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"A direita portuguesa está confusa com as presidenciais. Uns não percebem a passividade de Cavaco com Sócrates. Outros não entendem porque é que, se acha o país numa situação insustentável, Cavaco não faz nada.
"E muitos não perdoam ao Presidente ter assinado a lei do casamento entre homossexuais, alegadamente, porque o país está em crise e o resto não conta.
"Bagão Félix, economista, católico e homem de convicções, tem sido desafiado a ir contra Cavaco. Nunca lhe ganharia, é sabido, mas marcaria posição e evitaria que muitos eleitores desta área fugissem para a abstenção.
"Bagão tem dito que não, mas já avisou que haver um segundo candidato à direita não é herético. Embora reconheça que há o risco de favorecer Manuel Alegre, que a direita não quer para Presidente.
"Vale a pena desdramatizar. O pior que um eventual candidato alternativo a Cavaco pode fazer ao actual Presidente da República é forçá-lo a ir a uma segunda volta. E a aguentar um debate de convicções, valores e concepções políticas, durante a primeira volta das presidenciais. Na segunda, Bagão, ou quem fosse, apelaria ao voto em Cavaco. E Cavaco só teria que mostrar que é melhor para um país que precisa de reformas que nunca poderá ser a esquerda a fazer. Nem um Presidente de esquerda a avalizar.
"Difícil? Nem por isso. Ter medo do confronto e só saber jogar pelo seguro é que é pobre. Cavaco deixou que ambiguidades várias lhe nublassem a imagem. Ir a uma segunda volta nas presidenciais só lhe pode fazer bem."
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2 comentários:
Concordo plenamente. independetemente de, como sabes, eu achar, tendo em conta nosso quadro de competências e deveres presidenciais o PR Cavaco tem feito o que lhe competia com honestidade, verticalidade e sentido de responsabilidade na esmagadora maioria das situações, assim se afirmado como um bom presidente (muito melhor do que os que o antecederam), e de, por isso mesmo, me sentir muito inclinado a dar-lhe, uma vez mais, o meu apoio e o meu voto, o facto é que não vejo, nem no plano táctico, nada de negativo no aparecimento de uma nova candidatura à direita.
Aliás, quanto a este assunto, há dois pontos que devo frisar: em primeiro lugar, era o que faltava que em democracia alguém seja "forçado" a não avançar com uma candidatura para defender outra. A táctica não vale assim tanto. Por outro lado, é óbvio que Cavaco tem tudo para ganhar, salvo alguma catástrofe, vai ganhear, pelo que o problema, ainda que fosse atendível, não se coloca.
um abraço
Faço minhas as tuas palavras Rui.
Apesar de ter discordado vivamente da forma como ele aprovou (ou não vetou) o casamento homossexual, acho que apesar de tudo a presidência dele foi positiva. Comparativamente às anteriores, nem falo sequer.
Abraço
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