Oh Paulo, pelo que entendi queres que te recordem os motivos que levaram Jorge Sampaio a comunicar a intenção de dissolver o governo de Pedro Santana Lopes. Certo?
Ora, não sei se te consigo dizer quais foram os motivos do Sampaio, mas sem "esmiuçar" muito a coisa posso recordar-te passagens daquilo que foi o mandato (curta-metragem) do nosso primeiro ministro por decreto... :)
De Julho a Dezembro de 2004... Lembro-me das confusões no dia de tomada de posse: Pedro Santana Lopes teve alguma dificuldade em ler o discurso de tomada de posse e Paulo Portas anunciou Teresa Caeiro na pasta da defesa quando esta estaria noutra Secretaria de Estado ligada às artes. Sempre ouvi dizer que "pau que nasce torto..."
Parece-me também de ressalvar os erros na colocação dos professores, o que levou a que 6 mil ficassem indevidamente sem colocação, e que o ano lectivo arrancasse com significativo atraso.
Logo de seguida o Ministro dos Assuntos Parlamentares contestou o programa de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI por criticar o governo, e na sequência de uma reunião entre Marcelo e o presidente da Media capital, o comentador pede demissão da TVI. Na altura, após averiguações, a alta autoridade para a CS concluiu que o governo limitava a liberdade de imprensa. Dias depois, também José Rodrigues dos Santos pediu demissão da RTP alegando intromissão do Conselho de gerência nas suas atribuições profisionais.
Numa onda de demissões, também o Ministro da Juventude, desporto e reabilitação decide abandonar funções, sem avisar o Primeiro Ministro (acusando-o de falta de lealdade).
Também na altura (e tal como hoje, vale o que vale) Cavaco Silva veio a público criticar o fraco desempenho do governo, alertando para o crescente empobrecimento do país, sugerindo que estava na hora de "afastar os maus políticos".
Ora, isto agravado por ser em tempo record e por se tratar de um PM nomeado, não legitimado pelo sufrágio do povo (o que de seguida veio a confirmar-se com a vitória expressiva de José Socrates), poucos terão dúvidas acerca adequabilidade da decisão de Sampaio... :)
Ora deixa cá ver: - problemas com professores e reforma do ensino; - problemas com a liberdade de expressão da comunicação social; - críticas ao desempenho do governo por parte de Cavaco Silva (vale como denominador comum); - maior crise económica de que há memória; - maior défice de que há memória; - credibilidade e honorabilidade do PM em causa em demasiados assuntos da maior seriedade e gravidade.
Ora eu acho que já chega. Até acrescentei alguns para substituir as "gravíssimas" crises de amuo de alguns ministros de PSL e algumas trocas de pastas de então.
Mesmo assim acho que está para aí 10 a 0 a favor de PSL.
Ehehe... Ó Paulo da memória curta, vejo umas ligeiras diferenças, a saber: - acho que os professores preferem ver a carreira deles alterada do que ficarem sem colocação por engano, digo eu... :) - o atraso no início do ano lectivo acarreta consequências negativas não só para docentes, como para alunos e sistema de ensino em geral, digo eu... - Cavaco Silva ainda não sugeriu que se afastasse José Sócrates, apelidando-o de "mau político", embora acredite que vontade não lhe falta... :) - Quanto às limitações à liberdade de expressão na imprensa, aguardo que as intituições competentes julguem e se manifestem... :) - Em 2004 não estavamos a passar pela maior crise económica internacional de que há memória... :)
Pode custar-te a admitir, mas este governo fez e continua a fazer política com resultados muito positivos... Claro que em meio ano não se podia esperar muito de PSL, mas esperava-se menos disparates... :)
Tens razão. Foi por isso que nunca se viu semelhante mobilização dos professores contra um governo, uma ministra, uma politica. Acho que eles, mesmo assim, preferiam iniciar o ano mais tarde com as respectivas consequências, do que aceitar as politicas deste governo para a educação. Mas claro, é preciso ter objectividade para ver e admitir quando se erra. Em relação a Cavaco Silva tens toda a razão. Não lhe falta vontade, com toda a certeza. A ele e a muitos milhões de portugueses. Quanto a estar à espera que saia alguma coisa das entidades (in)competentes, estamos falados. A ver pelo caso "Casa Pia", já teremos TGV, aeroporto e terceira travessia sobre o Tejo e ainda estaremos à espera que estas julguem e se manifestem... Aliás começa também por aí. Ter, de uma vez por todas - e agora não vás buscar qualquer exemplo ao século passado de um governo PSD -, dizia, ter "tomates" para de uma vez por todas credibilizar o sistema de justiça em Portugal. Podes crer que só isso resolvia mais de metade dos problemas "graves" e "muito graves" que este país tem em braços. Mas claro, a desculpa do costume. Os outros também não fizeram isto, e aquilo, e não sei o quê...
7 comentários:
Oh Paulo, pelo que entendi queres que te recordem os motivos que levaram Jorge Sampaio a comunicar a intenção de dissolver o governo de Pedro Santana Lopes. Certo?
Ora, não sei se te consigo dizer quais foram os motivos do Sampaio, mas sem "esmiuçar" muito a coisa posso recordar-te passagens daquilo que foi o mandato (curta-metragem) do nosso primeiro ministro por decreto... :)
De Julho a Dezembro de 2004...
Lembro-me das confusões no dia de tomada de posse: Pedro Santana Lopes teve alguma dificuldade em ler o discurso de tomada de posse e Paulo Portas anunciou Teresa Caeiro na pasta da defesa quando esta estaria noutra Secretaria de Estado ligada às artes. Sempre ouvi dizer que "pau que nasce torto..."
Parece-me também de ressalvar os erros na colocação dos professores, o que levou a que 6 mil ficassem indevidamente sem colocação, e que o ano lectivo arrancasse com significativo atraso.
Logo de seguida o Ministro dos Assuntos Parlamentares contestou o programa de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI por criticar o governo, e na sequência de uma reunião entre Marcelo e o presidente da Media capital, o comentador pede demissão da TVI. Na altura, após averiguações, a alta autoridade para a CS concluiu que o governo limitava a liberdade de imprensa.
Dias depois, também José Rodrigues dos Santos pediu demissão da RTP alegando intromissão do Conselho de gerência nas suas atribuições profisionais.
Numa onda de demissões, também o Ministro da Juventude, desporto e reabilitação decide abandonar funções, sem avisar o Primeiro Ministro (acusando-o de falta de lealdade).
Também na altura (e tal como hoje, vale o que vale) Cavaco Silva veio a público criticar o fraco desempenho do governo, alertando para o crescente empobrecimento do país, sugerindo que estava na hora de "afastar os maus políticos".
Ora, isto agravado por ser em tempo record e por se tratar de um PM nomeado, não legitimado pelo sufrágio do povo (o que de seguida veio a confirmar-se com a vitória expressiva de José Socrates), poucos terão dúvidas acerca adequabilidade da decisão de Sampaio... :)
Obrigado Marta. "Esmiuçaste" bem o assunto.
Ora deixa cá ver:
- problemas com professores e reforma do ensino;
- problemas com a liberdade de expressão da comunicação social;
- críticas ao desempenho do governo por parte de Cavaco Silva (vale como denominador comum);
- maior crise económica de que há memória;
- maior défice de que há memória;
- credibilidade e honorabilidade do PM em causa em demasiados assuntos da maior seriedade e gravidade.
Ora eu acho que já chega.
Até acrescentei alguns para substituir as "gravíssimas" crises de amuo de alguns ministros de PSL e algumas trocas de pastas de então.
Mesmo assim acho que está para aí 10 a 0 a favor de PSL.
:)
Ehehe... Ó Paulo da memória curta, vejo umas ligeiras diferenças, a saber:
- acho que os professores preferem ver a carreira deles alterada do que ficarem sem colocação por engano, digo eu... :)
- o atraso no início do ano lectivo acarreta consequências negativas não só para docentes, como para alunos e sistema de ensino em geral, digo eu...
- Cavaco Silva ainda não sugeriu que se afastasse José Sócrates, apelidando-o de "mau político", embora acredite que vontade não lhe falta... :)
- Quanto às limitações à liberdade de expressão na imprensa, aguardo que as intituições competentes julguem e se manifestem... :)
- Em 2004 não estavamos a passar pela maior crise económica internacional de que há memória... :)
Pode custar-te a admitir, mas este governo fez e continua a fazer política com resultados muito positivos...
Claro que em meio ano não se podia esperar muito de PSL, mas esperava-se menos disparates... :)
"Pode custar-te a admitir, mas este governo fez e continua a fazer política com resultados muito positivos..."
Só pode estar a gozar.
Pois, pois Marta.
Tens razão. Foi por isso que nunca se viu semelhante mobilização dos professores contra um governo, uma ministra, uma politica.
Acho que eles, mesmo assim, preferiam iniciar o ano mais tarde com as respectivas consequências, do que aceitar as politicas deste governo para a educação. Mas claro, é preciso ter objectividade para ver e admitir quando se erra.
Em relação a Cavaco Silva tens toda a razão. Não lhe falta vontade, com toda a certeza. A ele e a muitos milhões de portugueses.
Quanto a estar à espera que saia alguma coisa das entidades (in)competentes, estamos falados. A ver pelo caso "Casa Pia", já teremos TGV, aeroporto e terceira travessia sobre o Tejo e ainda estaremos à espera que estas julguem e se manifestem...
Aliás começa também por aí. Ter, de uma vez por todas - e agora não vás buscar qualquer exemplo ao século passado de um governo PSD -, dizia, ter "tomates" para de uma vez por todas credibilizar o sistema de justiça em Portugal. Podes crer que só isso resolvia mais de metade dos problemas "graves" e "muito graves" que este país tem em braços.
Mas claro, a desculpa do costume. Os outros também não fizeram isto, e aquilo, e não sei o quê...
Palavras, minha cara, leva-as o vento.
É verdade. Quanto ao comentário do Corrécio à tua frase, não só subscrevo, como acrescento que tens cá uma destas latas...
:s
na mouche
Rui Moreira
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