sábado, 18 de abril de 2009

A Justiça, além de cega...

Ponte de Entre-os-Rios
Realmente.
Para além de a culpa, como é aliás costume por cá, morrer sempre solteira, ainda por cima obriga os cidadãos, que perderam familiares e amigos no acidente da queda da ponte de Entre-os-Rios, a pagar as custas da acção que moveram, para, coitados deles crentes, tentarem levar alguém a ser responsável pelo factores que originaram o acidente.
Aliás, bem vistas as coisas, estas custas devem funcionar, talvez, como uma espécie de indemnização ao Estado. Sim, leram bem. Pois quem mandou aos familiares e amigos destes agora penalizados cidadãos contribuir para a destruição de património do Estado.

Obviamente que tudo isto é simplesmente ultrajante. Não admira que exista este sentimento generalizado de descrédito na justiça. Pergunto porque será. Não admira que cidadãos transponham para si aquilo que com toda a facilidade vêm os Estado fazer. Fechar os olhos, tapar os ouvidos, olhar para o lado e sair de fininho a assobiar. Pois se depois ninguém acarreta com as consequências. É assim na justiça, é assim o Estado. Valha-nos Deus de ser apanhados por esta teia.

Claro que estes familiares das vitimas do acidente de Entre-os-Rios não devem pagar qualquer custas judiciais. Já chega a humilhação de sequer admitir fazê-lo.

Perguntarão então, o que deverá então ser feito noutros casos semelhantes. Porque afinal não se pode por um preço no sofrimento de uns cidadãos comparativamente com outros. Pois em minha opinião, sempre que estiver em causa o dever do Estado supervisionar (dever de supervisionar? onde é que já ouvi isto antes? hum...) e de zelar pelo bem-estar e segurança de todos os cidadãos e falhar, claro.
Porque afinal é assim que o Estado procede para com os cidadãos. Falha, paga. Pois então.

Ver também:
Estado deve arranjar solução

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