terça-feira, 13 de julho de 2010

Afinal quem nos vigia?

Esta noticia levou-me a revisitar um tema que já fez furor na Rua do Souto sobre a utilização nas cidades de CCTV.
Afinal quem nos vigia? E quem tem acesso aos registos dessas vigilâncias aos cidadãos? E queremos ser vigiados? Quais as vantagens e desvantagens de sermos vigiados?

Vou começar citar algumas situações em que todos somos vigiados e por opção nossa. Porque acedemos a usar objectos, ferramentas ou locais que permitem um qualquer tipo de vigilância.
Por exemplo: os telemóveis. Quem não se lembra do recente acidente que vitimou uma jovem em Lamego? E de como o uso do telemóvel foi fundamental para a PJ saber quais os pontos (antenas) activados pelo telefone da jovem e, assim qual o seu percurso.
Por exemplo: implementação de um chip humano que ajuda em caso de sequestro, permitindo a localização por GPS do emissor (chip).
Por exemplo: implementação de um chip humano para fácil e rápido acesso à informação médica de um individuo.
Por exemplo: sistemas de rastreio de viaturas ou bens através da sua localização por GPS já tão em voga em empresas de transporte, táxis e outros.
Por exemplo: o uso de dispositivos móveis ou fixos de acesso à Internet, que nalguns casos podem levar à localização até quase ao sofá onde, por exemplo, estou a escrever este post .
Por exemplo: o uso de ferramentas nos nosso telemóveis para a sua localização em caso de roubo ou extravio.
Por exemplo: o uso de cartões bancários para transacções que em poucos minutos podem localizar o local exacto da ultima (ou actual) transacção. Ou permitir o acesso a um registo de utilização por períodos estipulados.
Por exemplo: a utilização de dispositivos automáticos para validação de portagens e/ou estacionamento.

Outros exemplos que nos são impostos quase diariamente, são os futuros chip para as matriculas electrónicas das viaturas, as câmaras de video de trânsito que nos permitem até através de um telefone ou computador o acesso à informação de trânsito, os circuitos internos de CCTV em diversos locais e cidades. Enfim, cada vez mais, a cada avanço tecnológico, estamos mais e mais enterrados numa rede que, qualquer dia, conseguirá localizar-nos e saber toda a nossa informação pela simples passagem por um dispositivo de leitura do nosso chip de controlo.

Se eu me importo?
Nem por isso. Por duas ordens de razões. Primeiro porque nada tenho a esconder e não me incomoda sobremaneira que se possa saber em determinado momento o que estou a fazer e onde. Em segundo lugar, porque como tentei demonstrar aqui, são muitas mais as vantagens que nos trás a tecnologia que permite esse rastreio, do que as desvantagens. E serão, a meu ver, cada vez mais e mais.

E para terminar. Se for à embaixada dos USA fazer qualquer coisa, não envie ou receba mensagens com conteúdos passiveis de o colocar na lista dos "most wanted" do FBI. Não é um acto muito inteligente. Afinal o Big Brother is watching us.

Fonte: TVI24, Expresso, Telegraph, JN

3 comentários:

Rui Moreira disse...

O que é que têm em comum todas essas coisas (exceptuando os chips de matrículas e a tal vídeo-vigilância nas cidades)?

Fácil: a opção de nos expormos ao Big Brother é NOSSA. E isso faz toda a diferença.

Paulo Novais disse...

Mas eu não afirmo que existem neste momento razões para impor aos cidadãos estes tipos de vigilâncias.

Apenas digo que todos os dias fazemos descontraidamente coisas que permitem que sejamos vigiados e não nos preocupamos.
Mas quando se fala em chip na matricula, por exemplo, ao Jesus que é uma violação da minha privacidade.

Por norma rejeitamos as coisas apenas porque sim. Sem sequer ouvir e discutir as razões.

Como os senhores do SMS que citei e deu origem ao meu post.
Põem-se com merdas e depois "Ai, ai, ai que o café sabe a formigas!". Não se esqueçam que foi uma escuta dentro da embaixada dos USA que é considerado território desse país e obriga apenas e só às suas leis.

Alguém pode criticar países como os USA, Espanha e Inglaterra por tomar medidas de vigilância extremas, até violadoras do direitos de algumas pessoas, depois do que lhes aconteceu? E os direitos das pessoas que morreram ou ficaram feridas nestes atentados?
Eu estou disposto pelo menos a falar sobre o assunto. E tentar perceber se realmente é mais violador dos meus direitos ou protector dos mesmos.

Nota: quando vens?

Paulo Novais disse...

Porque não me esqueço, aquando dos protestos da introdução de pagamento nas SCUT, de ver um senhor revoltadissímo ser entrevistado dentro da sua viatura e espante-se... o homem é utilizador da Via Verde.
E protestava contra a violação que seria a aplicação do chip nas matriculas porque estariam a violara a sua privacidade.
E então o dispositivo da via Verde, homem? É mesmo falar contra porque está do DNA dos portugueses.
Ainda não sabem sequer de que se trata mas já gritam alto e bom som "NÃO".