quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Mais do que um grito de revolta!
Quem me conhece e também quem me dá o privilégio de ler as minhas postagens neste blogue, sabe que normalmente sou bastante cáustico. Que brinco com as coisas e que digo as coisas a brincar. Que acho que a melhor forma de encarar a vida é com humor e boa disposição.
Mas há coisas...
Também tenho filhos.
Sei bem o que devem estar a sofrer as famílias de vitimas de violação, em especial a destas duas ultimas raparigas. Mas não imagino o que deverão sentir as próprias.
Porque tiveram a coragem, depois de ser vitimas de um crime hediondo, de exercer o seu dever como cidadãs e reportar esse mesmo crime e clamar por justiça.
E, logo para inicio de conversa, a justiça tinha ido de férias. Só funcionava das 8h ás 18h.
A violação, seja de mulheres, crianças, idosos ou homens é dos crimes mais ignóbeis que se possa imaginar. E só pode ser cometido por aberrações totais, falhados, bestas, anormais que não mereciam como castigo nada menos do que SEREM VIOLADOS ELES MESMOS ATÉ À MORTE. NEM MENOS...
E estou indignado. Então a "merda" do SIMPLEX tão badalado só serve para distribuir Magalhães, cursos fictícios, criar empresas ainda mais depressa do que elas fecham, para o divórcio na hora e sabe-se lá para que mais inutilidades.
Que vão agora dizer a estas vitimas? Ás suas famílias? Que exemplo e que conclusões devem tirar destas ocorrências futuras vitimas? E os restantes cidadãos? País e mães, irmãos, avós deste país?
A justiça fecha das 18h às 08h. E que a seguir a uma violação sexual os vossos filhos/filhas serão sujeitas a outra violação. Esta psicológica! Pois terão que, durante 12h, conviver com os indícios de um crime ao qual foram sujeitos. Sentir, cheirar, o seu perpetrador. Ser violada outra e outra vez... durante 12 longas horas.
Enquanto isso, o violador... dormia?
HAJA VERGONHA NESTE PAÍS. PELO MENOS DE VEZ EM QUANDO.
E agora o meu desafio. O Instituto de Medicina Legal depende do ministério da justiça e não do da saúde.
Por isso, desafio o seu responsável, o ministro Alberto Costa, não só a vir a publico prestar esclarecimentos sobre estes dois casos como, a tornar publico o plano de contingência para a "Pandemia da Gripe A" do seu ministério. E de tudo o que dele depende.
Porque, senhor ministro, se o seu ministério não consegue elaborar um simples plano de férias em que os serviços mínimos sejam totalmente assegurados, então em caso de pandemia, talvez possamos já adiantar, pelo menos governem-se os criminosos deste país.
Por isso senhor ministro. O senhor deve explicações a este país. O senhor foi eleito por alguns dos cidadãos deste país e a partir desse momento passou a representa-los a todos. E nós somos o seu patrão. O senhor trabalha por nós e para nós.
Cá aguardamos...
Para que fique o registo: não interpretem isto como critica politica, apenas pela critica. Apenas porque não simpatizo com partido do actual governo. Não. Isso seria usar a desgraça de outrem para fins próprios. E isso não encaixa na minha forma de estar perante a vida.
Se fosse um governo da minha simpatia o responsável neste momento pelos destinos do país, a minha revolta seria ainda maior. Pois teria tido com toda a certeza o contributo do meu voto.
Isto é um grito de revolta. Pelos meus filhos. Pelos nossos filhos. Por nós.
Para memória futura.
Publicada por
Paulo Novais
às
22:02
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Etiquetas:
Lei,
Ordem,
Vergonha; (in)Justiça
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