terça-feira, 3 de maio de 2011

"O CDS merece subir"

"Se eu digo que Portugal precisa de um Governo de mudança, acha que eu estou a defender a continuidade? As minhas palavras são claras", disse Paulo Portas na RTP1, após ser questionado se o PS deve ser chamado a integrar um Governo caso o PSD e o CDS formem maioria.

Na entrevista, o líder do CDS-PP defendeu que "o que Portugal precisa é de um Governo de mudança e que essa mudança é tanto mais forte quanto mais longe for o CDS" e disse estar convicto de que o primeiro-ministro "está a umas semanas de sair".

Questionado se se assume como candidato a primeiro-ministro, Paulo Portas disse que há pessoas no seu partido e na sociedade que o pedem e que está a preparar-se para isso mas só o dirá quando entender que "esse gesto é considerado natural e necessário por uma parte considerável dos portugueses".

Questionado sobre a posição do CDS-PP face à proposta que os peritos do FMI, CE e BCE apresentarão para a ajuda financeira externa a Portugal, Portas considerou que "não vale a pena colocar condições inegociáveis na praça pública", lembrando, no entanto, que o CDS-PP defendeu, junto dos peritos, que é possível não tocar nas pensões mínimas.

Nesta altura, afirmou, a ajuda financeira externa "é inevitável" e é preciso "sentido de responsabilidade".

"O que está em causa é se daqui a quatro ou cinco semanas todos nós agimos com suficiente sentido de responsabilidade para evitar uma ruptura no sistema bancário nacional".

Sobre as metas eleitorais, Paulo Portas disse que não pedirá uma percentagem de votos, afirmando que quando obteve os 10 por cento, em 2009, não os pediu.

"Eu não estou aqui nem para descer nem para limitar danos, eu acho que o CDS merece subir. O voto é merecido", afirmou.

Portas insistiu na ideia de que "o PSD não convence", afirmando que "há cada vez mais gente que não quer premiar o PSD na medida em que parece não ter-se preparado".

Portas disse não acreditar nas sondagens que apontam um empate entre o PS e o PSD, afirmando que "o sentido é de mudança".

DN, 2.5.2011

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