quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Rio Este

Estão a decorrer no Rio Este – entre a Av. Frei Bartolomeu dos Mártires e a Ponte Pedrinha – as obras de regularização e ordenamento, estimadas em 2.5 M€. Mas, estas obras suscitam várias dúvidas.

A origem do problema está na falta de cuidado na manutenção do Rio. Desde há trinta anos para cá houve muito descuido com a qualidade da água. As questões ambientais e a protecção do Rio Este pareciam não ter importância e foi despejado para ali todo o tipo de lixo e esgotos. Acabaram por ser associações de voluntários a fazer muito que o município não fez. Este valioso património ambiental e cultural ficou em causa.

1. A questão mais importante é a da qualidade da água.

Assim, deve haver controlo regular e os focos de poluição têm que ser combatidos. É aqui que a Câmara tem que intervir pois é da sua responsabilidade. Se não, o desleixo continua e o Rio Este em vez de valorizar a cidade e dar qualidade de vida às pessoas é antes uma vergonha para todos.

Muito está por fazer. Desde a Serra do Carvalho até aos campos da Rodovia, o Rio vai recebendo poluição para, da Av. Frei Bartolomeu dos Mártires para jusante ficar com as margens reconstruídas. Mas, que interessa ter as obras feitas se o Rio continuar poluído? Aliás, substituí-se o betão pelo granito mas, o leito de cheias está protegido? A fauna e a flora poderão desenvolver-se e crescer?

Para além disso, é importante esclarecer se os lençóis freáticos estão controlados ou se vamos continuar a ter a Av. Frei Bartolomeu dos Mártires – uma obra recente – inundada com enchentes de água da chuva como acontece todos anos… E se, as margens deixam de ser estanques, qual será a segurança das construções feitas junto do Rio? Estão protegidas da água? Esta é, também, uma responsabilidade da Câmara Municipal.

2. Tornar as margens do Rio artificiais descaracterizou o Rio e originou a extinção de fauna e flora. Este erro deve ser corrigido e basta seguir o curso do Rio e ir um pouco mais longe – passando Braga – para ver as margens do Este criando um ambiente natural rico e atractivo para todos, tal como eram no meio da cidade.

Infelizmente, o que assistimos hoje, ali ao lado da Av. Frei Bartolomeu dos Mártires, é a uma limpeza com recurso a maquinaria pesada a destruir a vegetação ribeirinha e a arrancar as árvores e as raízes que protegiam o solo das margens. A vegetação natural não precisa nem deve ser removida!
Está prevista a reflorestação das margens? É fundamental preservar e valorizar a riqueza ecológica e paisagística que o Rio Este pode dar a Braga.

3. Concluindo, é importante pensarmos no Planeamento Urbano que queremos e saber que Política de Ambiente procuramos para Braga.
No Rio Este há problemas com a qualidade da água; há questões de segurança nos leitos de cheias; e as margens têm que ser recriadas de forma a protegerem também a flora e a fauna. Enquanto estas questões não forem devidamente resolvidas, os problemas no Rio Este persistem.


N. Oliveira Dias
( Grupo parlamentar do CDS )
Comissão de Planeamento, Urbanismo, Ambiente…

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