terça-feira, 12 de julho de 2011

Hospitais devem retirar objectos alusivos à infância

Segundo o Diário de Noticias, o IGAS (inspecção geral das actividades em saúde), recomendou que todos os consultórios médicos em hospitais públicos onde são realizadas consultas de IVG (interrupção voluntária da gravidez) ou de acompanhamento psicológico e social das intervenientes, devem remover todos os objectos visíveis nestes consultórios que interfiram com a escolha das mulheres. Especificamente estes consultórios não poderão ter quaisquer objectos relativos à infância ou de cariz religioso. 

Eu pergunto, relativamente a esta questão. Vão também tomar medidas semelhantes em consultórios que atendam, por exemplo, mulheres que têm cancro de peito e vão remover um peito? Por exemplo, proibir que sejam atendidas por médicas e enfermeiras com trajes ousados ou atributos que interfiram com a escolha da paciente?

Eu pergunto ainda, relativamente a esta questão. Os consultórios que o IGAS verificou apenas fazem consultas de IVG? Se não, e então os direitos das outras pessoas. Os direitos de quem sofre de cancro e utiliza os mesmo consultórios de apoio psicológico e social e que acredita e tem fé? E daquelas mulheres que não podem ter filhos, que são acompanhadas nestes consultórios em preparação para IA (inseminação artificial)? A estas pessoas, a privação da presença de objectos alusivos à infância ou de cariz religioso não tem efeitos contrários aos das mulheres que recorrem à IVG? Então porque é que os direitos de umas são mais importantes do que de outras?

Eu pergunto ainda, relativamente a esta questão. Vão também proibir e fechar igrejas e lojas de artigos infantis nas proximidades destes locais? Vão obrigar a médica ou a enfermeira a esconder a cruz que têm no fio ao pescoço? Não poderão ter estes profissionais, fotos visíveis dos seus filhos, por exemplo nos telemóveis ou smartphones?  O que vão proibir a seguir. A presença de mulheres grávidas ou de crianças nas instalações destes hospitais, por exemplo na sala de espera das consultas que tantas vezes são comuns ou adjacentes.

Isto não tem outro nome senão sectarismo ideológico. É um assunto da moda e não importa atropelar os direitos dos outros para extrapolar a importância deste método anticoncepcional.

Já agora só mais uma pergunta. Para quando o pagamento de taxas moderadoras respectivas a quem recorre à IVG. Pelo menos, às quem o fazem por mais do que uma vez! Isto não recomenda o IGAS. Talvez não faça parte das suas (in)competências.

Fonte: Diário de Noticias

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