segunda-feira, 1 de março de 2010

5.000.000, 00 € / ano

"Em tempo de crise, as autarquias de Braga, Aveiro, Coimbra, Leiria, Faro e Loulé têm mais um problema: a factura dos estádios construídos a pensar no Euro 2004. Só em encargos com a banca, as seis câmaras pagam, por ano, mais de 13 milhões de euros.

"A factura é elevada e o futuro dos estádios edificados para o Euro 2004 provoca, em alguns casos, acesas discussões nas reuniões camarárias. Não admira. O Euro 2004 foi um sucesso, mas o retorno não chega para suavizar os custos.

"Seis anos após o torneio que coloriu Portugal de Norte a Sul, o quadro é bem mais negro. As autarquias estão asfixiadas, mas os bancos não esperam. A Câmara de Aveiro paga, por ano, quatro milhões de euros em juros e amortizações, repartidos por empréstimos ou locações financeiras contratualizadas para pagar a construção do Estádio Municipal Mário Duarte; a edilidade de Coimbra despende 1,5 milhões de euros; Leiria, 1,2 milhões; Faro e Loulé, proprietárias do Estádio do Algarve, liquidam à banca 1,5 milhões.

"A Câmara de Braga é recordista: o Estádio AXA, representa uma factura de cinco milhões de euros anuais para a autarquia da cidade dos Arcebispos. A soma das verbas despendidas, com juros e amortizações, por estas seis autarquias ascende a 13,2 milhões de euros.

"A factura dos estádios tem mais parcelas. A manutenção provoca outra dor de cabeça. Segundo dados a que o JN teve acesso, custa à edilidade de Braga, directa ou indirectamente - em alguns casos estão envolvidas empresas municipais -, 150 mil euros por mês.

"Em Coimbra, as despesas correntes são da responsabilidade da Académica, clube que utiliza o estádio (em 2010, esta parcela poderá chegar a 450 mil euros), mas em Aveiro, por exemplo, o pagamento da manutenção é desembolsado pela autarquia: 25 mil euros mensais(...)

"Não obstante serem os grandes responsáveis pelo endividamento das autarquias, há quem não tenha medo de novos financiamentos. O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madail, revelou, em Outubro do ano passado, que os estádios de Braga e Algarve também poderiam, para além de Luz, Dragão e Alvalade, emergir como opções para a candidatura ibérica ao Mundial 2018/22, o que envolveria, em qualquer dos casos, um aumento da lotação em mais 12 mil lugares.

"A autarquia minhota mostrou-se disponível, apesar de, num endividamento global de 80 milhões de euros, apenas quatro milhões não serem imputados ao Estádio AXA."

Fonte: Correio da Manhã

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