quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Bispo satisfeito com restrições à destruição de embriões

D. Manuel Clemente fala sobre a proibição de patentear a investigação com células estaminais que implique a destruição de embriões

O bispo do Porto congratula-se com a decisão judicial que proíbe o registo para fins comerciais da investigação com células estaminais que implique a destruição de embriões, afirmando que «o processo vital, desde o embrião até à morte, é unitário».

Manuel Clemente, que falava aos jornalistas, no Porto, à margem de um debate sobre ciência, afirmou ficar «satisfeito com a decisão do Tribunal» de Justiça da União Europeia, que proibiu na terça-feira patentear a investigação com células estaminais que implique a destruição de embriões, informa a agência Lusa.

«A protecção da vida é um fenómeno global», disse o prelado, que acrescentou: «Ainda bem que houve esta cautela por parte do tribunal. O processo vital desde o embrião à morte natural é um e, sem barreiras, desenvolve-se naturalmente. Cortá-lo e logo ao princípio não era bom pronuncio».

«A vida é um processo unitário que se vai desenvolvendo, quer na fase uterina quer extrauterina até que a morte chegue», sublinhou, lembrando que são «os próprios cientistas que o dizem».

A decisão do Tribunal surgiu na sequência da resolução de um litígio que envolvia a patente de uma investigação que está a ser desenvolvida pelo cientista alemão Oliver Brüstle, que conseguiu transformar células embrionárias em células neurais.

O Tribunal decidiu que não se pode patentear um procedimento que implique a extracção de células mãe obtidas a partir de um embrião humano no estádio de blastocisto quatro ou cinco dias depois da fecundação e que «implique a destruição de um embrião».

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