segunda-feira, 17 de maio de 2010

Cavaco no seu pior!

Cavaco Silva promulgou casamento homossexual

O Presidente da República explicou ao país por que decidiu promulgar a lei do casamento homossexual e lembra que se o diploma fosse vetado poderia voltar a ser aprovado na Assembleia da República.

2010-05-17 20:33:38, RTP

6 comentários:

Nuno disse...

O Pecado Promulgado

“ … (A) maior perseguição da Igreja não vem de inimigos externos, mas nasce do pecado na Igreja.”

Bento XVI, 11. 05. 2010

Não há nenhuma dúvida que quer a Doutrina Católica quer a Lei Moral Natural reconhecem e anunciam que os actos sexuais entre pessoas do mesmo sexo são intrinsecamente perversos e depravados; e que a legalização do pseudo-casamento entre pessoas do mesmo sexo ou de “uniões civis”, como as que existem em França e em Inglaterra, por exemplo, constitui uma grave injustiça e uma cooperação formal com o pecado mortal praticado ao abrigo dessa “lei”, tornando a pessoa que legisla ou promulga tal absurdo, moralmente responsável de todo o mal que dela derivar.

Há preceitos que são absolutos morais e que por isso obrigam sempre, sem excepção alguma, em toda e qualquer circunstância, e que, por isso mesmo, não são negociáveis. Tal é o caso em apreço. E não é verdade que no caso de vetar a “lei” ela passaria de qualquer maneira, porque o Presidente pode dissolver a assembleia da república e pode também renunciar ao mandato.

Ao promulgar a “lei” iníqua do falsamente denominado “casamento” entre pessoas do mesmo sexo o Presidente da República, que se proclama católico praticante, comete um gravíssimo pecado que gera uma “grande perseguição” à Igreja. Não só pelo seu pecado em si, mas também por todos os efeitos funestos que dessa “legislação” derivarão.

Talvez o político consiga enredar as multidões como Lenine, Hitler, Mussolini ou Obama mas um dia, brevemente, terá de responder diante do Supremo Juiz, prestando rigorosas contas dos imensos crimes por que foi responsável.

Nuno Serras Pereira
17. 05. 2010

Unknown disse...

Por acaso nãoa chei nada, gostei da decisão de Cavaco e gostei sobretudo dos argumentos apresentados e da doutrina presidencial no que toca a temas fracturantes: ficou bem claro que Cavaco não gosta desta lei e que Cavaco defende que, ainda que se admitisse a necessidade de uma mudança, a regra do maior consenso social possível aconselharia a que se optasse pelo regime da união civil.

Mas, ao entender que o momento do país não permite que Portugal se enterre durante semanas numa discussão pouco mais do que nominalista, ainda por cima para nada (uma vez que existe maioria para confirmar o diploma), Cavaco pensou no país.

E, aí, tem todo o meu apoio no entendimento de que o país não pode perder tempo com estas coisas... Fazem falta políticos como Cavaco, é o que é.

Unknown disse...

E acho o artigo do Pe. Nuno Serras Pereira absolutamente lamentável - aliás, costumo achar. O Estado não pode legislar o pecado nem pode impor, proibir ou omitir com base nos preceitos éticos de uma religião. Se o senhor padre acha que a homossexualidade é uma depravação, pode e deve evitar a prática de actos homossexuais, mas não tem exigir que a sua classificação seja plasmada em lei. infelizmente, há sectores da Igreja (e não só), que não perceberam uma coisa muito simples: enquanto debaterem assim vão perder as batalhas todas. Esta veemência contra o casamento homossexual (não é que concorde com ele da forma como está nesta lei, apenas acho que não justifica a luta) faz-me lembrar o tempo em que ouvia ilustres representantes da Igreja condenarem na televisão o aborto com o mesmo vigor com que condenavam o preservativo. Uns anos depois, o resultado desta argumentação no imaginário popular foi o seguinte: "Não liguem à Igreja, a Igreja é contra tudo, se fosse pela Igreja nem preservativos usávamos, bora lá legalizar o aborto". Duvidam?

Nuno disse...

Eu acho que a opinião do Pe. Nuno é coerente. Não deve ser imposta, mas é clara.

E penso também que as alterações nos comportamentos têm levado ao declínio da Europa em geral e de Portugal em particular.

Entra por aqui o relativismo e a irresponsabilidade. A Europa tende a tornar-se egoísta e pouco generosa. A natalidade desce constantemente e o casamento é sistemáticamente desvalorizado. Os comportamentos de risco são tidos como exemplos a seguir...

Dos anos 60 para cá têm-se cometido e incentivado práticas muito negativas que, claramente, não respeitam a dignidade da pessoa. Também por isso, assistimos a uma sociedade em crise de valores. Em muitas situações - como esta - não se destingue o que é o mal do que é o bem.

Penso que esta decisão de Cavaco Silva é errada e as consequências serão trágicas.

Nuno disse...

«O Presidente da República promulgou hoje a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

«Invocando a famosa dicotomia de Max Weber entre a "ética de convicção" e a "ética de responsabilidade", Cavaco Silva deixou claro que preferia outro tipo de quadro legal, mas que assina o diploma do Governo para não dividir o país em tempo de crise e "não arrastar mais este debate".

«É caso para perguntar a que debate estará a referir-se. A lei foi aprovada pela maioria de esquerda no Parlamento sem que os portugueses tivessem sido consultados, como foram no aborto.

«E quanto às convicções e à responsabilidade, a Alemanha de Max Weber ilustra precisamente o que acontece quando as coisas se separam. A primeira responsabilidade de um político, como a de qualquer outra pessoa, é perante a sua consciência. Se um político não responde perante as suas próprias convicções, responde perante o quê? Em nome de que convicções exerce ele o poder? As da maioria? As do povo de esquerda? As do Eng. Sócrates? Pobre Cavaco, a reeleição não vale isso.

«Ou, como diria Thomas More ao seu secretário Richard Rich, que o condenou à morte com um testemunho falso e em troca recebeu o cargo de procurador do rei no Pais de Gales: "Pobre Richard, de nada serve ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma - mas o País de Gales..." »

por Pedro Picoito

Nuno disse...

Bernarda d'Alba disse...

«Lembrar o que o saudoso Rei Balduíno da Bélgica fez aquando da promulgação da lei do aborto teria sido, no mínimo, refrescante em Cavaco Silva.»