sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Entretanto no país real...

Enquanto a A.R. discute problemas realmente importantes para o país como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o desemprego em Portugal não mostra sinais de abrandar.

Coisa pouca e de somenos importância, claro.




Fonte: Eurostat; Publico

27 comentários:

Marta Ferreira disse...

Ainda bem que não se fez um referendo, senão ainda se discutia mais... e tb ficava mais dispendioso. :)

Paulo Novais disse...

Vá lá. Estamos de acordo pelo menos uma vez.
Mas ainda se poupava mais, se a A.R. não perdesse tempo precioso numa altura de crise com um assunto que neste momento só vai abranger uma percentagem irrisória da sociedade. Afinal os desempregados já chegam aos 600.000.
Mas isto sou eu a pensar, que sou um gajo a preto e branco, segundo parece.

Paulo Novais disse...

Há, é verdade. E este meu post? Para este não tens comentários?
Vá lá. Mostra que realmente sabes e podes ser uma verdadeira democrata a cores :-)

http://ruadosouto.blogspot.com/2010/01/entretanto-no-pais-real-ii.html

Marta Ferreira disse...

Até ia comentar, mas já se fazia tarde para o jantar e não gosto de fazer esperar... :)

Ora bem, analisando a evolução das taxas de desemprego segundo a Eurostat, constato que: desde Novembro de 2008, a taxa de desemprego aumentou em todos os países da UE, sem excepção. Aumentou também na Noruega, Japão e Estados Unidos. Ou seja, o desemprego não é uma desventura do nosso país, nem sequer da UE, mas é o resultado de uma crise económica e financeira de nível mundial.
Constato ainda que, em Novembro de 2008, Portugal tinha a 8ª taxa de desemprego mais alta da UE, e que em Novembro de 2009 continua a ter a 8ª. Aumentou, num ano, cerca de 2,4% (que foi o 13º maior aumento na Europa a 27, sendo que a Roménia, o Reino Unido e a Grécia não têm as estatísticas actualizadas, podendo Portugal até situar-se no 16º maior aumento…).
Ora, sendo o desemprego uma das principais preocupações deste governo (bem como as suas consequências no orçamento das famílias Portuguesas), não podia deixar de mencionar aqui um conjunto de políticas implementadas e outras anunciadas para minimizar os efeitos da crise. Assim, parece-me importante referir as políticas de apoio às famílias (aumento do abono de família, criação do abono pré-natal, alargamento da rede de equipamentose respostas sociais, criação dos CLDS, etc.), o alargamento do subsídio social de desemprego, o maior aumento de sempre do salário mínimo, a criação do CSI e dos benefícios adicionais, o rendimento mínimo garantido, o investimento na qualificação e os incentivos à contratação (os cursos de dupla certificação, as NO, os EFA, os INOV). Já para não falar em programas específicos como o Progride, o Programa Escolhas, o Prohabita, etc.
Foram ainda anunciadas outras medidas na área do Trabalho e Segurança Social que serão implementadas a curto-prazo: a redução em 1% da contribuição social a cargo da empresa relativa aos trabalhadores com salário mínimo, a extensão do Programa de Qualificação-Emprego, o alargamento do prazo disponível para as empresas regularizarem as suas dívidas ao fisco, e outras medidas de apoio às empresas.

Paulo, há uma coisa que ainda não entendi. Não são vocês neoliberais? Não é o Estado mínimo um dos pilares da política neoliberal? Afinal não é o mercado a melhor maneira de instituir a produção e a distribuição?
Pensei que o conceito de Estado mínimo pressupunha que o Estado não se intrometesse no mercado, não redistribuísse rendimentos, não utilizasse o dinheiro dos impostos para apoiar os menos favorecidos... Agora que as empresas e o mercado estão com problemas já vos parece apropriado, e até imperativo, o Estado intervir? :S

Sim, eu sou uma democrata a cores… e com a governação PS parece mesmo que vou continuar a acordar no século XXI… ;)

Paulo Novais disse...

Olá Marta. Por acaso não era a este post que me referia, mas ainda bem que respondeste. Sim Marta, sou neoliberal. E não confundas. Não são as autoestradas, as pontes sobre o Tejo, aeroportos e TGV's a solução para a economia do país. E muito menos a subsidio-dependência.
Mas isto não quer dizer que o estado não seja responsável por tomar medidas necessárias para combater a crise. Quem sabe o reembolso do IVA ás empresas em 30 dias, o abolimento do pagamento de impostos adiantados como o PEC e o PC, a tributação do IVA sobre o recibo/VD e não sobre a factura, eu sei lá.
E a última vez que verifiquei, esta era uma das responsabilidades do estado, do governo, acho eu.
Podíamos estar aqui a esgrimir quais as medidas certas e os porquês mas nunca estaríamos de acordo.
No entanto enumeraste umas quantas, que ideia, e no entanto vê lá tu. Nenhuma teve qualquer significado nem conseguiu travar o desemprego. Já não digo regredir os números negros que não deixam de nos surpreender mês após mês, mas tão pouco evitar que cresçam a este ritmo.
E não. O estado não tem que intervir no mercado financeiro nem sequer substituir-se a ele. Apenas lhe deve dar as ferramentas necessárias e apropriadas para que possa travar as suas lutas. E fiscalizar. Fiscalizar muito para além do que o BdP tem provado ser capaz.
E o "que será, será!"
Nem mais nem menos. Mas justo, sem o próprio estado a constituir-se como o principal entrave ao desenvolvimento sustentado das empresas.
Mas tem-se provado que isto é muito mais do que este governo do PS (a cores, de alta definição, por fibra óptica, em 3D, e o que quiseres) é capaz de fazer.
E o resultado está à vista.
10,3 % = 600.000 desempregados.
Sim Marta. Estamos o século XXI. E vamos todos acordar com o governo PS por mais algum tempo. Pena é que acordemos dia após dia de um pesadelo para logo nos inteirarmos que estamos noutro... o da governação PS.
Enfim. É a cores mas e um filme de terror...

Nota: o post que não comentaste é "entretanto no país real... II". Porque será? E podes comentar a cores ou preto e branco.

Paulo Novais disse...

Desculpa lá. Esqueci-me e é muito importante.
Que tal também o estado pagar ás empresas que realmente trabalham e de quem são devedores, a tempo e horas e contribuir desta singela forma para que elas estejam menos afogadas em dividas e possa por sua vez pagar os impostos em devidos ao estado para que o estado possa por sua vez pagar as dividas que tem ás empresas... bem já sabes onde isto vai dar.
Talvez assim fossem necessários menos alargamentos de prazos que depois o próprio estado se encarrega de absorver com as dividas ás empresas.

Marta Ferreira disse...

Eheh...Peço desculpa, só não comentei porque achei que não merecia comentário. Mas eu vou lá...

Nuno disse...

O desemprego é muito violento.

E, se é cero que o Ministro das Finanças é muito competente (graças a Deus!). A verdade é que a despesa nunca parou de aumentar. O PS está no Governo há cinco anos, podia ter corrigido esta infeliz e grave tendência nas contas públicas. Não o fez porque é socialista e adora o Estado (ou o velho Estado, se preferirem).

Aliás, também o ex-Ministro Pinho (também ele esforçado e dedicado) deu a crise por terminada uma série de vezes e até desceu o IVA para que esse fim ficásse bem sublinhado. Vamos ver o que nos diz o novo Orçamento de Estado quanto a impostos.

De facto - e como assistimos na Assembleia Municipal de Braga - o PS tem-se mostrado particularmente insensível em relação aos mais desfavorecidos. Prova disso é que nesta crise - com todo o desemprego e toda a fragilidade nas empresas - não desceu qualquer taxa municipal.

Nuno disse...

Paulo,

essa de seres neoliberal é que me mata! Até porque os neoliberais já estão velhos, cansados, derrotados e gastos!

Paulo Novais disse...

Olá Nuno.

Cada um é o que é. E sim, em termos económicos e no sentido amplo do termo, posso dizer que sou neoliberal. E a ultima vez que verifiquei a definição, posso enganar-me, mas também tu está muito próximo. Acho eu.

Neoliberalismo
Forma moderna do liberalismo que permite uma intervenção limitada do Estado.
ou
political philosophy: the political view, arising in the 1960s, that emphasizes the importance of economic growth and asserts that social justice is best maintained by minimal government interference and free market forces.

A primeira é da Priberam e a segunda da Encarta.

Quanto a velho, cansado, derrotado e gasto...

Nuno disse...

Caro Paulo,

Não leves a mal a picardia...

Eu acho é que as teorias neo liberais deram na crise dos Estados Unidos, com a não regulamentação dos mercados (o velho lema lessez faire, lessez passer)...

Marta Ferreira disse...

Oh Nuno, não me digas que deixaste de ser neoliberal porque descobriste que o modelo fracassou... :)

Paulo Novais disse...

Nuno,

O problema é que neoliberal quer dizer que o estado não deve intervir directamente no mercado económico e não que se deve abster de regulamentar e fiscalizar.
O problema dos EUA foi o laxismo e a incompetência aliadas à ganância, o que é bem diferente.
O modelo neoliberal económico funciona em muitos países e com bastante sucesso.

Paulo Novais disse...

Marta,

Deves estar enganada. Estamos a falar do neoliberalismo e não do socialismo.
Pelo que sei os modelos económicos socialistas é que faliram todos.
Basta ver o antigo bloco de leste.
:-)

Marta Ferreira disse...

O socialismo soviético (totalitário, não democrático)? Falhou... O socialismo democrático nórdico é, por outro lado, exemplar.

Nuno disse...

Eu nunca fui neo liberal.

(Essa ideia de colar rótulos assim sem mais nem menos é um bocado perversa...)

Nuno disse...

Quanto à ideia do "socialismo democrático nórdico" (o nome é extenso...) ser exemplar...

...tenho as minhas dúvidas!

Nuno disse...

Agora, meus caros, os neo liberais tem tendência para serem um bocado selvagens...

...desculpem lá a força da expressão! Mas, não me admirava que eles andássem entusiasmados com o que agora se passa na China:

um país, dois sistemas. Leia-se, o capitalismo selvagem à solta, sem qualquer respeito pelas pessoas (pela democracia, direitos humanos...) e com lucros astronómicos!...

...Não acho bem.

Marta Ferreira disse...

Utilizei a designação "socialismo democrático nórdico" mas poderia ter utilizado a "socialdemocracia nórdica". Não queria era que confundisses com o "nosso" (português) Partido Social Democrata (o PPD travestido por puro taticismo político), já que na sua origem estão não só ex-deputados do Estado Novo, mas também todos aqueles que não se reviam no socialismo democrático. :)

Paulo Novais disse...

Nos que não se revêm no socialismo democrático?
Pergunta 1 - o do PS português? HAHAHAHAHA
Pergunta 2 - Isso quer dizer que eu sou do PPD/PSD? Bolas...

Paulo Novais disse...

Nuno,

Volto a dizer que tudo o que não tem regras ou tem regras distorcidas só pode dar origem a selvajaria e desputismo.
Quer seja na política, na religião, na sociedade ou no dia-a-dia de cada um de nós.
Exemplos não faltam, infelizmente.
A culpa não é da teoria mas sim da prática. É caso para dizer "olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço".
Fica bem Nuno. Abraço.

Marta Ferreira disse...

Desculpa Paulo!

Também absorveu todos aqueles que não se reviam na direita autoritária. Os que se reviam não absorveu... eheh.

E por muito que custe a alguns, o PS é o socialismo democrático português... virado para a chamada Social Democracia Reformista (no sentido europeu) que Guterres tentou e Sócrates conseguiu. :)

Paulo Novais disse...

Ufa. Estou mais aliviado.
E não me custa nada, Marta. Depois de sair no pântano o PS nacional entrou agora... bem por consideração a ti abstenho-me de adjectivar.
Custa é ao país, que com estas e outras dá 1 passo em frente, 2 para cada lado e 3 para trás.

Marta Ferreira disse...

É pântano, é andar para trás... é mais não sei quê... Mas continua a ser o partido em que os portugueses mais depositam o seu voto de confiança. :P Será que o Português é um sofredor, e gosta?

Paulo Novais disse...

Hum!!!
Pergunta difícil, Marta.

Mas deixa ver. Governo socialista, desemprego caótico, educação pela hora da morte, justiça volta estás perdoada, segurança nem vê-la, divida publica astronómica, corrupção impera... e muito, mas muito mais.

Sim. A resposta é sim. O português deve ser masoquista e deve ter prazer em sofrer. Não existe outra explicação.

Mas pior do que isso é uma minoria fazer sofrer a maioria por arrasto. Mas é a democracia.

Marta Ferreira disse...

Eheh! Se calhar somos todos uns masoquistas e uns loucos. ;)

"Uma mãezinha via a primeira parada do filho após a recruta. Ao vê-lo passar exclama: -Como o meu filho marcha bem, é o único que marcha certo."

Paulo Novais disse...

Hehehe... pois.

Esta mãe deve ser das que votam PS.
Pois nenhum pai que se preze tem orgulho em ver o filho marchar no exército.
Pode ser-se obrigado a aguentar, mas gostar?!