Nuno Cardoso: «Arrependo-me de ter sido tão ambicioso»
O ex-presidente da Câmara do Porto, Nuno Cardoso, arrepende-se de ter sido demasiado ambicioso com a requalificação urbana da Porto 2001, afirmando que, se fosse hoje, teria feito menos obra, porque a cidade “sofreu demais”.
Em entrevista à Agência Lusa, o ex-autarca chega mesmo a emocionar-se quando recorda o caos em que o Porto se transformou com as intervenções no espaço público.
“Estou muito associado à enorme dimensão que tudo isto assumiu e à distância porventura arrependo-me de termos sido tão ambiciosos. Porque sofremos demais, acho que sofremos demais, as obras foram exageradas…”, afirmou Nuno Cardoso, mostrando evidentes sinais de comoção.
O ex-edil diz que “esperava mais coordenação e capacidade de intervenção” na requalificação da cidade e considera que, “a dado momento, a Porto 2001 perdeu-se” em tanta obra.
“Emocionei-me porque mexe muito comigo o projeto da cidade. Sinto sinceras culpas pela dimensão do projeto. Hoje faria menos obra e com mais qualidade, que ficasse mais marcante. O projeto foi muito extenso e ambicioso. Exageramos na dose. Hoje teria feito menos, com obras mais coordenadas”, disse.
Para Cardoso, as saídas de Fernando Gomes e Artur Santos Silva marcaram o projeto.(...)
A “recordação mais forte” que o ex-autarca guarda da Porto 2001 é “o envolvimento da população, que saiu à rua, participou nos eventos, viveu a cidade e viveu a cultura”.
Cardoso considera que o evento “deixou imensas marcas perenes” na cidade, sendo a “mais emblemática” a Casa da Música.
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Destak/Lusa | destak@destak.pt
12 | 01 | 2011
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