segunda-feira, 28 de setembro de 2009

THE DAY AFTER!!!



Ora, na ressaca da noite eleitoral que trouxe uma nova moldura política ao país, cabe dizer que a frase que mais retrata aquilo que se espera do futuro é de Louçã, "nada será com dantes". Claro é que isto foi dito quando o Bloco se preparava para despir a t.shirt de fundamentalistas baratos, para vestirem o fato de sérios candidatos a participarem na governação do país. Aliás, se há coisa que se percebeu claramente ontem é que, face á possibilidade de cheirar o poder, não há grade coisa que distinga as forças políticas ou os líderes.
Vitória e derrotas. Claramente que nestas eleições o maior vitorioso é Paulo Portas e o CDS/PP. Não só ultrapassou os tão ambicionados dois dígitos, como obteve um número de mandatos histórico e ainda se tornou importantíssimo na balança de poder que vai orientar o país nos próximos (em princípio) quatro anos. Se deve ou não entrar numa coligação governamental?Quanto a mim não o deve fazer... é errado e desonesto do ponto de vista dos princípios e da ideologia. Deve ter a responsabilidade de viabilizar a governabilidade do país com enorme sentido de Estado e tentando usar a sua preponderância para influenciar aspectos estratégicos.
O PS consegue um resultado muito inferior a 2005, mas contudo vence eleições em condições conjunturais do ponto de vista do emprego, da economia e das finanças bastante difíceis. Porquê? Só o tempo poderá dizer, mas como não podia deixar de ser eu tenho uma opinião. A resposta está no grande derrotado da noite.
Sinceramente a derrota é do PPD/PSD e não apenas da Manuela Ferreira Leite. O PSD foi um partido irresponsável desde 2005 até agora. Primeiro lincharam Santana Lopes quando ainda era Primeiro-Ministro, depois desgastaram-se em sucessivos ataques aos mais que muitos líderes que tiveram ao longo deste interregno governativo. De facto, não souberam estar á altura de maior partido da oposição e não foram capazes de se unir em torno de um só líder, de um só projecto. Até nisso Portas foi mais inteligente, mesmo com o assalto ao poder no CDS, soube gerir a oposição e coloca-la do lado dele. Manuela Ferreira Leite foi apenas o instrumento que o tempo quis que fosse a que disputou eleições. O PSD é claramente e mais uma vez vítima de si próprio e o grande responsável pela vitória de José Sócrates.
Claro que o Primeiro-Ministro também tem os seus méritos, mas parece-me mesmo que neste caso é mais demérito da oposição do que o contrário.
O Bloco de Esquerda chegou a cantar vitória. Tem razões para sorrir, pois duplicou a votação e a representatividade. Quase chegou ao arco da governabilidade, mas morreu na praia. Honestamente, para meu descanso. Foi um bom resultado para um partido recente, mas Louçã não conseguiu esconder a desilusão quando percebeu que teria menos deputados que o CDS/PP.
A CDU está, quanto a mim, a morrer aos bocadinhos. É compreensível desde logo porque claramente as suas ideias, a sua intervenção política está velha, caduca e em claro desuso. O comunismo é em si um ideal moribundo... inexequível... mais tarde ou mais cedo terá a morte á vista. A CDU teve mais percentagem, mas poder-se-ia ter estrepado, não fosse o aumento de deputados presentes no hemiciclo nesta legislatura. Está ao nível do habitual. O discurso do líder ainda é vinil.
Na liga dos últimos destaque para a fraquíssima votação de Manuel Monteiro e do seu projecto. Claramente deitou por terra a teoria das pessoas e das candidaturas pela região.

Esperam-nos mais quatro anos de Sócrates. Uma nota final, ninguém me tira da cabeça que um dos pontos de viragem destas eleições foi o momento em que anunciou que não iria repetir o governo, nomeadamente a Ministra da Educação. Cavaco quando se cala não ajuda o PSD, está mais do que visto.

2 comentários:

Nuno disse...

Um país ingovernável...

...Ou o PS a começar já a segunda volta das legislativas, para daqui a uns meses (como sugeriu João cravinho).

Nuno disse...

Na 2ª feira, estava numa esplanada (a gozar este belo Sol de fim de Verão) e comentavam uns caloiros, a propósito das legislativas e do próximo Governo:

"- ... o Sócrates casa-se com o Portas."