Só uma pergunta, se faz favor.
Eu não sou funcionário publico, mas será que também posso fazer greve?
Por exemplo: hoje faria greve a não pagar os meus impostos de um dia, para não financiar quem não trabalha. E para compensar o meu prejuízo, já agora.
É que eu fui hoje ao 2º Juízo Cível do tribunal de Vila Nova de Gaia para uma audiência de partes e dei com o nariz na porta. Ou seja, 4 pessoas saíram de Braga às 8h30 de carro, deixaram de ir trabalhar e contribuir para a riqueza do país, gastaram combustível, portagens, contribuíram com a poluição de uma viagem infrutífera para o aquecimento global e para quê?
Para nada foda-se. Para ter que lá voltar daqui a sabe-se lá quanto tempo e, entretanto rezar, mas rezar bastante, que para a próxima o doutor juiz não fique de diarreia.
Senhores funcionários públicos. Qualquer que sejam as vossas razões, aos meus olhos e com atitudes destas, perdem-na toda. Seja qual for. Porque eu também tenho as minhas razões e não tenho como as fazer valer. Porque ninguém me reembolsa do meu prejuízo.
Arranjem outras formas de luta. Porque esta só tem três consequências:
- guerra entre governo e sindicatos quanto à percentagem de adesão;
- foder o zé povinho, porque esse é que sente na pele os efeitos da greve;
- diminuição drástica da produtividade de um país envolto numas das suas maiores crises económicas das ultimas décadas.
Sejam também vocês responsáveis. Mostrem que são melhores que o governo. Mas de forma que apenas este sinta as consequências da vossa luta.
Da minha parte, obrigadinho sim!
9 comentários:
Antes que me chamem "fascista" e mais uns desprimores à minha mãe:
Artigo 1º
*Direito à greve*
1 – A greve constitui, nos termos da Constituição, um direito dos trabalhadores.
2 – Compete aos trabalhadores definir o âmbito de interesses a defender através da greve.
3 – O direito à greve é irrenunciável.
Fonte: http://pt.legislacao.org/
mas, também:
Liberdade
Direito de proceder conforme nos pareça, contanto que esse direito não vá contra o direito de outrem.
Fonte: dicionário Priberam da língua portuguesa.
Temos pena que assim seja, mas se quer fazer greve também tem esse direito, infelizmente e tal como os funcionários públicos, sai prejudicado.
Prejudicado já eu fui.
E ainda não fiz nada.
A greve é mesmo para te lixar a vida! Bem vindo ao mundo real...
Não duvides. Agora estou muito mais intolerante. Porque a maioria destas pessoas nunca souberam o que é realmente uma dificuldade da vida. Porque depois tudo parece mais pequenino.
E porque nos meus mais de 25 anos de vida profissional por conta de outrem nunca fiz uma greve. Porque nunca senti necessidade. Porque sempre obtive das entidades empregadoras praticamente tudo o que me propus. Sem precisar de greves. Porque será?
E porque a greve sempre foi e continua a ser instrumentalizada ao belo prazer e conveniência de agendas politicas. E tem muito pouco a ver com os interesses dos trabalhadores.
E porque é desvirtualizada todos os dias quando se utiliza por isto ou por aquilo.
E porque na maioria das vezes, os verdadeiros atingidos não são os que deveriam ser e porque uma greve na função publica actualmente apenas serve para o estado poupar umas coroas de ordenados.
Porque todas as consequências são sentidas, isso sim, por todos nós.
Blá blá blá e sabendo da greve, que tal ligar antes para confirmar? Até para uma simples consulta eu ligo antes para verificar quanto tempo terei que ficar à espera. É para ter tempo para coisas mais produtivas 'tá a ver?
Quando as pessoas são atingidas pela greve, "ai Del Rei que é peixe frito!" porque nos restantes dias querem lá saber quem faz greve e porquê. Não se interessam por outros trabalhadores receberem aumentos de 0% durante anos e quando finalmente recebem alguma coisa em ano de eleições, caem-lhes em cima porque "o aumento é superior ao privado" esquecendo-se dos anos anteriores sem nenhum aumento. Gostaria de saber a vossa reacção se o vosso patrão andasse a pensar cortar nos subsídios de Natal/férias, congelar vencimentos, etc. Não venham com a treta que é preciso apertar cinto e sujeitarem-se porque estamos numa altura má bla bla. Nessa ordem de ideias devíamos todos sentir-nos felizes com uma taça de arroz no final de um dia de trabalho. É sempre melhor que não receber nada, certo?
Ligar para onde anónimo? Para uma repartição publica? A que horas se tinha que sair de Braga ás 8h30? E para ouvir que resposta? «Depende dos funcionários aderirem ou não à greve!».
Não brinque comigo.
Sabe anónimo. A democracia é tramada. Porque é muito boa quando a utilizamos para nosso beneficio. Porque quando temos que o fazer a pensar também nos outros, é uma porra.
Eu já aqui disse, a propósito das greves por aumentos de salário, ou por tudo e por nada como é hábito, que nunca fiz uma greve na minha vida de trabalhador por conta de outrem (25 anos) e sempre atingi tudo a que me propus. Por isso não entendo. Não estão bem? Mudem de emprego. Façam valer o vosso valor profissional para obter um emprego melhor. Ou para progredir nas vossas carreiras.
Agora não me lixem. Usem as vossas armas mas direccionem-nas contra quem merece. O governo. Não nós.
E deixem-se de armar em vitimas. Tenha vergonha. Olhe à sua volta anónimo. Existem 600.000 que nem greve podem fazer. Sabe porquê? Porque não têm trabalho.
Se um dia a sua empresa fecha por greve e eu precisava dela naquele preciso dia tenho o direito a ficar chateado? Tenho mas mas não vou bradar aos 7 ventos que deviam ter vergonha e sei lá que mais só porque fiquei com o dia estragado porque a terem fechado portas é porque tiveram razões para sacrificarem o vencimento desse dia para lutarem pelas vossas exigências. E aí é um direito que vos assiste e que eu jamais iria queixar-me disso.
Você é daqueles que quando vê pessoas que trabalham a recibos verdes ou contratos precários a queixarem-se diz "não estão bem, mudem de trabalho?", "atrás de vocês estão X número de pessoas que nem emprego têm"? Ah já é diferente por causa da razão x, y e z? Então e pessoas que estão melhor comparativamente com os a recibos não deviam lutar? Um varredor do lixo tem melhores condições que um qualquer licenciado num call-center a ganhar 300€ ao mês e com risco de ir para a rua a todo o minuto. O varredor do lixo não se devia queixar porque está melhor protegido, tem mais regalias, melhor salário, etc. etc. que o funcionário call-center? Onde é que você traça a linah entre os que podem lutar por melhores condições e os que "deviam ter vergonha e armarem-se em vítimas" já que supostamente têm mais regalias?
É que primeiro diz para mudarem de emprego e logo a seguir lutar para melhores condições. Ora é precisamente a última o que se está a fazer. E é claro que alguém sai prejudicado seja público ou privado. Esquece-se que um dia de greve numa fábrica é um dia a mais que as encomendas se atrasam e outras empresas dependentes fiam prejudicadas. Ups, democracia é mesmo isto, a minha empresa ficou prejudicada pela outra que fez greve, não quero saber porque o fizeram, devia ir lá mostrar-lhes como é.
"E deixem-se de armar em vitimas. Tenha vergonha. Olhe à sua volta anónimo. Existem 600.000 que nem greve podem fazer. Sabe porquê? Porque não têm trabalho."
E mais uma vez, nessa ordem de ideias, você, eu e todos deveríamos dar-nos por felizes por um barraco onde dormir e uma taça de arroz no final do dia de trabalho. E porquê? Porque há quem nem isso tenha ou porque nos propusemos a não passar disso. É isso?
Tenho muita curiosidade de ver a sua reacção se o seu patrão congelasse o seu vencimento durante anos, congelar progresso na carreira, pensar em cortar subsídio de natal/férias além de virar a opinião pública constantemente contra a sua classe trabalhadora por dá cá aquela palha. Depois queria ver se dizia o mesmo.
E tudo isto porque fez uma viagem inutilmente... Bem, já se fizeram guerras por muito menos. Enfim...
Como é óbvio o anónimo, pela sua parte é livre de aturar o que lhe apetecer. Até que lhe vão à carteira. Agora eu não.
Eu digo sempre a qualquer pessoa que não se sinta bem, que se deve mudar. Mas nem devia ser preciso. Porque quem está mal devia mudar-se de livre e espontânea vontade. Mais do que certo.
Agora não me confunda consigo, anónimo. Eu não sou de ameaçar os mais fracos nem nunca fui habituado a desrespeitar os outros em meu proveito. Deixo isso para a maioria dosa grevistas.
Acho também que o anónimo devia ler o que eu escrevo antes de responder. Evita pelo menos que me ande aqui a repetir.
Eu nunca disse que as pessoas não deviam lutar pelos seus direitos.
MUITO ANTES PELO CONTRÁRIO (as maiúsculas são para ter a certeza que lê). Só não acho que o deva fazer com prejuízo e ás custas de outros.
Por isso não existe linha nenhuma entre quem pode e não pode lutar pelos seus direitos.
Existe sim, uma linha entre os efeitos negativos e prejudiciais sobre outras pessoas. E essa linha tem um nome. Chama-se LIBERDADE. Porque o vosso direito à liberdade e a lutarem pelos vossos interesses não vos dá o direito de atropelar e prejudicar os meus.
Essa é que é essa.
Sim meu caro anónimo. Por muito mal que considere que estou, darei sempre graças a Deus, por mal ou bem, conseguir por sopa no prato dos meus filhos. Que é muito mais do que muitos milhares podem dizer.
E continuo a achar que vocês têm a mania de se armarem em vitimas. De que só os funcionários públicos são injustiçados. E têm aumentos congelados. E mais isto e aquilo.
Olhe à sua volta. Diga-me lá se os aumentos de que ouve falar, se os aumentos da reformas, pensões de invalidez, se podem ser chamados de aumentos? Se não são uma forma de congelar chamando-lhe aumento de 1%. Vamos lá. Olhe mesmo à sua volta. E diga-me se acha superior ou diferente de todos nós? Ou pensa que para o resto dos portugueses os aumentos oa milionários?
E a questão, que acho que não atingiu, não é a viagem em vão. É o principio. Não gosto que me metam a mão ao bolso.
E estou no meu direito.
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