quinta-feira, 17 de junho de 2010

"À segunda é melhor"

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"A direita portuguesa está confusa com as presidenciais. Uns não percebem a passividade de Cavaco com Sócrates. Outros não entendem porque é que, se acha o país numa situação insustentável, Cavaco não faz nada.

"E muitos não perdoam ao Presidente ter assinado a lei do casamento entre homossexuais, alegadamente, porque o país está em crise e o resto não conta.

"Bagão Félix, economista, católico e homem de convicções, tem sido desafiado a ir contra Cavaco. Nunca lhe ganharia, é sabido, mas marcaria posição e evitaria que muitos eleitores desta área fugissem para a abstenção.

"Bagão tem dito que não, mas já avisou que haver um segundo candidato à direita não é herético. Embora reconheça que há o risco de favorecer Manuel Alegre, que a direita não quer para Presidente.

"Vale a pena desdramatizar. O pior que um eventual candidato alternativo a Cavaco pode fazer ao actual Presidente da República é forçá-lo a ir a uma segunda volta. E a aguentar um debate de convicções, valores e concepções políticas, durante a primeira volta das presidenciais. Na segunda, Bagão, ou quem fosse, apelaria ao voto em Cavaco. E Cavaco só teria que mostrar que é melhor para um país que precisa de reformas que nunca poderá ser a esquerda a fazer. Nem um Presidente de esquerda a avalizar.

"Difícil? Nem por isso. Ter medo do confronto e só saber jogar pelo seguro é que é pobre. Cavaco deixou que ambiguidades várias lhe nublassem a imagem. Ir a uma segunda volta nas presidenciais só lhe pode fazer bem."

http://www.rr.pt

2 comentários:

Rui Moreira disse...

Concordo plenamente. independetemente de, como sabes, eu achar, tendo em conta nosso quadro de competências e deveres presidenciais o PR Cavaco tem feito o que lhe competia com honestidade, verticalidade e sentido de responsabilidade na esmagadora maioria das situações, assim se afirmado como um bom presidente (muito melhor do que os que o antecederam), e de, por isso mesmo, me sentir muito inclinado a dar-lhe, uma vez mais, o meu apoio e o meu voto, o facto é que não vejo, nem no plano táctico, nada de negativo no aparecimento de uma nova candidatura à direita.

Aliás, quanto a este assunto, há dois pontos que devo frisar: em primeiro lugar, era o que faltava que em democracia alguém seja "forçado" a não avançar com uma candidatura para defender outra. A táctica não vale assim tanto. Por outro lado, é óbvio que Cavaco tem tudo para ganhar, salvo alguma catástrofe, vai ganhear, pelo que o problema, ainda que fosse atendível, não se coloca.

um abraço

Paulo Novais disse...

Faço minhas as tuas palavras Rui.
Apesar de ter discordado vivamente da forma como ele aprovou (ou não vetou) o casamento homossexual, acho que apesar de tudo a presidência dele foi positiva. Comparativamente às anteriores, nem falo sequer.
Abraço