terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Presidente do Conselho, Van Rompuy, elogiou as raízes cristãs da Europa

Roma,14 de Novembro, 2011 (ZENIT.org) - Durou todo o sábado a visita a Roma de Herman Van Rompuy, Presidente do Conselho da Europa. Na parte da manhã, Van Rompuy foi recebido em audiência pelo Papa Bento XVI, tendo com o pontífice um colóquio que durou uns vinte minutos.

"Vivemos uma época de crises", começou o Papa em seu discurso ao euro dirigente belga. "Europa tem grandes problemas", acrescentou o Santo Padre, com particular referência à crise económica. Van Rompuy, em seguida, apresentou sua esposa e o resto da sua delegação ao Papa.

De acordo com o que foi referido pela Sala de imprensa da Santa Sé, a reunião foi realizada "em uma atmosfera de cordialidade" que permitiu "uma troca útil de pontos de vista sobre a situação internacional e sobre a contribuição que a Igreja católica deseja oferecer à União Europeia".

O Presidente do Conselho Europeu deu ao Papa o livro Europe epure du dessin ("Europa esboço de um projeto"), enquanto Bento XVI homenageou Van Rompuy e a sua delegação com a medalha do seu pontificado.

Após a reunião com o Papa, Van Rompuy foi recebido pelo Secretário de Estado vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, e pelo Secretário para as Relações com os Estados, monsenhor Dominique Mamberti.

Posteriormente, o Presidente do Conselho Europeu visitou a Comunidade de Santo Egídio, onde ficou para o almoço, discutindo ainda sobre Europa, sobre a crise econômica e sobre o compromisso da União Europeia no Norte da África, depois da Primavera árabe.

Van Rompuy, por fim, participou da conferência Viver juntos na Europa de hoje, hospedado pela Pontifícia Universidade Gregoriana, durante à qual defendeu as raízes cristãs do velho continente.

O Presidente do Conselho da Europa citou o historiador belga Jacques Pirenne, que disse: "A Europa é um verdadeiro caos, formada por antigos povos romanos, cuja civilização tem origens milenárias, e por novos povos que incluem todos os graus de barbárie e semi-barbárie. A Igreja, unindo-os no cristianismo, cria a Europa. Não será uma entidade política, nem uma entidade econômica, essa será exclusivamente uma comunidade cristã".

O cristianismo foi um "elemento constitutivo” que “marcou profundamente as estruturas” do velho continente, acrescentou o ex-primeiro ministro belga.

A Europa como projecto político "foi a resposta para a guerra, para o horror". Essa está “fundada sobre esta rejeição e sobre esta escolha, pelo homem, contra a barbárie e o totalitarismo ", disse Van Rompuy.

A união dos valores que deveriam unir as nossas comunidades não deverá ser apenas a "solidariedade", conceito que "para não ser demasiado estéril, implica uma noção de partilha e de amor". É justo o amor, de acordo com Van Rompuy, o elemento fundamental: um amor "gratuito no sentido do dom".

O amor é uma "força transcendente", sem, no entanto, ser "abstracta". "Ele precisa, também, de concretização – continuou o euro dirigente -. O amor, como também a fé, está morto se não se traduz em obras".

Depois de prestar homenagem à Companhia de Jesus e ao grande legado religioso, cultural e cívico da congregação de Santo Inácio de Loyola, Van Rompuy concluiu com um elogio à cidade de Roma, citando uma frase do Papa Pio XII: "Roma, a geradoura, a anunciadora, a tutora da civilização e dos eternos valores de vida".

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