses.

A sua frieza a liquidar os que se lhe atravessavam no caminho é hoje aproveitada na preservação do que planeia para si e para o seu futuro.

Uma das perguntas que têm sido recorrentemente feitas a propósito desta coligação diz respeito à sua solidez.

O entendimento entre o PSD e o CDS tem condições para se aguentar até ao fim do mandato?


E, a propósito, invocam-se os ataques de Alberto João Jardim a Portas e ao CDS, entre outras dificuldades de percurso.

Ora a sobrevivência da coligação vai depender em boa medida de Paulo Portas – e este sabe que está a viver a sua grande oportunidade política.

Eu diria mais: a sua última grande oportunidade política em Portugal.

Se este Governo triunfar, Portas será definitivamente olhado como um ‘homem de Estado’ e terá o futuro político assegurado.

Poderá mesmo, um dia, chegar a primeiro-ministro – porque o seu partido, o CDS, também ganhará muito se as coisas correrem bem.

Inversamente, se as coisas correrem mal, Portas sairá do poder pela porta pequena e tão cedo os portugueses não quererão ouvir falar mais dele.

Paulo Portas vai fazer, portanto, os possíveis e os impossíveis para que este Governo se aguente.

Vai certamente engolir muitos sapos – porque o PSD é um partido complicado e há lá dentro muita gente que o detesta (não esquecendo os tais ataques semanais que fazia a Cavaco e aos seus ministros n’O Independente).

Mas Portas resistirá a tudo, porque sabe que o que está em jogo vale muito mais do que o passado: o que está em jogo é o futuro.

O futuro do país – e o seu futuro como líder político e governante.

Se a coligação PSD/CDS se rompesse, ou se os resultados da governação se saldassem por um fracasso, Portas teria mais uma vez de sair de cena – e quando se sai nunca se sabe quando se volta.

E se se volta.

PAULO Portas vai, pois, agarrar-se com unhas e dentes a esta oportunidade.

Vai dar tudo por tudo.

Sabe que é agora ou nunca.

Boa parte da sua carreira, da sua vida, do seu êxito, joga-se no sucesso ou insucesso desta coligação.

Pode esticar muitas vezes a corda.

Mas ninguém espere que pelo lado dele a corda se parta.



por José António Saraiva,
http://sol.sapo.pt/inicio/Opiniao/

“Se Deus é brasileiro, o Papa é carioca”

Alegria dos jovens do Rio de Janeiro pela JMJ

Na cidade houve uma vigília em sintonia com o evento de Madrid

RIO DE JANEIRO, segunda-feira, 22 de agosto de 2011 (ZENIT.org) – A juventude católica do Rio de Janeiro vive um momento de grande alegria, após o anúncio oficial do Papa Bento XVI de que a cidade acolherá a próxima Jornada Mundial da Juventude, em 2013.

Segundo informa o departamento de imprensa da arquidiocese do Rio de Janeiro, os jovens presentes na Vigília JMJ Madri Rio, realizada de sábado para domingo no Maracanãzinho, puderam viver e celebrar, de forma simultânea com os jovens que estavam em Madri, a emoção desta boa notícia.

“A juventude do Rio vai ganhar muito com esse evento. Estou muito feliz em saber que o Papa confiou a nós essa missão de acolher a juventude do mundo, para refletir sobre a fé, sobre a vivência no mundo de hoje”, disse o padre Leandro Cury, diretor da Rádio Catedral.

O vigário episcopal para a comunicação social, cônego Marcos William Bernardo, presidiu à Santa Missa em plena unidade com o Papa Bento XVI. E a homilia do pontífice foi transmitida ‘ao vivo’ direto de Madri para os participantes.

Em vários momentos da celebração, que começou por volta das 4h30 da manhã (horário de Brasília, sendo 9h30 em Madrid), os flashes da missa em Madri, transmitidos pelas redes e mídias católicas, surpreendiam a todos pela plena sintonia litúrgica.
Na saída da vigília, por volta das 7h, a alegria, que vencia o cansaço, ainda era percebida nos sorrisos dos jovens que, aos poucos, ocuparam as calçadas das ruas da Tijuca, ao redor do Maracanãzinho.

A jovem Fabiana Targino, da Pastoral da Juventude e da Pascom do Vicariato Sul, que já participou de quatro jornadas, considera que participar da JMJ é uma emoção única na vida de qualquer pessoa.

“Percebemos que mesmo pertencendo a países e cultura diferentes, o que nos une é a mesma fé em Cristo Jesus. Saber que a próxima JMJ será no Rio é uma emoção indescritível, um sonho realizado”, disse.

“É uma alegria receber o Papa na nossa Cidade. Vamos preparar com muito carinho e amor cada detalhe da próxima jornada. E que nós possamos mostrar para o mundo que somos portadores da paz”, afirmou a jovem.

“Se Deus é brasileiro, o Papa é carioca”. A famosa frase do beato João Paulo II, em sua visita ao Brasil, também foi lembrada pelo jovem Rodrigo Farias, assessor da Pastoral Universitária.

“A expectativa é enorme em receber o Papa. Iremos nos preparar, e enraizar mais em Cristo, para que possamos nos identificar com o nosso verdadeiro Senhor”, disse.
A vigília realizada no Rio de Janeiro nesse fim de semana, em sintonia com a JMJ, contagiou a todos, nos louvores ministrados pelas bandas e cantores católicos, entre eles: Padre Omar Raposo, assessor arquidiocesano para eventos de massa, que foi o condutor do evento, bandas Cristo Redentor, Sambadorando e Duelo de DJs. E também pelas apresentações do Stand up Comedy Católic - Rir é um Santo Remédio. Os testemunhos também levaram os jovens à reflexão sobre o sentido da vida.

A vigília, que foi transmitida pela Web TV Redentor e pela Rádio Catedral (FM 106,7), foi iniciada pelo bispo emérito do Rio Dom Assis Lopes, que recebeu das mãos dos jovens as imagens de Nossa Senhora e de São Sebastião e conduziu um momento de oração.

Uma noite em Cuatro Vientos


Existe um espetáculo único no mundo: a noite da vigília do Papa em cada Jornada Mundial da Juventude. Só quem viveu uma JMJ faz ideia da força de transformação que essas jornadas infundem nos jovens, da experiência de fraternidade e de comunidade que elas deixam marcada em sua alma.

São três da manhã em Cuatro Vientos. Vou atravessar o campo de ponta a ponta, dentro dos limites estabelecidos pela segurança. Saio da área da imprensa, onde muitos companheiros dormem, e comprovo mais uma vez que, como quase sempre, a festa é “lá fora”. A maré humana engole os meus passos rapidamente, centenas de jovens vão e vêm pelas avenidas, falando tranquilamente, ou rindo e se divertindo. Há um retumbar de tambores e pandeiros contínuo, uma música incessante que muda de tons e de matizes, mas cuja intensidade não diminui.

Apesar da pouca luz, vislumbro os recintos cercados, cheios de sacos avultados pelos corpos que dormem. Mas milhares de jovens preferem não dormir. As improvisadas avenidas são concorridas como o centro de qualquer cidade grande. Muitos jovens aproveitam para usar os banheiros ou comprar comida, ou sentar para conversar.

Outros fazem grandes círculos e dançam sem descanso, e, como de costume, quanto mais barulho, mais gente chegando perto. A maior parte fala, ri, brinca... De vez em quando passam ambulâncias do serviço de emergência, que vão fazer horas extras por causa do tremendo calor que os peregrinos sofreram durante a tarde.

Passo ao lado de uma das tendas gigantes, derrubada pela forte tormenta que se abatera de repente sobre os participantes na vigília. A polícia já isolou a área, pois houve feridos leves. Outra das grandes barracas vai ser desmontada, porque a estrutura ficou instável.

Os jovens que vão e vêm se reconhecem pelas bandeiras ou pelos sinais distintivos da sua pertença eclesial. Há dois tipos de fraternidades que se estabelecem em Cuatro Vientos: uma é a da procedência de país. Na Espanha, país castigado pelos particularismos, é curioso ver os jovens levantarem as barreiras e se apresentarem mutuamente. Madrilenos arriscam o catalão com garotas de Barcelona, que valorizam o gesto se divertindo muito.

A segunda fraternidade é a eclesial. Jovens pertencentes a movimentos diversos se saúdam e intercambiam suas camisetas e emblemas. Há grupos do mesmo movimento ou comunidade, mas de países diferentes, que se surpreendem por falar a mesma linguagem apesar de ser em outro idioma. O resultado da mistura é surpreendente, com rapazes vestindo bandeiras dos Estados Unidos, bonés mexicanos ou chapéus que não combinam com suas camisetas, ou grupos de franceses e africanos que pintam na cara as cores da Espanha.

Os voluntários, a maior parte agora em “descanso” até o amanhecer, aproveitam para se misturar e participar da festa. Falo com uma francesa. “Eu noto que a minha fé está crescendo nestes dias”, ela me diz num espanhol bem correto. Outra presença importante é a das pessoas consagradas, freiras e irmãos dançando no meio dos outros nos grupos. Do meu lado, um rapagão enorme, de algum país nórdico, fala em inglês com uma freirinha miúda, de hábito marrom. Mais à frente, um padre sul-americano, sentado num saco de dormir, de estola colocada, ouve um jovem que se confessa.

Muitos papeiam amigavelmente em italiano com um franciscano capuchinho, vestido com o hábito humilde e as sandálias, e tonsurado. E é da mesma idade deles: não chega aos trinta.


Há grupos que só com sua presença despertam simpatia, como o volumoso grupo de libaneses que dorme no chão da avenida porque não havia mais lugar no sector reservado a eles. Outro grupo onipresente na primeira fila em todos os atos do papa, com sua bandeira ondeando ao vento, veio da Síria. Grande parte dos integrantes são belas adolescentes de rosto descoberto e sorriso nos lábios, com uma sensação de liberdade que talvez não tenham no país de origem. Há turcos cristãos, outra minoria que sabe muito de sofrimento. Parece que um grupo do Iraque também conseguiu chegar, e outro de quarenta etíopes, com a ajuda de várias associações cristãs internacionais, mas não tem jeito de encontrá-los neste oceano vivo. Ao longe, uma bandeira da Malásia. Um grupo da Nova Zelândia dorme ao lado de outro da Croácia.

Outro dos espetáculos da noite são as tendas de adoração eucarística, lotadas a ponto de muitos ficarem de fora. De joelhos e em silêncio, alheios ao barulho, cabeça inclinada diante da custódia, muitos, e bastantes deles adolescentes, vão passar a noite ali, ao lado do Senhor.

Levei quase uma hora para chegar ao extremo do campo, e só atravessei de lado a lado num sentido. Só vi jovens aproveitando a vida, com a energia da idade, exuberantes e alegres. Ninguém bêbado, ninguém drogado, ninguém perturbando a ordem. Em momento algum tive medo, apesar da escuridão e da multidão. Pelo menos duzentos mil estão dormindo fora do campo, com mais dificuldades do aqui, porque lá não tem luz nem banheiros. Vejo-os de lá da cerca: só a cerca os separa dos de dentro. O espírito é o mesmo.

Não se vê o fim da esplanada. Decido retornar. São quatro horas, mas a festa não diminuiu. Para muitos jovens, é uma noite em claro, única, que terminará em algumas horas, com a saída do sol e a oração do Angelus. Eles terão feito amizades, terão se divertido, terão conhecido outros jovens com as mesmas inquietações. Para alguns, talvez esta noite tenha mudado suas vidas.

Por Inma Álvarez
Madrid 21 de Agosto de 2011 (ZENIT.org)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

“Braga continua a brincar à Protecção Civil”

Autarcas da Coligação reiteram críticas à falta de investimento camarário:
“Braga continua a brincar à Protecção Civil”


Os Vereadores da Coligação “Juntos Por Braga” vêm expressar publicamente a sua apreensão com as condições de resposta dos Bombeiros Municipais aos múltiplos fogos florestais com que o Concelho de Braga se tem deparado no período estival, situação esta coroada com a repetida indisponibilidade de viaturas para o transporte dos próprios bombeiros.

Tal como foi veiculado em alguns órgãos de comunicação social e confirmado pelos Vereadores junto de elementos da Corporação, a situação em que os profissionais se viram forçados a socorrer-se de uma ambulância de transporte de doentes para se deslocarem para uma frente de combate a um fogo atesta das visíveis e recorrentes lacunas de meios dos Bombeiros Municipais, perante a passividade dos responsáveis políticos da Autarquia.

Neste particular, é inaceitável que tenha decorrido já bem mais de um ano desde que o Vereador da Protecção Civil assumiu o compromisso público de aquisição de novas viaturas ligeiras de combate a fogos sem que as mesmas aquisições tenham sido consumadas ou que as viaturas se encontrem ao serviço na fase mais delicada e exigente do ano.

Porventura, seguindo as declarações do Vereador Hugo Pires a propósito deste ultimo incidente – em que sustentava que as mesmas estavam já a ser “preparadas” – poder-se-á questionar se as mesma estarão agora a ser embrulhadas para presente… de Natal…

Aliás, só com alguma desfaçatez é que se pode ilustrar a preocupação da Autarquia com esta área com a tardiamente concretizada aquisição dos tão elementares quanto prioritários equipamentos de comunicações, como se os mesmos se tratassem de uma espécie de regalia ao serviço da sala de convívio dos Bombeiros Municipais.

Em paralelo, esta situação de recorrente indisponibilidade das viaturas ligeiras - que hoje se voltou a repetir – tem também na sua base a ausência de capacidade de resposta a estas situações, de forma ágil, pronta e eficaz, por parte da Autarquia Bracarense.

No entender destes Vereadores, mesmo descontando os factores contingentes associados a ocorrências inesperadas (como acidentes e circunstâncias afins), a Autarquia tem que reforçar a capacidade de resposta da reparação/manutenção das viaturas nestas épocas do ano e, até, salvaguardar-se com a possibilidade de recurso ao aluguer de viaturas análogas para situações excepcionais.

Perante estas e outras insuficiências de meios que se prolongam indefinidamente no tempo, cabe aos Vereadores da Coligação e a todos os cidadãos de Braga realçar a coragem e profissionalismo dos Bombeiros Municipais, numa palavra que deve ser estendida para o trabalho desenvolvido pelos Bombeiros Voluntários de Braga.

Confrontados com a ligeireza com que estas questões continuam a ser tratadas pela maioria socialista que preside aos destinos da Câmara de Braga, perguntam estes Vereadores: A segurança das pessoas e bens é ou não uma prioridade para a Câmara Municipal de Braga?

Finalmente, este conjunto de circunstâncias volta a reafirmar a importância de as questões ligadas à protecção civil se manterem entre as principais prioridades da acção municipal e dos diferentes órgãos do Município, servindo também para que a Bancada do PS e o Presidente da Assembleia Municipal de Braga, António Braga, possam pôr a mão na consciência e fazer o seu acto público de contrição pela vontade, concretizada, de silenciamento do debate sobre estas matérias.


Braga, 18 de Agosto de 2011
Os Vereadores da Coligação “Juntos Por Braga”

http://www.bracara2009.blogspot.com/

"Paulo Macedo pode ser excelente no Ministério da Saúde" Correia de Campos

Na semana em que o governo anunciou novos cortes no sector da Saúde, o i foi ouvir Correia de Campos na sua casa de férias, numa aldeia da serra de Sintra. Depois de um passeio e conversa com vizinhos que o reconhecem, mas não conhecem - "morava ali um senhor que dizem que foi ministro da Saúde", diz um reformado. "Sou eu, sou eu", responde Correia de Campos - o primeiro ministro da pasta da Saúde da era José Sócrates diz que guarda "mágoa" de históricos socialistas como Manuel Alegre e António Arnaut e aponta erros à gestão de Ana Jorge, sua sucessora no cargo. Para o futuro diz ter esperança na equipa de Paulo Macedo e acredita que os cortes impostos pela troika são possíveis sem que os portugueses vejam o Serviço Nacional de Saúde destruído.

Concorda com a escolha de Paulo Macedo para ministro da Saúde?

A minha opinião deve-se em primeiro lugar à relação de respeito e amizade que tenho com ele. É uma pessoa de uma extrema capacidade, extrema disciplina e capacidade de cumprimento dos objectivos públicos, cívicos. Na sua qualidade de gestor financeiro, pode ser excelente no Ministério da Saúde. Daquilo que conheço das suas características humanas, não me parece que seja uma pessoa apenas com cifrões nos olhos. É uma pessoa sensível aos problemas e aos sofrimentos dos mais humildes. Em relação à equipa, tenho uma confiança muito grande. São duas pessoas que escolhi para lugares altos na minha equipa. (...)

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Jasmim

Filho de Kadhafi vai ser transferido para Tribunal de Haia

Seif al-Islam, um dos filhos de Muammar Kadhafi que foi hoje detido por crimes contra a humanidade cometidos na Líbia, vai ser transferido esta segunda-feira para o Tribunal Penal Internacional, em Haia, informou o procurador Luis Moreno-Ocampo.

Seif Gadhafi está indiciado, como o seu pai, de planear e participar em ataques ilegais contra civis, entre outros crimes.

De acordo com a Reuters, outro filho de Kadhafi, Mohammed, entregou-se aos rebeldes quando estes estão a lutar pelo controlo de Tripoli, procurando por fim a 40 anos de liderança de Kadhafi na Líbia.

http://www.dn.pt/
OS DIAS DE VERÃO


Os dias de verão vastos como um reino
Cintilantes de areia e maré lisa
Os quartos apuram seu fresco de penumbra
Irmão do lírio e da concha é o nosso corpo

Tempo é de repouso e festa
O instante é completo como um fruto
Irmão do universo é o nosso corpo

O destino torna-se próximo e legível
Enquanto no terraço fitamos o alto enigma familiar dos astros
Que em sua imóvel mobilidade nos conduzem

Como se em tudo aflorasse eternidade

Justa é a forma do nosso corpo




Sophia de Mello Breyner Andresen
in Obra Poética, Volume III

"Patriazinha iletrada, que sabes tu de mim?"

***


"Azinhaga do guarda-só":
"Encontro um resmunguarda que me intima a parar.

Seria por suspeita? Seria por rotina?
Não. Foi para conversar..."

Alexandre O'Neill



[http://www.ionline.pt/conteudo/144425-
alexandre-oneill-as-incongruencias-dentro-do-cemiterio]

Lombardi comenta protestos contra JMJ em Madrid


Qualifica-os como “fenómeno marginal” que não afectou realização do evento

O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi SJ, referiu-se às marchas de protesto contra a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) – ocorridas na Puerta del Sol na quarta e quinta-feira à noite – como um “fenómeno marginal” dentro do evento, que não afecta sua realização.

“A Igreja está a favor da liberdade de expressão” e é consciente de que “podem ser expressadas opiniões diferentes”, apesar de que isso deve ser realizado “de forma respeitosa e correcta”, afirmou o porta-voz vaticano, durante a coletiva de imprensa realizada na sexta-feira, no Palácio de Congressos de Madrid.

Com relação aos momentos de tensão vividos entre a noite da quarta e da quinta-feira na Puerta del Sol, entre grupos de manifestantes e peregrinos, comentou que são realidades “desagradáveis”, porém, “dentro da marginalidade”; e que conservar a ordem pública é uma responsabilidade das autoridades.

Além disso, manifestou que não existe preocupação, por parte da Santa Sé, que estes protestos afectem o desenvolvimento normal da JMJ.

Não são “indignados”

Por sua parte, o chefe da organização da JMJ, Yago de la Cierva, explicou que, dentro dos protestos, é necessário distinguir entre dois grupos diferentes: o movimento 15-M, também chamado de “indignados”, e o grupo “laicista”.

Com relação ao primeiro, precisou, a origem do protesto “não havia sido a JMJ em si, mas o destino de fundos públicos ao evento”, ponto que, a partir da organização da JMJ, “nós lhes esclarecemos oportunamente, pois não é verdade que há financiamento público”.

Outra questão é a “contra-manifestação” convocada por elementos laicistas, sobre a qual reiterou que a manutenção da ordem pública “não é responsabilidade da organização da JMJ”.

No entanto, De la Cierva não deu muita importância aos protestos, afirmando que, em um quadro, são necessárias as sombras para que se aprecie a luz”.

“O mundo pôde ver, através das câmeras de televisão, a forma de comportar-se de uns e de outros, a proposta de vida e uns e de outros. A decisão sobre qual se prefere depende de cada um”, concluiu.


(ZENIT.org)

JMJ em 2013, no Rio de Janeiro

Bento XVI espera ir à próxima JMJ em 2013

Uma enorme ovação dos jovens brasileiros presentes em Cuatro Vientos acolheu o anúncio oficial com que Bento XVI declarou que a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) será realizada em seu país, em 2013.

O Papa, que para esse então terá 86 anos, falando em português, disse-lhes: “Espero poder encontrar-vos daqui a dois anos, na próxima Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro”.

Os jovens brasileiros pularam de alegria ao ouvir as palavras do Santo Padre.
Ao fazer o anúncio oficial, o Bispo de Roma confessou as esperanças que deposita nesse encontro: “Peçamos ao Senhor, desde já, que assista com a sua força quantos hão-de pô-la em marcha e aplane o caminho aos jovens do mundo inteiro para que possam voltar a reunir-se com o Papa naquela bonita cidade brasileira”.

Simbolicamente, os jovens espanhóis entregaram aos brasileiros a Cruz da JMJ.

Comentando este gesto, o pontífice confiou “a todos os presentes esta insigne incumbência: levai o conhecimento e o amor de Cristo ao mundo inteiro. Ele quer que sejais os seus apóstolos no Século XXI e os mensageiros da Sua alegria. Não o desiludais!”.

O Rio de Janeiro, cidade emblemática do país com o maior número de católicos do mundo, é sede neste encontro que, em 11 ocasiões, o Papa presidiu fora do Vaticano.

As edições anteriores aconteceram em Buenos Aires (Argentina), Santiago de Compostela (Espanha), Czestochowa (Polónia), Denver (Estados Unidos), Manila (Filipinas), Paris (França), Roma (Itália), Toronto (Canadá), Colônia (Alemanha) e Sidney (Austrália).

Após Buenos Aires, em 1987, a cidade brasileira será a segunda da América do Sul a realizar o encontro internacional. Cerca de 20 milhões de jovens já participaram das JMJ ocorridas até hoje.

As JMJ nasceram em 1984, por iniciativa do Papa João Paulo II. A primeira foi em Roma, no Domingo de Ramos desse ano, dentro das celebrações sectoriais do Ano Santo Jubilar da Redenção (1983-1984).

(ZENIT.org)

'Não, eu fico aqui, nós ficamos'


O Papa Bento XVI decidiu permanecer na vigília de Cuatro Vientos ondem à noite, apesar da tempestade que caiu repentinamente e que impediu que ele pronunciasse o discurso que havia preparado.

Esta foi a explicação dada hoje pelo Pe. Federico Lombardi SJ, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, em declarações à Rádio Vaticano, sublinhando que o Papa se mostrou “impressionado” diante do entusiasmo dos jovens.

Apesar de que a vigília não tenha podido seguir o programa previsto, o porta-voz vaticano destacou que o evento foi também uma oportunidade para dar “uma mensagem posterior, porque a maneira de enfrentar esta dificuldade demonstrou o entusiasmo, o desejo dos jovens presentes de continuar – sem perder em absoluto a coragem – sua festa da fé”.

O Papa, acrescentou, “mostrou-se absolutamente coerente com eles e esteve totalmente decidido a continuar”.

“Durante o temporal, foi-lhe perguntado duas vezes se achava que deveria retirar-se, mas ele disse: 'não, eu fico aqui, nós ficamos'”, explicou.

Além disso, Bento XVI se mostrou “muito impressionado por este entusiasmo e pela participação dos jovens”.

Para o Pe. Lombardi, um dos momentos mais intensos foi o da adoração eucarística: “Ontem, com o temporal, que naturalmente havia trazido um pouco de confusão em alguns momentos, talvez seria difícil esperar um recolhimento e uma participação tão plenos, num tempo tão breve, no momento da oração da adoração”.
“Isso, no entanto, aconteceu e me parece um dos aspectos mais extraordinários da vigília de ontem à noite”, concluiu.


Madrid, Domingo, 21 de Agosto de 2011 (ZENIT.org)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Dando graças a Deus

Aspectos psicológicos dos participantes da JMJ

Fala a psicóloga especialista em jovens e famílias Mercedes Palet

BARCELONA, quarta-feira, 17 de agosto de 2011 (ZENIT.org) – Psicóloga e psicoterapeuta na Suíça, onde nasceu e reside, e professora universitária na Espanha, onde ministra cursos, Mercedes Palet de Fritschi é uma firme defensora das contribuições tomistas oferecidas à Psicologia.

Em sua última viagem por ocasião dos cursos de verão na Universidade Abat Oliba CEU (www.uao.es), pudemos conversar com esta renomada psicóloga sobre os jovens que participam da Jornada Mundial da Juventude.

ZENIT: A família desses jovens continua sendo o que era?

Mercedes Palet: Sem dúvida alguma. A família continua sendo o que era: “célula primária e vital da sociedade”, “igreja doméstica”, “útero espiritual”, “educadora do ser humano”, “comunidade de amor e vida fundada no casamento indissolúvel entre um homem e uma mulher”.

A família, no entanto, é a instituição que com mais força sofreu e sofre os ataques e ameaças de uma cultura e de uma sociedade que se afastam de Deus. Por isso, hoje em dia, é certamente interessante comprovar uma situação de completa contradição.
Há várias décadas, afirma-se, por um lado, a necessidade da família e os bens que ela comporta, mas, ao mesmo tempo, afirmam-se e sustentam-se atitudes e realidades que são absolutamente contrárias à família.

Há alguns anos, ainda se entendia a família tradicional, fundada no casamento entre um homem e uma mulher para o amor e a ajuda mútuos e a recepção da vida, como célula básica da sociedade e como algo “bom e desejável”. Ao mesmo tempo, no entanto, no âmbito das atitudes pessoais, eram defendidas posturas contrárias à própria formação da família: divórcio, uniões de fato, liberdade sexual, contracepção etc.

Hoje em dia, a ameaça contra a família adquiriu uma nova dimensão, porque ela não é atacada somente como instituição, mas – inclusive no campo legislativo – é entendida como “a origem de todo conflito” e, por isso mesmo, como uma instituição digna de abolição.

O homem, sem família, fica desorientado, desconcertado. Na prática quotidiana da Psicologia, podemos comprovar isso quase diariamente. Adultos e crianças que carecem de um “lugar de vida”; que desconhecem, mas anseiam pela experiência da “pertença mútua”; que ignoram, mas desejam a experiência da “filiação”.

E o que é mais triste: homens e mulheres, crianças e jovens incapacitados para compreender que é precisamente a família tradicional o lugar original e insubstituível destas “experiências” profundamente vitais e conformadoras da personalidade.

ZENIT: Os jovens de hoje não dão o mesmo valor a conceitos como sacrifício, espera, austeridade. Por que se perdeu essa consideração?

Mercedes Palet: Pela falta de exemplos vivos e atraentes destas virtudes; pelo fracasso educativo da cultura ocidental; pela mentalidade consumista fácil; por uma erotização sem precedentes na história da vida pública e privada; e também pela perda do sentido transcendente da vida.

Como já advertia Francisco Canals, a entrega do homem contemporâneo à busca de um sentido da vida independente de todo valor transcendente, ordenado primeiramente ao prático, no sentido do que é útil e prazeroso, lançou o homem de hoje ao desassossego de um círculo vicioso no qual a própria dimensão ética chega a ser esquecida em sua essência (parece que só existe o que é bom subjetivamente, “para mim”), para ser assumida só como eficácia técnica através do desenvolvimento, pela educação científica, das possibilidades criadoras, entendidas como capacidades de domínio e produção.

O bom é somente o tecnicamente útil e o que de alguma maneira causa prazer. Por isso, para o homem contemporâneo – e não somente para os jovens da nossa época –, atitudes como o sacrifício, a espera e a austeridade são posturas que carecem de conteúdo ético ou moral e que, quando muito, só têm sentido em relação a “algo” que se percebe como socialmente útil, economicamente vantajoso ou, em última instância, como fonte de prazer sensível.

ZENIT: Não está na moda, mas você defende São Tomás como precursor de uma Psicologia saudável. O que quer dizer com isso?

Mercedes Palet: Na Psicologia contemporânea, é necessário defender uma linha de pensamento que permita uma consideração integral de todas as dimensões da pessoa, a partir da qual se descubra que a razão e a vontade são o centro diretivo da personalidade e da conduta humanas.

Todas as dimensões da vida emocional e afetiva estão feitas para serem guiadas a partir da razão e da vontade, e não precisamente para serem anuladas, e sim para serem ordenadas e colocadas ao serviço do mais elevado que há no homem: o bem da razão. Não se pode conhecer o homem concreto sem entender a inteligência, a vontade, a alma humana, suas potências sensitivas, em suma, o verdadeiro ser e funcionamento “profundo” – a verdadeira Psicologia profunda – da personalidade humana.

Por isso, qualquer psicologia digna desse homem deve fundar-se em um adequado conhecimento da natureza humana do sujeito concreto que pretende conhecer e ajudar.

Os claros princípios da antropologia filosófica tomista devem desempenhar um papel capital na reconstrução de uma autêntica psicologia no âmbito cristão.

Como exemplo, posso referir-me a uma das partes e a alguns pontos dessa obra de São Tomás, dizendo que toda a segunda parte da Suma Teológica é um autêntico tratado de psicologia fundamental, tanto teórica como prática. Partindo das riquíssimas descrições que se encontram nos tratados dedicados às virtudes morais, o psicólogo pode encontrar e elaborar um magnífico e preciso instrumento de diagnóstico e terapia.

Partindo de uma fundamentação antropológica segundo os ensinamentos de São Tomás de Aquino, seria possível livrar a Psicologia da sua projeção de ser uma Psicologia modelada principalmente sobre a patologia, e formular uma Psicologia da plenitude pessoal, social e espiritual do homem.

ZENIT: As Jornadas Mundiais da Juventude costumam dar destaque aos testemunhos. Que tipo de testemunho que você gostaria de ouvir?

Mercedes Palet: Eu gostaria de ouvir o testemunho de gratidão de algum jovem que, com simplicidade e alegria, desse testemunho da fé recebida e vivida no seio da família cristã; dando graças a Deus e aos seus pais pelo dom da vida, agradecendo aos seus pais pelo exemplo de amor e entrega da vida cotidiana familiar, pelo exemplo de amor esponsal, pelo exemplo e pela entrega na paternidade e na maternidade.

Eu gostaria muito de ouvir o testemunho de um jovem dando graças a Deus e aos seus pais pela educação cristã recebida e pela incorporação à Santa Mãe Igreja.


(Miriam Díez i Bosch)