segunda-feira, 2 de maio de 2011

FMI e UE desentendem-se no calendário para domar o défice

O Fundo Monetário Internacional sustenta que a redução do défice das contas públicas portuguesas para os três por cento do Produto Interno Bruto (PIB) deve ser concretizada em quatro anos, até 2015, noticiou esta segunda-feira o Jornal de Negócios. Para o Executivo comunitário e o Banco Central Europeu, o calendário não deve ir além de 2013 ou, no limite, 2014. Uma posição de intransigência que estará a enfurecer o FMI.

Por ora, não está ainda em causa a desejada aprovação do pacote de resgate português a 16 de maio, na reunião dos ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin). Tão-pouco o memorando de entendimento entre a troika e o Governo que oficializará o programa de austeridade desenhado para Portugal, cuja apresentação pode acontecer já na próxima quarta-feira, segundo a imprensa económica. Mas há indícios de tensão entre os homens do FMI e das instituições europeias que integram a missão – Comissão Europeia e Banco Central Europeu.

De acordo com o Jornal de Negócios, que cita fontes não identificadas, o limite temporal defendido pelos europeus para a redução do défice público português – 2013 ou 2014 – estará deixar o Fundo Monetário Internacional “furioso”. Isto porque os especialistas da instituição sediada em Washington entendem que só com um programa para quatro anos, até 2015, é possível assegurar a credibilidade do resgate. Por outro lado, a contribuir para o incómodo do Fundo estará a convicção de que os programas gizados para gregos e irlandeses foram longe de mais, a expensas dos conselhos da própria instituição.

A componente europeia do programa de resgate financeiro estará receosa dos efeitos, entre as opiniões públicas dos países-membros da UE, da imposição de condições menos ásperas a Lisboa para a atribuição do empréstimo, face àquilo que foi determinado nos casos da Grécia e da República da Irlanda.(...)


Fonte: http://tv2.rtp.pt/noticias/

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