terça-feira, 11 de janeiro de 2011

'Não é necessária nenhuma ajuda financeira'

José Sócrates apresentou esta manhã alguns dados de um apuramento preliminar dos principais números da execução orçamental 2010. Segundo o primeiro-ministro, os «números superam todas as expectativas».

O chefe de Governo apresentou alguns números relativos ao subsector Estado e à Segurança Social. Em relação ao primeiro ponto, Sócrates adiantou que há uma «redução do crescimento da despesa do Estado», ao passo que as receitas aumentaram 5,3%, mais que os previstos 4,5%.

A despesa do subsector Estado ficou em 1,7 por cento, contra um aumento de 2,5 por cento presente no Orçamento do Estado.

No que toca à Segurança Social, a «evolução do saldo foi também agradável surpresa» com um saldo de 720 milhões de euros.

Com estas contas, José Sócrates contabiliza uma «folga orçamental de cerca de 800 milhões de euros», dado não prever grandes desvios nos outros sectores.

«Estes dados são bem reveladores», acrescentou, justificando-se com o facto de Portugal ter sido um dos países europeus que mais reduziu o défice em 2010, cortando-o em mais de 2%.

«Partimos para uma boa expectativa para o resultado final do nosso défice, sendo que estes três dados que já estão fechados e que constituem os aspectos principais nos dão claramente a ideia de que o Estado português, não só vai cumprir e ficará abaixo da meta orçamental de 7,3, como vai ficar abaixo desse valor quando o valor final do défice for finalmente apurado», disse.

Referindo-se às referências a uma eventual entrada do FMI em Portugal, o primeiro-ministro vincou que «o país está a fazer o seu trabalho e está a fazê-lo bem».

Nas palavras de Sócrates, «o governo português não vai pedir nenhuma ajuda financeira pois não é necessário. Todos os rumores sobre FMI e assistência financeira são especulações que não ajudam o nosso país».

Questionado sobre a operação privada de colocação de dívida, que o Governo não indicou a quem seria comprador nem mais pormenores, José Sócrates garantiu que Portugal irá continuar a financiar-se no mercado.

«Portugal vai financiar-se no mercado», respondeu aos jornalistas, reafirmando que «Portugal tem todas as condições para se financiar no mercado».

Sobre o leilão das primeiras linhas de obrigações do tesouro do ano, que decorrerá quarta-feira, o primeiro-ministro afirmou que o Governo está confiante na operação.

«Estamos muito confiantes de que essa operação vá correr bem», disse.

José Sócrates explicou, no entanto, que o país tem estado a tentar diversificar as suas fontes de financiamento, devido à actual conjuntura, e que irá no fim-de-semana para os Emirados Árabes Unidos, embora tenha sublinhado que não se trata de uma viagem para 'vender' dívida soberana portuguesa.

«Com a conjuntura de agravamento de 'spreads' que se vive em todo o mundo, decidimos diversificar as suas fontes de financiamento, nada mais que isto. [...] Eu irei no fim-de-semana aos Emirados Árabes Unidos e nada tem a ver com isso», concluiu.

SOL 11/1/11

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