terça-feira, 21 de junho de 2011

Cavaco pede “solidez, consistência e durabilidade” ao novo Governo

Cavaco Silva avisou ainda que o novo Governo vai enfrentar uma crise económica e financeira em que vão ser pedidos aos portugueses “os maiores sacrifícios desde que foi instaurada a democracia”. Por isso, aconselhou Pedro Passos Coelho a “compromissos alargados", além da coligação PSD-CDS em que assenta o Executivo.

Num discurso que se seguiu à tomada de posse de Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro e dos seus onze ministros e secretários de Estado, Cavaco Silva pediu ao novo executivo que “enfrente de imediato e com determinação os grandes desafios que lhe são colocados no plano económico e social”, considerando que a sua principal missão será cumprir o memorando de entendimento com a troika, por ser esse o “caminho que melhor serve o interesse nacional nos próximos anos”.

Cavaco afirmou ainda que a posse de um Executivo com “apoio maioritário permite reunir as condições de governabilidade necessárias para um tempo que vai exigir grandes sacrifícios dos cidadãos e um enorme sentido de responsabilidade patriótica”.

Um dia depois do falhanço na eleição de Fernando Nobre para presidente da Assembleia da República, Cavaco Silva disse que competirá ao novo Executivo, “aos dirigentes dos dois partidos”, garantir que “a coligação governativa tenha solidez, consistência e durabilidade”. E acrescentou que “Portugal não está em condições de viver crises políticas consecutivas”, prometendo uma “cooperação activa” com o Governo. “Nunca faltei com a minha palavra e com a minha lealdade a um executivo”, assegurou.

O Presidente avisou ainda que o novo Executivo não se esgota apenas no cumprimento do programa de resgate da troika. Há outras preocupações, como “atenuar os elevados custos sociais” das medidas que vão ser tomadas. “É prioritário garantir uma repartição equilibrada dos sacrifícios e uma utilização muito criteriosa dos recursos públicos, com vista a ajudar os cidadãos efectivamente mais carenciados”, afirmou.

Sintonia entre Cavaco Silva e o novo primeiro-ministro existe quanto à impossibilidade de o país falhar. “Portugal não pode falhar”, afirmou Passos. “Não podemos falhar”, disse, por seu turno, Cavaco Silva, “sob pena de a situação [do país] se tornar economicamente irreversível e socialmente insustentável”.

Por Romana Borja-Santos, Nuno Simas
http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/cavaco-pede-solidez-consistencia-e-durabilidade-ao-novo-governo_1499616

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