"Portanto, mandei vir os arquitectos e disse-lhes:
"- É de vocês que depende a cidade futura. Não o significado espiritual, mas sim o rosto que ela há-de exibir e há-de constituir a expressão dela. Estou plenamente de acordo convosco: trata-se de que os homens fiquem bem instalados. Eles que disponham das comodidades da cidade em vez de desperdiçarem os esforços em complicações vãs e em despesas estéreis. Mas eu sempre aprendi a distinguir o importante do urgente. Porque é realmente urgente que o homem coma, já que, se não se alimenta, deixa de haver homem e de se pôr o problema. Mas o amor e o sentido da vida e o gosto de Deus são mais importantes. E eu não quero saber de uma espécie que engorde. A questão que eu ponho a mim próprio não é saber se um homem será ou não feliz e estará ou não bem alojado e próspero. Eu pergunto em primeiro lugar a mim próprio que homem será próspero, alojado e feliz. Aos meus lojistas ricaços, que a segurança incha, eu prefiro o nómada que eternamente se desvanece e persegue o vento. Cada dia se torna mais belo por servir um senhor tão vasto. Se, obrigado a escolher, eu soubesse que Deus recusa ao primeiro a sua grandeza e só ao segundo a concede, eu faria o meu povo desaparecer no deserto. Gosto de que o homem dê a sua luz. Não quero é saber da vela gordurosa. Só pela chama meço a qualidade dela."
in Cidadela, XVIII
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