sábado, 31 de outubro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Sessão espírita online
Tal e qual a musica dos Rio Grande que reza assim: «.. A Laurinda faz vestidos por medida; O rapaz estuda nos computadores; Dizem que é um emprego com saída...».
Bem, mas tudo isto para vos dizer que as novas tecnologias deram mais um passo - «um grande passo para o homem...» - na direcção da homogeneização das mesmas dentro da sociedade.
Desta vez vamos ser presenteados com uma inovação depois da qual nada mais será o mesmo para a humanidade.
Uma sessão espirita transmitida pela rede social Twitter e organizada por uma loja inglesa de trajes de fantasia (acho que a ideia surgiu numa altura em que houve uma quebra no abastecimento de cerveja) em que convidaram uma medium que colocará perguntas a 4 famosos escolhidos pelo internautas (já falecidos, claro. Convém.). Tal como os famosos também as perguntas serão sugeridos pelos internautas.
Das personalidade escolhidas, a que mais se destacou foi... foi...
OK. «This is it». Não digo.
Eu vou tentar ver se me esqueço de estar atento ao invento.
Promete-se começar a pensar em realizar uma partida de «sueca» com Al Capone em vídeo-chamada através do Skype.
Um programa de governo fraco
por Maria José Nogueira Pinto
"A Chanceler alemã, Ângela Merckel, anunciou que é prioridade do novo Governo uma redução fiscal de 24 mil milhões de euros a realizar faseadamente entre 2010 e 2013. Outro dos objectivos para este segundo mandato é o de rever o modelo de financiamento dos serviços públicos de Saúde. Tanto quanto nos é dado ouvir e ler, parece que as duas grandes prioridades de José Sócrates para o seu segundo mandato são o casamento gay e a avaliação dos professores. Se Tocqueville tinha razão, em democracia cada povo tem o Governo que merece e é isso mesmo o que nos está a acontecer: uma merecida punição sob a forma de uma pura perda de tempo.
"Do elenco governamental - não obstante a continuação de duas presenças reconfortantes, Luís Amado e Teixeira dos Santos e de uma novidade prometedora, Isabel Alçada - e do que se disse (e não se disse) na tomada de posse podemos supor que este é um Governo para sobreviver quatro anos, de fininho e sem turbulências: saíram os que incomodavam, ficou o núcleo-duro político, meteram-se na gaveta as medidas reformistas, tirou-se do bolso a capacidade negocial. A pressão do BE vai obrigar o Governo a tomar a dianteira na agenda fracturante que servirá como manobra de diversão, a União Europeia remete oportunamente para 2011 a disciplina orçamental, e a perda da maioria absoluta passa, não se sabe como, de uma derrota de Sócrates e do PS para um álibi permanente, a agitar sempre e quando este Governo minoritário se sentir contrariado.
"Entretanto, já todos se esqueceram como o anterior Governo de maioria absoluta escapou à risca a uma avaliação rigorosa, graças a uma crise de costas largas que ocultou um número significativo de medidas meias feitas ou meias por fazer. Basta lembrar o famoso Plano Anticrise tão bem vendido a um país assustado, que não só foi executado em apenas 42%, como mereceu um relatório da Comunidade Europeia que concluía pela pouca eficácia das medidas. Uma prioridade reconhecida por todos, mas mal conduzida pelo Governo, que apesar da urgência das circunstâncias não alcançou os objectivos nem conseguiu reduzir danos. Não foi um bom Governo e não vai ser um bom Governo só que, agora, vão convencer-nos que é por falta de estabilidade.
"As três prioridades que o primeiro-ministro enunciou no discurso de posse são três lugares comuns, vagos no conteúdo e infelizes na forma. Mas confirmam a viragem à esquerda de Sócrates, uma concessão pré-eleitoral ao seu partido e aos partidos à esquerda deste: em qualquer uma delas, o que se sublinha é o reforço do papel do Estado - no combate à crise e ao desemprego, na modernização da economia e da sociedade ou na justiça social. Três chavões despidos de qualquer sabedoria e imaginação, como se fosse possível alcançar qualquer um dos objectivos sem uma forte convocatória dos cidadãos, das famílias, das empresas, dos corpos intermédios, do terceiro sector, enfim, de tudo o que possa ainda estar vivo para além e apesar deste Estado tutelar. As consequências não serão de somenos se a receita da nossa salvação passar por mais Estado e já não por melhor Estado.
"A ideia mais absurda é a de caber agora ao Estado a função de modernizar a sociedade. Este nosso Estado arcaico, que apenas se agitou com uma meia reforma… Semântica de mau augúrio, em que uma fina camada de verniz, um pequeno polimento, consegue escamotear o valor do desenvolvimento humano num mar de tecnologias sem ideias. É a nossa sina, esta pesada circunstância de nos termos tão só modernizado quando nos devíamos ter desenvolvido. E silêncio de pior augúrio é o que se abate sobre a Justiça.
"Será que, de lume brando a banho-maria, Portugal se prepara para perder mais quatro anos? Provavelmente, o que merecemos."
in Diário de Notícias, 29.X.2009
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Para os indecisos...
E não por serem ricos...
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Campanha de Recolha de Alimentos
A próxima Campanha de Recolha de Alimentos em supermercados e superfícies comerciais realiza-se nos dias 28 e 29 de Novembro de 2009.
Se quiser ser Voluntário inscreva-se aqui.
Outros contactos:
Telefones: 253 679 305, 963847988
E-mail: ba.braga@bancoalimentar.pt
Morada: Praça da Faculdade de Filosofia, 16 - r/c - 4710-297 Braga
Armazém: Rua da Confeiteira, 6-Palmeira 4700-755 Braga
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
A reter da tomada de posse do XVIII Governo Constitucional
Reportagem: Revista "A Sombra da Rua"
Repórter de imagem: Ricardo Oliveira (GPM)
Jornalista: Soutinho
Tiragem: Imensa
Mas a reter desta tomada de posse está principalmente a mensagem
transmitida pela indumentária de cada um dos ministros, essa sim,
reveladora do verdadeiro programa de governo para lá das palavras ditas.
Da "toilette" da ministra Ana Jorge, sobressai o branco e preto, reflexo talvez da imagem que os portugueses têm hoje da saúde em Portugal e que a ministra tarda em mudar. Branco, preto e cinzento...
Dulce Pássaro, por seu lado, apresentou-se com uma imagem graciosa, onde os padrões e cores vivas e quentes são visíveis. Qual pássaro, qual quê, viva lá o canário.
Com um fato saia-casaco, casaco em padrão xadrez brancos e pretos e saia preta, a ministra diz-nos que a solidariedade está negra e, o trabalho provavelmente no "xadrez".
O próximo numero da "A Sombra da Rua" mostrará o governo e os seus ministros à imagem dos carros que os conduzem.
Trazemos assim, em cada numero, a informação isenta e objectiva. Com rigor. A informação que o país anseava.
Agradecemos a sua fidelidade, caro leitor (não se sabe bem porquê!?) e, prometemos confundi-lo muito mais do que qualquer governo constitucional desta nação.
Fontes: Site oficial do Governo
"O Governo menor"
"Os socialistas sempre encararam com enorme dificuldade a hipótese de um governo de coligação (ou de apoio parlamentar) com o PCP. Há quase 40 anos que esta exclusão vigora com força de lei. Com duas consequências. A primeira: é uma espécie de seguro de vida da direita. A segunda: ajuda a reforçar o papel central do PS. Esta foi uma das razões que levaram o PS a forjar uma Constituição e uma tradição favoráveis aos governos minoritários.
"Têm igualmente dificuldade em encarar uma aliança com o Bloco de Esquerda. Para as presidenciais, talvez, mas isso é sem consequências. Para o Governo, nem pensar. Na verdade, com as suas "causas" culturais, jovens e fracturantes, o Bloco exerce uma enorme atracção junto dos socialistas. A ponto de provocar estragos consideráveis nas suas bases militantes e no seu eleitorado. No Governo, o Bloco destruiria o PS em pouco tempo.
"Mas as suas relações com os partidos à direita tiveram também influência. A análise tradicional, no PS, diz que a "maioria sociológica do país é de esquerda". Esta lei, apesar de ter sido negada várias vezes, ainda é fonte de inspiração para o partido. Sendo assim, importava garantir que os socialistas, sozinhos, sem o PCP, não tivessem a necessidade de estabelecer coligações com o PSD ou o PP. Historicamente, já houve essas alianças. Feitas, ironicamente, por alguém que é actualmente defensor do Governo minoritário: Mário Soares. Mas este excepcional político sempre entendeu que, se for ele o protagonista, pode perfeitamente realizar alianças e acordos com quem entender. Fez um governo macabro com o CDS, em 1978. Fez o Bloco Central com o PSD, em 1983. Recebeu alegremente os votos do PCP em 1986. E contou com serenidade os votos do PSD em 1991. Autorizar outros a fazer o mesmo, em condições sociais e económicas ainda mais difíceis, não está no seu feitio
"As entrevistas que Sócrates concedeu aos partidos, a semana passada, foram um ponto alto de hipocrisia. Sócrates pediu o que não queria, convidou todos para o Governo. Os partidos não perceberam a armadilha e responderam negativamente. Quando todos deveriam ter dito que estavam prontos. Em condições a negociar, pois claro. Mas não. Elevaram a sua covardia ao estatuto de dignidade. Vão agora ouvir, meses a fio, o primeiro-ministro recordar-lhes que foram convidados e recusaram. Este jogo da cabra-cega foi considerado um golpe de génio de estratégia política. A esperteza rafeira é a última palavra da inteligência política.
"Como se vão passar os próximos meses? O Governo minoritário vai dedicar-se a uma das actividades preferidas dos políticos do nosso país: negociar à esquerda e à direita. Com o PSD, vai provavelmente rever os mecanismos de avaliação dos professores. Com o PP, vai privatizar uma ou duas empresas do sector público e aumentar as pensões. Com o BE, prepara-se para nacionalizar um sector económico ou uma empresa, assim como aprovar diplomas extravagantes sobre casamentos, adopção e sexualidade. Com o PCP, propõe-se reforçar os mecanismos estatais do Serviço Nacional de Saúde e aumentar os impostos sobre os lucros das empresas e as mais-valias. Depois, com o PSD e o PP, interessar-se-á de novo pela reforma da legislação laboral. Mas, com o BE e o PCP, olhará para as leis da eutanásia e do suicídio assistido. De permeio, voltará a ocupar-se das grandes obras e dos grandes empreendimentos, já não com os partidos de oposição, mas com os construtores e os banqueiros do regime. Não há, evidentemente, qualquer sentido nisto. Mas as perspectivas são exactamente estas.
"A Constituição e as leis eleitorais estão de tal modo feitas que este é o resultado inevitável. Quando a grande maioria dos países da Europa se rege por mecanismos legais ou por tradições que forçam ao entendimento parlamentar, a uma relativa estabilidade de governo e a uma acção responsável no sentido de assegurar maiorias de governo e de legislatura, em Portugal é exactamente o contrário. Os juristas de Coimbra e de Lisboa, finos engenheiros de minas e armadilhas e reputados florentinos da instabilidade, aprimoraram esforços para conseguir governos de minoria e para evitar o esforço conjugado de vários partidos. Joga-se com a abstenção no Parlamento, como se esta fosse um voto positivo. Procuram-se os mecanismos perversos da "moção de censura construtiva", uma maléfica e perversa invenção, a fim de perpetuar os governos minoritários.
"Sabe-se o que nos espera. Um ou dois anos particularmente difíceis, com desemprego crescente, mais endividamento e cada vez maior défice da balança comercial e de pagamentos. Um défice público a atingir níveis inéditos nos tempos recentes. Dificuldades na obtenção de investimento privado, nacional ou estrangeiro. O crédito externo será muito mais difícil e caro, pois os governos minoritários, tão apreciados pelos políticos indígenas, não constituem bom cartão de visita para os nossos credores. O clima será desfavorável à reforma da administração pública, apesar dos novos aumentos que se anunciarão em breve. Serão grandes os obstáculos à alteração do fanatismo dogmático nas escolas e nos serviços de saúde. E a Justiça, cujo melhoramento exige um sério e consistente esforço nacional, continuará a vegetar. A aprovação do Tratado de Lisboa, iminente, dará uns dias de euforia, insuficientes todavia para esbater a crise europeia.
"Tudo isto recomendaria a formação de um governo de programa e coligação ou aliança. A evidência impunha ao Presidente da República o dever político e moral de fazer quanto podia para obter esse governo. A necessidade de estabilidade e de maioria parlamentar é tal que os partidos, alguns partidos, deveriam mostrar-se receptivos a negociações imediatas e a concessões suficientes para a criação de um governo maioritário. Mas parece que nada disso tem qualquer espécie de importância ou eficácia. Fazer um sacrifício político, abdicar temporariamente de ideias ou de nomeações dos amigos, em nome do interesse público, não faz parte da nossa "cultura" política. Renunciar, em nome das necessidades do país, ao bairrismo tribal e marialva do seu partido é considerado crime maior. Esperar pelo desastre dos outros, e do país, para poder recolher louros, é considerado fino raciocínio estratégico. Trabalhar pela derrota dos seus próprios correligionários, a fim de estar "a jeito" para as eleições que se seguem, é estimado como se talento político fosse.
"O preço a pagar por um governo minoritário, instável e de coligações "pontuais" à esquerda e à direita, é enorme. O Governo menor terá efeitos na instabilidade social, na impossibilidade de realizar reformas, no investimento e no saneamento das finanças públicas. O pequeno Governo pagará muito mais caro pelas suas dívidas externas. Esse Governo deverá recorrer à demagogia ainda com mais frequência e apetite. Os ministros terão à sua disposição recursos ilimitados "até às próximas eleições", até à oportunidade de conseguir uma maioria absoluta. Essa é a miragem que faz correr Sócrates e os seus amigos.
"Mas as oposições não se eximem de culpas e responsabilidades. Conscientes das dificuldades nacionais, certos de que o Governo minoritário não aguentará e seguros de que, desta vez, não haverá um período de ouro como em 1985/87, têm a certeza de que este Governo minoritário não transformará as suas insuficiências em vantagens para obter a maioria. Pelo contrário: estão seguros de que chegará a vez deles, depois do desastre.
"Os partidos políticos, como nunca desde 1974, estão a milhas da gravidade dos problemas nacionais. Eventualmente, nem sequer os percebem. Não partilham com os cidadãos as suas inquietações, se as têm. Preferem esta estratégia de terra queimada e de campos devastados, na esperança de que os cemitérios sejam férteis. Dispostos a exigir todos os sacrifícios da população, são incapazes de fazer os seus, de renunciar ao seu orgulho ou de moderar o seu apetite predador. Anunciam-se maus tempos para este pobre país."
António Barreto
in Público, 24.10.2009
sábado, 24 de outubro de 2009
510.356
Comparativamente com o mês de Agosto, o aumento foi de 1,7 por cento, o que representa mais 8.693 indivíduos inscritos.
Para o aumento homólogo do número de desempregados inscritos, tendência que se mantém desde Outubro de 2008, contribuíram principalmente as subidas do desemprego entre os homens (mais 46,2 por cento).
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Deus é um filho...
Mais do que uma opinião, mais do que uma aversão, mais do que ateísmo, toda esta encenação é um excelente golpe publicitário. Saramago não engana apesar dos seus 86 anos. Aqui fica também a minha contribuição.
No entanto, ocorre-me dizer «se o homem foi criado à imagem de Deus, então Saramago também é um filho...».
Até já camarada!
Fonte: Correio da Manhã
Do ataque para a defesa...
Poesia
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
As crianças e os pais
Pedido para que a Convenção sobre os Direitos da Criança inclua os não nascidos
NOVA YORK, quarta-feira, 21 de outubro de 2009 (ZENIT.org).- A delegação da Santa Sé na 64ª Assembleia Geral das Nações Unidas reafirmou a importância da família na salvaguarda dos direitos das crianças.
“Minha delegação não poderá nunca mostrar suficientemente a importância da família na vida de toda criança e que a legislação relativa às crianças deve tomar em consideração a função indispensável dos pais”, afirmou o observador permanente da Santa Sé na ONU, o arcebispo Celestino Migliore, em 15 de outubro.
Ante a Terceira Comissão da 64ª Assembleia Geral da ONU, sobre a promoção e a tutela dos direitos das crianças, Dom Migliore lamentou a difundida pretensão de deixar à margem os progenitores.
“Às vezes, nas decisões sobre a promoção e sobre a tutela dos direitos da criança, existe a tendência de falar em termos de relação entre a criança e o Estado, minimizando a função dos pais”, denunciou.
Este ano, a Assembleia Geral prossegue suas considerações sobre o direito das crianças a expressar suas opiniões livremente sobre as questões que lhes afetam e a importância de escutá-las seriamente.
Para a Santa Sé, “ao considerar a realização concreta da participação da criança, é necessário recordar sempre, como afirma a Convenção [sobre os direitos da Criança], que os Estados membro estão chamados a ‘respeitar a responsabilidade, o direito e o dever dos pais... de proporcionar ao filho, de maneira correspondente ao desenvolvimento de suas capacidades, a orientação e os conselhos adequados ao exercício dos direitos que lhe são reconhecidos na presente Convenção”.
A Santa Sé aplaude o crescente consenso internacional sobre a necessidade e a maneira de proteger todas as crianças, expressado nas ratificações e adesões de numerosos países à Convenção sobre os Direitos da Criança.
Contudo, seu observador permanente na ONU, Dom Migliore destacou a necessidade de defender também os direitos das crianças não nascidas.
A delegação da Santa Sé “alenta todos os Estados que não o fizeram ainda a associar-se à promoção da tutela legal das crianças ratificando e aderindo à Convenção e aos Protocolos e exorta a uma correta atualização destes instrumentos legais, que implica o respeito pelo inato direito à vida de todas crianças”, afirmou.
Em seu discurso, Dom Migliore destacou que “a mortalidade global das crianças menores de cinco anos foi diminuindo constantemente nas últimas duas décadas”.
Indicou que “mais de 300 mil instituições educativas, assistenciais, e sociais da Igreja Católica trabalham cada dia para garantir às crianças uma educação ou para assegurar a reinserção das crianças vítimas de abusos e descuidos, em suas próprias famílias se é possível e na sociedade”.
“Todas as crianças merecem crescer num ambiente estável e estão em sintonia com sua dignidade”, declarou.
Contudo, acrescentou, as estatísticas nos dizem também que na última década mais de dois milhões de crianças morreram no transcurso de conflitos armados, seis milhões ficaram deficientes, dezenas de milhares foram mutiladas por minas terrestres e mais de 300 mil foram recrutadas como crianças soldado.
“Para eliminar a violência contra as crianças, é necessário que o Estado e a sociedade apoiem a família e lhe permitam desenvolver sua própria responsabilidade”, assegurou o representante da Santa Sé.
E advertiu: “os governos devem assumir sua função justa para proteger e promover a vida familiar porque esta última tem vínculos evidentes e vitais com a sociedade”.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Agora algo totalmente diferente
Ontem fui abordado por uma amiga que se está a iniciar nestas lides da blogosfera, estando a desenvolver uma curiosidade relativamente a este canal de (contra)informação e comunicação interpessoal. No entanto, ela exteriorizou, de uma forma simpática, que os blogues (referindo-se aos que tem lido) gravitam quase sempre em torno do mesmo assunto: política. E eu perguntei-lhe que outros assuntos gostava de ver abordados - mas na expectativa que ela não me falasse de temas relacionado com matemática. Ela respondeu: “ Não sei… Coisas diferentes.” Dando o exemplo do polícia que causou um engarrafamento na R. D. Pedro V por que se lembrou de contar o número de passageiro de um autocarro.
Eu, para lhe fazer prova que na Rua do Souto “transitam” todo o tipo de assuntos, e que não “engarrafamos” sempre os mesmos conteúdos, propus-me escrevinhar um post que não falasse de política, mas, com a contrapartida de que ela escrevesse um comentário. Por isso comecei a escrever esta coisa esquiva, já que estava diante o embaraço da “folha em branco”. Mas eis que me lembro de um tema que tem sido ostracizado e que tenho especial apreço: Efélides, vulgarmente apelidadas de sardas.
Para determinadas pessoas as sardas são sinónimo de graça, charme, encanto… Já para outras, as mais vaidosas e possuidoras das mesmas, são um tormento, um desânimo, um incómodo.
As sardas são um dos elementos de graciosidade, são um detalhe de beleza, são um traço característico da individualidade fisionómica. Por estes motivos, e por muitos outros, minhas Senhoras, deixem estar a bela da sarda. Não nos privem de apreciar essa pigmentação distintiva da beleza feminina.
Salvem a sarda!
ps: aqui tens um post diferente :)
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Ricardo Rio assume vereação.
Iremos assumir o lugar de Vereadores para que fomos eleitos e conduzir o trabalho de oposição com redobrada energia, como impõem as actuais circunstâncias e como foi reforçado pelo claro mandato que nos foi conferido por mais de 41.000 Bracarenses.»
Ricardo Rio
Matrimónio natural, património mundial
"É razoável que o matrimónio conheça, no ordenamento jurídico positivo, outros contornos que não os da família tradicional, mas importa não esquecer que, em termos conceptuais, o casamento é, de per si, uma instituição que obedece necessariamente a certos requisitos essenciais. O matrimónio tradicional corresponde a um modelo histórico de casamento e, como tal, é discutível, mas há certamente alguma coisa que caracteriza a união esponsal e a distingue de todas as outras uniões. É essa essência da união matrimonial que se pode designar, com propriedade, o casamento natural. É portanto necessário identificar o que é essencial no casamento, por ser natural, e o que no seu regime jurídico é acidental, por ser meramente histórico ou circunstancial.
"Mesmo os sistemas legais mais modernos não outorgam o estatuto de união matrimonial às relações existentes entre parentes próximos – como seria o caso de irmãos, pais e filhos, avós e netos, etc. – não porque ignorem que entre essas pessoas possa existir um autêntico amor, mas porque entendem que esse sentimento não é susceptível de constituir um verdadeiro casamento. É também pacífico admitir que uma união poligâmica ou poliândrica é inaceitável, não por razões de ordem ideológica ou confessional, mas porque uma tal associação é contrária à essência do matrimónio natural. Uma razão análoga é a que obriga à disparidade de sexos entre os nubentes, não por uma questão religiosa ou cultural, mas por uma exigência natural que decorre, com necessidade, da própria essência do pacto nupcial e que, por isso, não é reformável. Com efeito, o matrimónio natural é a união de um só homem com uma só mulher, em igualdade de dignidade e diversidade de funções.
"A diferenciação sexual exige-se em função da complementaridade que é essencial ao casamento, mas também da sua fecundidade, porque o matrimónio não é dissociável da finalidade procriativa, apenas realizável quando a união se estabelece entre pessoas de diferente sexo. O casamento, mais do que amor ou união, é o pacto em virtude do qual a mulher se capacita para ser mãe, isto é «mater», a palavra latina que, muito significativamente, é a raiz etimológica do termo «matrimónio».
"Os gregos e os romanos, que conheciam e toleravam as uniões de facto entre pessoas do mesmo sexo, nunca tiveram a veleidade de lhes reconhecer o estatuto jurídico do casamento: seria absurdo considerar matrimonial a união homossexual, na medida em que esta, por se estabelecer entre pessoas do mesmo sexo, não é apta para a geração. Portanto, a aptidão da união matrimonial para a prole não decorre de uma histórica intromissão religiosa ou cultural, mas da mesma essência natural do matrimónio. Seria aberrante, não só juridicamente mas também em termos lógicos, considerar que dois homens possam constituir um matrimónio. Aliás, também na linguagem popular, um casal não são dois machos ou duas fêmeas, mas um de cada, precisamente porque só essa união é prolífica.
"Admitir um direito subjectivo universal ao matrimónio é um contra-senso: se é verdade que todos os cidadãos têm, em princípio, direito a optar pelo estado matrimonial, é evidente que o exercício dessa sua faculdade só é pertinente quando observam os requisitos essenciais do matrimónio. Qualquer pessoa é livre de comprar ou de doar, mas não pode pretender comprar sem se obrigar à entrega do preço do bem adquirido, nem querer doar a troco de uma compensação pecuniária, porque qualquer uma destas exigências contraria a essência do respectivo contrato, na medida em que a compra pressupõe sempre uma contra-prestação e a doação é, por definição, gratuita.
"Discuta-se, se se quiser, o que há de histórico e cultural e até religioso na configuração jurídica da instituição civil do matrimónio, mas não se esqueça o que neste instituto é essencial, por ser natural. Admita-se, no limite, a institucionalização de uma sui generis união de pessoas do mesmo sexo, mas não à custa da perversão da instituição matrimonial.
"O casamento cristão é, talvez, uma modalidade discutível, nomeadamente numa sociedade que já não se pauta pelos princípios evangélicos e, pelo contrário, faz questão em se afirmar laica e multicultural. O casamento tradicional é certamente um modelo respeitável, mas é legítimo que uma sociedade pós-moderna não se reveja em figurinos de outras eras. Mas o casamento natural não é mais um tipo de união matrimonial, mas a essência de todo e qualquer casamento e, por isso, um bem universal que, como a natureza ambiental, faz parte do património da humanidade."
Gonçalo Portocarrero de Almada, in PÚBLICO, 13.10.2009
domingo, 18 de outubro de 2009
Vamos limpar a floresta portuguesa num só dia - 20-03-2010
Vamos limpar a floresta portuguesa num só dia - 20-03-2010
http://limparportugal.ning.com/
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Moderado... eu?!
Que guardasse os cães, que aguentasse os cavalos, que tomasse um "Xanax" (onde é que já ouvi isto)...
Mas prometi está é prometido.
MAS ESTE EM BAIXO, SOU EU A TENTAR CUMPRIR A PROMESSA!!!!
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Provedor do leitor - Miguel Brito e o triste fim do Aníbal Duarte Corrécio
" (..) Ou acham mesmo que o MPT teria mais que os 260 votos que teve na legislativas, se não fosse o Miguel Brito?
Aliás, há uma pergunta a que não se pode responder porque não existe no mundo real, mas suponhamos que o MB era militante do PSD, alguém duvida que limparia a Câmara e o que mais houvesse!?"
Caro Anónimo:
Estou plenamente convencido de que tem toda a razão. E mais. A esta hora o Aníbal, com aquela cegueira laranja que o caracterizava, "would be alive... and kicking..."
O DIA DEPOIS DE AMANHÃ
Após as eleições autárquicas e os resultados que se verificaram, bem como o tradicional período de "nojo" onde os comentários e análises são mais efusivas, não posso deixar de retratar aqui um aspecto que me parece muito importante em todo este processo. Tenho ouvido e lido muitos comentários do género "ai o povo é burro", "não percebo porque é que o povo vota sempre no mesquita", na própria noite das eleições ouvi do comentador na RUM do PSD que o Mesquita nas áreas rurais ganhava porque as pessoas eram menos informadas... enfim... uma série de considerações que me parecem ser desde logo o motivo pelo qual o Mesquita Machado ganha sempre nas freguesias do segundo e terceiro anel. Eleição após eleição há pessoas com responsabilidades na oposição que acham que o povo é burro, mas não pensam porque é que existe uma barreira quase que intransponível entre as candidaturas da oposição e esses eleitores. A auto-crítica fica bem e é construtiva... e ainda não vi nenhum elemento da coligação a faze-la. Eu já fiz a minha logo na noite eleitoral, porque fiz oposição até agora e ele ganhou sempre... disse e volto a afirmar, toda a oposição deve fazer uma introspecção e análise cuidada de tudo o que se passou nos últimos anos para perceber qual o défice, nem que seja comunicacional, com essas freguesias e esse eleitorado inatingível até hoje. Há que ultrapassar barreiras e não contorna-las... Com um pouco de humildade e menos arrogância como têm demonstrado nestes dias que se seguiram, possam começar a caminhar no sentido correcto... finalmente!
“Obama deve recordar que existe uma guerra contra a vida”
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 14 de outubro de 2009 (ZENIT.org).- Ao receber o Prêmio Nobel da Paz 2009, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deveria recordar não apenas das guerras no Iraque e no Afeganistão, mas também da guerra que está sendo dirigida contra os não-nascidos, segundo um artigo do L’Osservatore Romano.
O jornal oficioso vaticano publicou um artigo em sua edição do domingo passado, em resposta à concessão do prêmio da paz a Obama.
O Comitê norueguês do Nobel anunciou a notícia na sexta-feira, afirmando que se reconheciam assim “os extraordinários esforços do presidente para reforçar a diplomacia internacional e a colaboração entre os povos. O Comitê outorgou especial importância à visão e o trabalho de Obama em favor de um mundo sem armamento nuclear”.
O artigo de L’Osservatore, firmado por Lucetta Scaraffia, chama o presidente a reconhecer que “a guerra mais longa, e com o maior número de ‘quedas’, é a prática do aborto, legalizado e facilitado pelas estruturas internacionais”.
Pede também ao presidente que recorde das palavras da ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 1979, Madre Teresa de Calcutá, que chamou o aborto de “o grande destruidor da paz hoje, [...] porque é uma guerra direta, uma matança direta – um assassinato direto por parte da própria mãe”.
O jornal observou que o Nobel de Obama “suscitou um pouco de surpresa em todo o mundo, em primeiro lugar ao próprio presidente dos Estados Unidos”. Era a primeira vez, desde que Woodrow foi premiado em 1919, que um presidente norte-americano recebe o prêmio estando na ativa.
O artigo afirma que a concessão do prêmio a Obama enquanto está no cargo o converte em “uma forma de pressão para inclinar Obama para decisões pacíficas enquanto durar seu mandato”.
“Em base às decisões tomadas até a data, é difícil descrever o presidente como um pacifista convicto”, afirma L’Osservatore.
O diário observa que as políticas de Obama no “Iraque e Afeganistão parecem estar a meio caminho entre a fidelidade aos princípios pacifistas proclamados durante a campanha eleitoral e uma política mais realista, que alguns já descreveram como uma continuação da ‘belicista’ de Bush”.
“Trata-se de uma política oscilante, muito similar à que o presidente americano está levando a cabo em importantes questões bioéticas, sobretudo em relação com o aborto, que suscitou tanta controvérsia entre os católicos norte-americanos”, acrescenta.
Questões
L’Osservatore Romano também põe em questão o processo de eleição de quem será premiado à paz, observando que o Papa João Paulo II foi ignorado em duas ocasiões, em 1999 e 2003.
O Comitê do Nobel elegeu Médicos sem Fronteiras em 1999, e o advogado e ativista pelos direitos humanos iraniano Shirin Ebadi em 2003.
O pontífice havia sido “considerado um grande favorito em 2003, após sua condenação da guerra do Iraque”, afirma L’Osservatore. “Esse ano, muitas iniciativas e o favor de uma grande parte do mundo pareciam fazer-lhe o destinatário do prêmio. Foi considerado como o favorito, inclusive entre os apostadores”.
O Papa João Paulo II “foi considerado pelos membros do júri como conservador demais em outras áreas, e se temia que, premiando com ele a Igreja Católica, poder-se-ia favorecer uma importante confissão religiosa em detrimento das demais”.
“Esses medos”, observa o jornal vaticano, “foram superados no caso, muito mais controverso, do prêmio a Obama”.
“Uma vez mais, portanto, o Prêmio Nobel da Paz suscitou perguntas e críticas, dado que os critérios para a designação com frequência parecem influenciados pelo pensamento politicamente correto”, acrescenta L’Osservatore.
Em todo caso, “como já manifestou o diretor de imprensa da Santa Sé – conclui o artigo –, não podemos senão estar contentes de ver reconhecidos no presidente Obama o esforço pelo desarmamento nuclear e a propensão pessoal a uma política mais pacífica que a afirmar o poder americano no mundo”.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Mais uma reflexão
Vicente Jorge Silva, in Sol (9.X.2009)
terça-feira, 13 de outubro de 2009
E o MPT, existe ou não existe?
Por outro lado, todos parecem concordar que para o futuro se colocam duas questões essenciais:
Primeira: Uma candidatura que transforma 30 votos em 710 votos em quatro meses conseguirá transformar 710 votos em 7000 no espaço de quatro anos?
Segunda: com 710 votos (890 para a Assembleia Municipal), a candidatura do MPT existe ou não existe?
A resposta a estas duas questões já não é tão unânime: à primeira pergunta todos respondem que em tese é, obviamente, possível, embora alguns entendam que tudo dependerá da conjuntura em 2013; já no que toca à segunda questão, a resposta é: depende do ponto de vista.
Passo a explicar: com 710 votos conquistados nas urnas, poderá dizer-se, em 2009, que o MPT não existe. Mas, tendo em conta que o PPM só se candidatou sozinho à CMB em 1976 e teve, na altura, 501 votos, nunca se sabe se, na pior das hipóteses, daqui a 4 ou até, sei lá, 30 anos, a candidatura do MPT não tem 3 ou 4 deputados municipais caídos do céu. Afinal, se há lição a tirar destas eleições é a de que o que hoje não existe amanhã pode existir, e vice-versa...
Os dramas dos nossos dias
"Assassinas!!!!"
"1. Em passo lento e esforçado, como quem sucumbe sob um peso esmagador, rosto anuviado, olhar sombrio e feições crispadas, arrastava-se cambaleante pela rua abaixo. Duas senhoras compadecidas aproximaram-se pressurosas para a confortar. Ao vê-las desatou num pranto convulsivo arrimando-se àquela consolação. Experimentadas no trato com as infelizes escutam-na, abraçam-na, envolvem-na em carinhos, dizem-lhe esperanças. Subitamente, rompem histéricas duas funcionárias do “abortadouro dos Arcos”, lugar onde aquela mãe dolorosa tinha abortado seu filho, investindo furiosamente em altos gritos: Assassinas!!!!!, assassinas!!!!, assassinas!!!!
"O alvoroço e a confusão foram enormes. Houve testemunhas. As injuriadas atordoadas paralisaram de espanto. A mãe grávida ficou pasmada e incrédula. A custo, as matadoras de bebés nascituros que acusavam de assassinato as consoladoras da mãe desconsolada pela perda e cumplicidade na morte do filho lá se retiraram para o seu covil de feras.
"Se alguém cuida que este episódio é invenção de uma mente delirante desengane-se, sucedeu há poucos meses e está registado na esquadra da polícia da Praça da Alegria.
"2. Os católicos inchados do “caridosamente correcto” encolherão os ombros desculpabilizando com uma compreensão infinita o comportamento e o impropério das funcionárias. Se pelo contrário tivessem sido as consolativas senhoras a acusar, descrevendo rigorosamente o que tinha acontecido, as funcionárias de assassinato logo esses fiéis “caridosamente correctos” se levantariam indignados com a falta de caridade daquela gente que ali tem salvado crianças nascituras e confortado mães desvairadas pelo crime que cometeram. Naturalmente os jornais, as televisões e as estações emissoras,(...) noticiariam o acontecimento, repetindo até à exaustão, as “injúrias” caluniosas dos fundamentalistas religiosos, abortofóbicos, radicais conservadores, extremistas terroristas, etc.
"3. Se matar crianças nascituras é muito grave, se legalizar esse extermínio ainda o é mais, pior é ainda dar como assassinos os que as salvam e como benfeitores os que as eliminam. Por este caminho não tardará a perseguição policial aos amantes da vida."
Nuno Serras Pereira
Desafio Rua do Souto: reflexão sobre mais uma vitória de Mesquita
Ora, o que eu proponho para o dia de hoje é uma reflexão completamente diferente e bastante menos estúpida.
É, aliás, a reflexão mais dolorosa para quem está na oposição. Mas também pode ser a mais fértil: o que é que Mesquita fez de bom ao longo dos anos para merecer, pela décima vez, a confiança dos bracarenses? Quais as virtudes e os méritos do mesquitismo?
Aceitam-se sugestões na caixa de comentários.
"O dinheiro não é o suficiente"
Lc 11, 41
"É preciso que não se satisfaçam com dar dinheiro; o dinheiro não é o suficiente, porque pode encontrar-se. É das nossas mãos que os pobres precisam para serem servidos, é dos nossos corações que eles precisam para serem amados. A religião de Cristo é o amor, o contágio do amor.
"Os que podem oferecer-se uma vida fácil têm sem dúvida as suas razões. Podem tê-la obtido pelo seu trabalho; só me encolerizo em face do desperdício, em face dos que deitam para o lixo o que poderia ser-nos útil. A dificuldade é que muitas vezes os ricos, ou mesmo as pessoas abastadas, não sabem verdadeiramente o que são os pobres; é por isso que podemos perdoar-lhes, porque o conhecimento só pode conduzir ao amor, e o amor ao serviço. É porque eles não os conhecem que não são sensibilizados por eles.
"Tento dar aos pobres, por amor, o que os ricos podem obter com o dinheiro. É verdade, não tocaria num leproso por um milhão; mas trato dele voluntariamente por amor a Deus."
Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
Something Beautiful for God (a partir da trad. La Joie du don, p. 49)
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Mais uma vitória de Braga - Miguel Esteves Cardoso
Braga é mesmo uma cidade superior. Na semana passada escrevi sobre ela e sobre o sporting dela e nunca tive tantas reacções. Por uma só coluna recebi mais comentários e citações do que por todas as crónicas que aqui escrevi desde o primerio número da J.
Quero agradecer, sobretudo, ao magnífico site que é o superbraga.com. É um site de fanáticos do Sporting de Braga, que está em número 1 e, por conseguinte, numa posição de mandar fazer amor a concorrência. Mas não. Eles sabem que eu sou um lisboeta e benfiquista genético e incurável e que, ainda por cima, tenho uma panca severa pelo Porto e uma admiração-quase-orgulho pelo FCP.
Sabem que eu queria que o benfica ganhasse o campeonato, graças ao treinador que roubámos ao Braga. E, no entanto, tiveram a generosidade e a superioridade civilizacional de agradecer o meu elogio e de entendê-lo no espiríto em que foi feito.
Desde quando é que um benfiquista, portista ou sportinguista faria isto? Nunca. Os bracarenses são diferentes. São aristocratas. Aceitam amavelmente a admiração do povo enganado e distante.
Se calhar, são, juntamente com os alentejanos litorais, os únicos portugueses que não tratam como estrangeiros os portugueses que têm o azar de não ser de lá. Mal se chega a Braga, vem logo o abraço do "Bem-vindo ao clube!" Não é o clube de Braga. É o clube dos portugueses.
Uma pessoa diz, quase como se pedisse desculpa, que é do Benfica. Eles respondem: " Não te preocupes, que não levamos a mal. Se calhar, nasceste lá, em Lisboa? E a escolha era seres do Sporting ou do Benfica? Imagino a pressão! Fizeste bem em escolher o Benfica! E o Sporting também é um clube porreiro, apesar de queque. É pena não seres do Porto: O Porto é mesmo bom."
O Sporting de Braga vendeu o treinador genial e faz questão de ficar à frente do clube cem mil vezes mais rico que o comprou. Dirão que é uma questão de tempo. Pois sim, porque o dinheiro significa jogadores muito melhores. Mas, à partida quando mais interessa, o Sporting de Braga já ganhou este Campeonato.
As respostas no superbraga.com - no qual me registei, com o meu e-mail verdadeiro, para poder agradecer- são um exemplo para os adeptos dos outros grandes clubes do mundo. Mostram que se pode ser incondicional e fanático sem ser malcriado ou cego ou agressivo. Mostram que a superioridae genuína não é rejeitar nem desconfiar dos elogios alheios- mas agradecê-los com generosa condescendência, do género "Olha, este pobre desgraçado, preso a outro clube por razões meramente geográficas ou genéticas, ainda tem a clarividência de reconhecer que o Sporting de Braga é um grande clube e a intelegência de compreender que tal se deve a Braga ser uma grande cidade."
Como benfiquista, há muito que me magoa nesta atitude. Pensava que éramos nós os mais inclusivos. Se fosse sportinguista, também me magoaria, pensando que éramos os maiores snobs. Se fosse portista, já sabia (com o mesmo medo e respeito) que Braga e o Sporting de Braga são mesmo assim.
Superiores. Gentis. Felizes. Bem-educados. Sinceros. Como português, tiro-lhes o chapéu. E, com toda a sinceridade, rendo-me a eles.
Mais do que isto, não posso dizer. Mas já disse. Exijo que o Benfica nomeie uma equipa de investigadores que descubra (inutilmente, de certeza) o que eles têm e nós nunca teremos. Serem bracarenses. É uma das poucas coisas que não se podem fingir: ou se é ou não se é. Eles são. Nós não. Paciência.
E agora, juntos por Braga ou nem por isso? E com ou sem Ricardo?
Ora, tendo em conta que a Coligação perdeu em 2009 e que o projecto liderado por Ricardo Rio faz oito anos em 2013, julgo que as questões do momento à direita do PS bracarense são: e agora, juntos por Braga ou nem por isso? E ainda: Com ou sem Ricardo ao leme?
Nota: é óbvio que acho que Ricardo Rio, por tudo o que fez nestes quatro anos (e foi mais do que qualquer outra pessoa nos 33 anos que antecederam), é um excelente candidato em 2013, quer pelo PSD, quer em Coligação. Não sei é se ele está para aí virado...
Mesquita tem maioria absoluta? Agradeçam ao PSD (e, por omissão, ao CDS)
Ora, o PSD não perdeu a Câmara por causa dos pequenos partidos. Muito pelo contrário, e isto é muito importante: os pequenos partidos é que não conseguiram tirar a maioria a Mesquita por culpa do PSD, dos seus erros estratégicos e dos seus tiques hegemónicos.
A pressão do voto útil feita pelo PSD - nem falo do CDS porque o CDS não existiu, para efeitos desta campanha - sobre as candidaturas dos pequenos partidos foi responsável pelo sexto vereador do PS - essa é que é essa. Se o PSD se tem preocupado em perceber que na dicotomia Braga Rural/Braga Urbana o factor decisivo que faz pender a balança eleitoral a favor da primeira é a escassa abstenção que aí se verifica, tinha apontado para um universo eleitoral bem maior. A última semana tinha que ter sido marcada por um apelo ao voto, e não por um apelo ao voto supostamente útil. Porque útil tinha sido, por exemplo, que toda a gente que preferia o candidato da CDU tivesse votado na CDU.
Os meus sinceros parabéns... ao Dr. Ricardo Rio!
O povo votou na continuação da política socialista, confiou-lhe o seu voto e este resultado tem de ser, naturalmente, respeitado.
Em segundo lugar, pela minha parte, comecei, ainda ontem, a trabalhar para vencer o PS nas próximas eleições autárquicas (estando já previstas iniciativas nesse sentido, por iniciativa do Gonçalo, também ele motivado para mudar a Câmara).
Por fim - e o mais importante - quero dar os meus parabéns ao Dr. Ricardo Rio!
É verdade que a Coligação "Juntos por Braga" tinha alguns defeitos, não digo que não. Mas, o que eu acho que deve ser sublinhado é o empenho e a dedicação do Ricardo Rio: absolutamente notáveis!
Houve um enorme esforço da sua equipe, houve um trabalho sério, dedicado e competente, por todas as freguesias, a campanha eleitoral foi muito boa e o discurso do candidato a Presidente da Câmara tinha muita qualidade. E, tudo isto, deve ser sublinhado e reconhecido: é política de grande qualidade (o que é bom para Braga).
Mais, é importante realçar isto: Ricardo Rio tinha (e tem) razão!
É certo que o PS ganhou, mas é trágico. Porque foi escolhida a pior política e a pior equipe (facto estranho...). Por exemplo, em Lisboa, a situação não é dramática. É certo que o Dr. António Costa - o "indiano-alfacinha" - será um bom Presidente da Câmara e até tem um vereador de luxo, o arqº Manuel Salgado. E, portanto, ganhou - como podia ter ganho o Dr. Pedro Santana Lopes - não é drama nenhum.
Em Braga não foi assim.
Ganhou a pior política - objectivamente má e incompetente - e perdeu o melhor candidato. É uma pena.
A terminar, deixo aqui um apelo, se mo permitem: Dr. Ricardo Rio, volte a recandidatar-se!
Tem o meu apoio. Vamos continuar nesta luta por tornar Braga uma cidade melhor!
Nuno Oliveira Dias,
militante do CDS.
Posta com o único objectivo de tirar o menino da lágrima do topo do blogue
FIM...
Finda toda esta maratona eleitoral, onde primeiro vieram as europeias, depois as legislativas, e por fim as autárquicas, espero que fique definitivamente extinto o infortúnio de os eleitores terem contrariado, em todas elas, a minha vontade e as minhas expectativas. Nunca pensei vivenciar, e ter que corroborar – num espaço de tempo tão curto – com o velhinho aforismo popular: “Um mal nunca vem só”. Pois não! Anda sempre acompanhado.
O que me conforta é que o povo tem sempre forma de contrariar as contrariedades, por que “depois da tempestade vem sempre a bonança.” ;) A ver vamos...
I hate to say "I told you so" - última posta da noite
Quem ganhou teve maioria absoluta. Ganhou Mesquita por curta margem. Ganhou Mesquita porque ainda foi capaz de ganhar votos. Só as duas forças políticas mais votadas é que conseguiram eleger vereadores. A CDU ficou à frente do Bloco. O MPT teve setecentos e poucos votos.
Foi cada cavadela, cada minhoca. Infelizmente.
Bem, resta-me uma consolação: sempre vou jantar de borla.
Agora é tempo de ir dormir. Amanhã faremos a leitura destes resultados. Um abraço a todos os que passaram por aqui. Voltem sempre.
FIM DE EMISSÃO
Resultados finais - Assembleia Municipal
PPD/PSD.CDS-PP.PPM - 40,93% - 40.105 votos - 27 mandatos
PCP-PEV - 7,69% - 7.530 votos - 5 mandatos
B.E. - 5,71% - 5.598 votos - 3 mandatos
MPT - 0,91% - 890 votos
EM BRANCO 1.66% 1.624 votos
NULOS 0.87% 856 votos
Resultados finais - Câmara
PPD/PSD.CDS-PP.PPM - 41,99% - 41.142 votos - 5 mandatos
PCP-PEV - 6,34% - 6.212 votos
B.E. - 4,02% - 3.935 votos
MPT - 0,72% - 704 votos
EM BRANCO 1.36% 1.337 votos
NULOS 0.86% 839 votos
Derrota histórica do PSD no distrito de Braga
Perdeu Barcelos.
Perdeu Vieria do Minho (por vinte e seis votos, mas perdeu).
Perdeu Terras de Bouro.
É uma derrocada distrital para o PSD.
domingo, 11 de outubro de 2009
Últimas de Braga - Ricardo Rio não vai exercer o lugar de vereador?
Até ver, espero que seja só um boato. mas era irónico: tantas vezes os laranjinhas perguntaram ao Mesquita se, caso perdesse, aceitava o lugar de vereador na oposição e agora levavam com uma coisa destas? É a vida.
Adenda: coloquei um ponto de interrogação no título do post. É que me custa a acreditar...
Serviço público de blogosfera
Adenda: O Fontes do Ídolo também esteve muito bem. Aqui na Rua do Souto a cobertura foi mais modesta, sou o único que não está nas sedes de campanha - ou do MPT, ou da Coligação. Mas, por outro lado, estou em Luanda e sem televisão, o que não facilita o serviço. :)
Braga 2013
Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes - informação não oficial
Segunda boa notícia da noite
PPD/PSD.CDS-PP.PPM - 45,01% - 3.465 votos - 7 (mandatos)
PS - 37,96% - 2.922 votos - 5
PCP-PEV - 7,18% - 553 votos - 1
B.E. - 6,3% - 485 votos - 0
EM BRANCO - 2.33% - 179 votos
NULOS - 1.22% - 94 votos
Primeira boa notícia da noite
PS - 24,69% - 2.982 votos - 5 mandatos;
B.E. - 10,61% - 1.281 votos - 2 mandatos;
PCP-PEV - 7,5% - 906 votos - 1 mandato;
EM BRANCO 2.49% 301 votos;
NULOS 1.14% 138 votos;
Parabéns ao Presidente Firmino Marques e a toda a sua equipa. Um resultado esmagador para um grande autarca.
Mesquita vai à frente, mas falta a cidade e o anel suburbano
Mesquita eleito vereador
Para memória futura
Dedicado aos que diziam que o Miguel Brito não ia ter nem 100 votos
SIC confirma indicação da TVI
TVI dá vitória a Mesquita
Especial autárquicas 2009
Não perca, ao longo do dia e, em especial, a partir das 19h, "Prognósticos só no fim do jogo - Especial Autárquicas 2009". Aqui, no coração da cidade.
Votos para o dia de hoje
sábado, 10 de outubro de 2009
Saint-Exupéry
"Abastecem-se então de extensão e voltam para casa com a felicidade lá encontrada. E a casa transforma-se, por existir lá longe a planície do nascer-do-sol e o mar. Porque tudo dá para alguma coisa mais vasta do que a gente. Tudo se torna caminho, estrada e janela que dá para coisa diferente de nós."
in Cidadela, XVIII
Saint-Exupéry II
"- É de vocês que depende a cidade futura. Não o significado espiritual, mas sim o rosto que ela há-de exibir e há-de constituir a expressão dela. Estou plenamente de acordo convosco: trata-se de que os homens fiquem bem instalados. Eles que disponham das comodidades da cidade em vez de desperdiçarem os esforços em complicações vãs e em despesas estéreis. Mas eu sempre aprendi a distinguir o importante do urgente. Porque é realmente urgente que o homem coma, já que, se não se alimenta, deixa de haver homem e de se pôr o problema. Mas o amor e o sentido da vida e o gosto de Deus são mais importantes. E eu não quero saber de uma espécie que engorde. A questão que eu ponho a mim próprio não é saber se um homem será ou não feliz e estará ou não bem alojado e próspero. Eu pergunto em primeiro lugar a mim próprio que homem será próspero, alojado e feliz. Aos meus lojistas ricaços, que a segurança incha, eu prefiro o nómada que eternamente se desvanece e persegue o vento. Cada dia se torna mais belo por servir um senhor tão vasto. Se, obrigado a escolher, eu soubesse que Deus recusa ao primeiro a sua grandeza e só ao segundo a concede, eu faria o meu povo desaparecer no deserto. Gosto de que o homem dê a sua luz. Não quero é saber da vela gordurosa. Só pela chama meço a qualidade dela."
in Cidadela, XVIII
Eles são nossos irmãos!
Explica Dom Giovanni Innocenzo Martinelli, O.F.M.
Por Chiara Santomiero
CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 9 de outubro de 2009 (ZENIT.org).- Um bispo que participa do Sínodo da África denunciou que a Europa não trata os imigrantes de maneira cristã, particularmente os clandestinos.
Dom Giovanni Innocenzo Martinelli, O.F.M., vigário apostólico de Trípoli, ilustrou o drama de tantos homens e mulheres que chegam à Líbia fugindo da guerra e da miséria de muitos países africanos, buscando de qualquer forma atravessar o mar para alcançar as costas do antigo continente.
Na pausa do almoço desta sexta-feira, Dom Martinelli explicou aos jornalistas, entre os quais a Zenit estava presente, que sua Igreja está composta por estrangeiros: "Muitos são trabalhadores procedentes da Ásia, filipinos em sua maioria, funcionários de multinacionais. Junto a eles, outros são africanos de diferentes Estados, sobretudo subsaarianos".
A maioria destes últimos vê na Líbia a ponte rumo às costas italianas.
No país, existem cerca de 8 mil eritreus, que "não podem voltar à sua terra, pois suas aldeias foram destruídas pela guerra, e estão determinados a ficar ou atravessar o mar, ainda que isso lhes custe a vida".
Em meio ao debate que se dá neste momento na Europa sobre a imigração clandestina, o prelado reconhece que "não é um fenômeno positivo"; porém, "a forma como a Europa se comporta com as pessoas afetadas por este fenômeno não é civilizada nem cristã. Eles são nossos irmãos!".
Os que são expulsos das costas italianas e do Mediterrâneo são presos em centros de imigrantes ou em cárceres, no caso de serem acusados de ter feito algo contra a lei.
Os representantes da Igreja Católica na Líbia, que no sínodo foram felicitados pelo cardeal Renato Raffaele Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, pelo compromisso na acolhida de migrantes, visitam constantemente esses centros e as prisões.
Além de Dom Martinelli, em Trípoli existem 6 sacerdotes e cerca de 30 religiosas que trabalham nos centros sociais; um sacerdote desenvolve seu ministério no Saara há mais de 20 anos; e outro bispo desempenha seu ministério em Bengasi, Dom Sylvester Carmel Magro, O.F.M.
"As autoridades da Líbia não nos negam as autorizações e os responsáveis dos centros nos pedem ajuda quanto têm necessidade de remédios. Os diretores das prisões também demonstram sensibilidade humanitária e não fecham os olhos diante de situações de necessidade", reconhece.
"A Líbia faz o que pode com os imigrantes; pelo menos lhes dá de comer e não nos impede de visitá-los. Trata-se de um problema que supera suas forças", mas isso exige da Europa que ajude seu país a enfrentar a emergência. "Não basta expulsar as pessoas!"
"A Europa deveria ajudar estas pessoas em seus países de origem, por exemplo, na Nigéria ou no Congo, prestando atenção à forma como as ajudas são distribuídas."
O bispo mostra uma compaixão particular pelas mulheres, "trazidas com a promessa de um trabalho bem pago, obrigadas depois a se prostituírem ou a se tornarem escravas. Outras, sobretudo da Eritreia, perderam o marido, pois ele fugiu ou está preso, e chegam grávidas ou com filhos pequenos, decididas a encontrar uma possibilidade de trabalho".
O prelado explica que centenas destas mulheres se reúnem às sextas-feiras, na igreja de Trípoli, para receber um pacote com alimento e roupa para os filhos.
Às sextas-feiras, dia de festa na Líbia, celebra-se também a Missa, da qual os cristãos podem participar.
"Quando vejo toda essa gente que reza com fervor - confessa Dom Martinelli aos jornalistas -, fico arrepiado. É impressionante a sua valentia para agarrar-se à fé e encontrar uma esperança."
"Os europeus - conclui Martinelli - têm medo destas pessoas desesperadas, mas se trata de um medo em boa parte injustificado. Se os víssemos como cristãos, descobriríamos com que intensidade vivem sua fé. De fato, não são mais do que seres humanos em busca de um trabalho para fugir da miséria do seu país."