terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Gay Censos 2011


Está na forja os Censos 2011. O INE prepara uma operação gigantesca que vai abranger 30 mil colaboradores e um custo superior a 45 milhões de euros e com inicio marcado para 7 de Março. O recenseamento é, ao abrigo da lei, obrigatório.
O Censos 2011 engloba o censos habitacional e populacional. O ultimo censos foi realizado em 2001.

Não questiono a importância deste inquérito para fins estatísticos e para melhor se compreender a evolução e condição da população residente em Portugal. Nem tão pouco o custo desta operação em tempos de "vacas magras".

Mas não posso deixar de questionar porque é que o INE (leia-se o Estado) quer saber quantas uniões "gay" existem no país. Sinceramente questiono.
Até parece que alguém tem andado com falta de tempo para "namorar" e está com medo de ficar solteiro. O que será que virá a seguir?

Pertence a um partido? Qual?
Tem religião(a)? Qual(a)?  
Gosta de sexo? Qual a frequência com que pratica? E tem alguma fantasia sexual? Qual?
Tem clube de futebol? Qual?
Foge ao fisco? 
Acumula o RSI com o desemprego ou baixa médica?
É corrupto?

Vejamos por exemplo o ultimo Censos de 2001. Em relação ao estado civil do cidadão, questionavam se era casado ou vivia em união de facto, se era solteiro, viúvo, separado ou divorciado. Que mais precisa o estado de saber, para quê,  e mais importante, porquê?

Se as questões do Censos 2011 forem iguais ás do inquérito piloto realizado em 2010 (entretanto foi aprovado o casamento entre pessoas do mesmo sexo que poderá levar a alguma alteração na pergunta) a imagem ao lado mostra o que cada cidadão terá que responder, relativamente ás suas preferências sexuais. Esta questão, a manter-se nestes termos, questionará as pessoas sobre uma relação que podem querer manter secreta. Sobre uma orientação sexual que só a elas diz respeito. E viola os princípios básicos da descriminação das pessoas pela sua orientação sexual.
Mas espante-se, o Censos 2011 mantém facultativa a pergunta sobre a orientação religiosa da pessoa. Se a orientação religiosa é facultativa e outras orientações nem são perguntadas, porquê perguntar aos cidadãos se a união de facto em que vivem é com pessoas do mesmo ou do sexo oposto?

Fico apenas com a ideia de que a comunidade gay em Portugal tem um "lobby" muito mais forte e importante do que seria de esperar num país que se intitula democrático. E que depois de conseguir fazer aprovar o casamento de pessoas do mesmo sexo, de fazer aprovar o "simplex" da mudança de sexo civil, se prepara agora para mais qualquer movimentação, para a qual a resposta a esta questão do Censos 2011 é fundamental.
Será a adopção de crianças por casais do mesmo sexo?


a) em 2001 já efectuaram estas 2 ultimas perguntas mas a titulo facultativo.
Nota: Questionário piloto de 2010 do Censos 2011

Fonte: INE, JN

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