quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Portugal impressionista

Leio hoje no Público online que, segundo os resultados de um inquérito realizado no âmbito do estudo “As escolhas dos Portugueses e o Projecto Farol”, cerca de metade do portugueses diz que o país está pior do que antes do 25 de Abril.

Mas todos os indicadores demonstram que não está. Pelo contrário, apesar de estar a passar uma crise profunda e grave, o país está hoje muito melhor do que há quarenta anos.

O Povo português há-de desculpar-me este desabafo, mas tenho falado com alguns portugueses que, como eu, são emigrantes, e fico com a impressão de que aquilo que mais assusta os portugueses que vêem o país a partir do exterior é este estranho impressionismo dos portugueses de Portugal, por assim dizer. Quando a coisa está a correr bem, desata tudo a comprar Mercedes, BMW's, casas na cidade, no campo, na praia, telemóveis de última geração e férias na riviera Maia; mas se a coisa aperta um bocado, aqui d´el rey que vivíamos melhor antes do 25 de Abril. Sim, quando uma cabeça de pescada alimentava uma família é que se vivia bem... Menos, portugueses, muito menos!

(Menos depressão, mais transpiração, era capaz de dar um bom slogan hehe)

3 comentários:

Anónimo disse...

Subscrevo na integra!

(Atenção ao slogan que sugere, a este podem estar outras ideias subjacentes)

hehehe

Nuno Sá disse...

Grande Capote, não acrescentaria uma vírgula. Se as pessoas (de um modo geral, como é óbvio) fossem mais poupadinhas e conscientes, não digo que o dinheiro sobrasse, mas..."arremedeia-se"! Vejamos os exemplos de imigrantes, ucranianos, brasileiros, etc. Vivem com salários mínimos e ainda lhes sobra para constituir família...portuguesa! Aliás, alguém recentemente divulgou um estudo, em como os ucranianos estavam a "cimentar-se" muito bem com a cultura "tuga"! Abraço

Nuno disse...

Não se podem negar muitos progressos na sociedade portuguesa desde o 25 de Abril. Embora nem todos os cravos sejam delicados...

Somos uma democracia muito nova (35 anos), comparada com a dos Estados Unidos ou a de Inglaterra. Estamos também perante uma crise económica muito violenta (a maior desde 1929).

É natural que as pessoas andem assustadas e pessimistas. Mas eu acredito que podemos dar a volta (e as eleições presidenciais podem ser muito importantes nesse sentido...).