segunda-feira, 18 de abril de 2011

Caro FMI, corta nas 4100 freguesias, sff

Henrique Raposo in Expresso


I. Caro FMI, antes de cortares em salários dos funcionários públicos e nas pensões, por favor, olha para outra coisa: o meu querido Portugal tem internet e esgota Ipads (5000 em dois dias, sendo que 4800 foram comprados com crédito; sim, esta gente ainda não percebeu), mas tem um mapa autárquico do tempo do Camilo, do tempo em que um dia de burro separava Loures de Lisboa. Por meros interesses partidários, Portugal tem umas absurdas 4100 freguesias e 309 câmaras municipais. É tempo de cortar a sério neste departamento. É tempo de extinguir freguesias, é tempo de fundir câmaras, é tempo de câmaras pequeninas passarem a ser freguesias de câmaras maiores, etc . E, já agora, também é tempo de meter no lixo os diversos governadores civis. O cargo de governador civil é um poiso de luxo para boys e girls que acham que já estão acima do presidente da junta lá da terra. Sim, caro FMI, esta incapacidade para mexer neste problema óbvio é um dos sinais da autodestruição deste regime.

II. Portugal precisa de separar o trigo do joio. Antes de cortarmos salários a funcionários absolutamente necessários (polícias, médicos, etc.), nós temos de dispensar os serviços e os funcionários que estão a mais . O justo não pode continuar a pagar pelo pecador. É preciso escolher. É preciso racionalizar, e racionalizar não é cortar 10% nos salários de toda a gente. Racionalizar é anular os serviços que estão a mais, nos serviços que não são vitais. E depois deste mapa autárquico, caro FMI, ainda há muito joio para desbastar. Muito mais.

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