sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Quem quer a extrema esquerda no Governo de Portugal?

Louçã aposta tudo numa maioria com PS

Por Manuel Agostinho Magalhães, in Sol, 18.IX.2009

O objectivo de Louçã é obrigar um futuro Governo socialista a negociar no Parlamento com o BE. Para isso, aposta na vitória de Sócrates e ‘reza’ para que PS e BE juntos tenham a maioria absoluta, avança a edição do SOL desta sexta-feira

As sondagens que dão PS e PSD empatados indiciam uma luta renhida para primeiro-ministro. As audiências que Ferreira Leite obteve nos debates televisivos e (até) na entrevista de terça-feira aos Gato Fedorento , parecem aconselhar prudência na análise. Mas Francisco Louçã, porém, fala e age como se apenas José Sócrates pudesse aspirar a formar Governo.

«Parto do princípio de que o PSD perde», diz ao SOL , após um curto comício em Almodôvar em que pediu à assistência: «Vamos acabar com a maioria absoluta e vamos conseguir que as nossas escolhas sejam respeitadas» . Em Lisboa, no Entroncamento, em Setúbal e em Faro, atacou sempre Ferreira Leite, mas nunca fazendo qualquer referência à ameaça de um Governo de direita: o que está em causa a 27 de Setembro é, apenas, impedir a repetição da maioria absoluta. E obrigar o PS_a negociar com o BE cada diploma que queira fazer passar no Parlamento. Daí a importância do reforço do grupo parlamentar bloquista.


Voto útil no PS? Para o BE, não existe. Louçã criou mesmo um pequeno conto moral, a partir do exemplo de um jovem indeciso, que o abordara durante uma arruada. Hesitava em votar no PS, para evitar o regresso da direita ao poder, ou apostar no Bloco. No comício dessa terça-feira, já em Setúbal, Louçã narrou o episódio, terminando com um conselho claro: é preciso votar para «permitir que não continue a maioria absoluta».

3 comentários:

Ramiro Brito disse...

Perigoso... muito perigoso. Bem sei que a maioria das pessoas entende que caso Louçã entre no arco da governabilidade abandonará bandeiras claramente eleitoralistas e impraticáveis que caracterizam o bloco. No entanto, a simples possibilidade, ainda que remota de isso não acontecer pode colocar o país num caos nunca visto... Não estamos em época de cheques em branco...

Rui Moreira disse...

Louçã ainda não percebeu - provavelmente vai festejar o melhor resultado de sempre nas próximas eleições - mas ainda não percebeu, dizia, que, independentemente do resultado que venha a obter, o escrutínio público que levará ao fim desse epifenómeno chamado BE começou nestas eleições. E não acabará mais.

Nuno disse...

Considero as políticas e a "doutrina" do Bloco de Esquerda extremamente destrutiva.

Com base em pressupostos disparatados - há algum país que eles recomendem ou tenham como exemplo? - e muito bem colados a uma cultura relativista e niilista onde vale tudo (como o aborto "a la carte" e o divórcio rápido e fácil, para além da tão desejada eutanásia), apontam para o abismo!

A verdade é que a nossa sociedade está mal e tem problemas, mas, meus amigos, pode ficar ainda pior - muito pior! - e as medidas do Bloco (até o nome tem uma conotação soviética!) são objectivamente más e destrutivas!