sábado, 3 de outubro de 2009

Notas sobre o debate da RUM - IV

Ricardo Rio está melhor do que há quatro anos. Bastante melhor. As ideias convenientemente arrumadas, o trabalho de casa feito, propostas concretas aos montes, sobre todos os assuntos e mais alguns. Está lá tudo. Alguém disse, com alguma maldade, que a estratégia do PSD de colocar um jovem "funcionário do partido", convicto, capacitado e devidamente almofadado, e dar-lhe tempo e disponibilidade, se tinha revelado uma belíssima estratégia. E a verdade é que a política da formiguinha parece estar a vingar. Ricardo tem tudo o que é preciso para ser Presidente da Câmara bem na ponta da língua. Eu não tenho dúvidas de que se o Ricardo Rio tiver mais um voto do que Mesquita Machado a cidade só tem a ganhar. Sobretudo por ele.

O que não deixou de ser curioso foi notar que a bela performance de Ricardo Rio só foi traída no momento que, supostamente, iria trair Miguel Brito. Inesperadamente, traiu-os aos dois. Quando a jornalista pergunta a Ricardo se chegou a abrir as portas a Miguel Brito e Ricardo, pela primeira vez, gaguejou e mudou de assunto, viu-se que a coisa podia correr mal. E Ricardo lá foi explicando que há muitos lugares onde se pode ajudar a Coligação e que a Coligação está aberta a todos. Ou seja, explicou, por omissão, que nem hesitou em trocar, na sua equipa e como seu número dois, o Miguel por um desconhecido qualquer. Ora, olhando para Ricardo Rio e para a sua equipa, analisando a forma como foram feitas aquelas listas ou a extensão daquele programa (na extensão, faz lembrar os programas de Mesquita), é impossível não juntar à pergunta da jornalista sobre Miguel Brito a pergunta de Luís Tarroso Gomes sobre o Prof. Miguel Bandeira: mas afinal, é mesmo para mudar de vida ou é só para mudar de cor?

As dúvidas que não restam sobre a dificuldade que Ricardo Rio vai ter, caso ganhe, para segurar a voragem dos partidos que compõem a coligação são as dúvidas que sobram sobre se ele está sequer interessado em fazê-lo. Resta-nos, pois, a comparação entre Ricardo e Mesquita e a ideia de que a alternância é salutar em democracia. O que, bem vistas as coisas, já não é mau.

3 comentários:

Kika disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Catarina disse...

Na verdade ao ouvir o programa da Coligação pela voz de Ricardo Rio, e após leitura do programa do PS, fiquei com a sensação que o único ponto divergente foi o "Não queremos mais betão". Se bem que eu gostava mesmo mesmo de ler/ouvir era "Não queremos mais ladrões nem assaltos nem assassinatos", o programa do PS pelo menos tenta revitalizar partes da cidade com vista a maior segurança...
Quanto à história Miguel Brito... não é que não se "saiba" em Braga (pelo menos à fama de ladrão não se livrou Miguel Brito) a postura de Ricardo Rio, mediante os boatos que soaram de que o partido foi roubado, (penso que por mais alguns motivos para além desse do boato) foi bastante correcta, evitou, no mínimo, lavagem de roupa suja.

Nuno disse...

Algumas coisas não correm bem.

Haverá alguma ingenuidade em querer uma candidatura alternativa à do PS, a 100%.

Não é o caso da "Juntos por Braga". O embaraço descrito revela uma mancha negra. Mas, há mais. Oxalá estas sejam corrigidas!...