O CDS-PP considerou hoje o programa eleitoral do PS omisso em relação às questões essenciais, como as contas públicas, e uma negação da realidade do país e dos problemas que terão de ser resolvidos nos próximos quatro anos.
“O programa parece bastante omisso em relação a questões prévias essenciais, como é o caso da dimensão da dívida e da despesa pública - que são perfeitamente incomportáveis – e sobre as quais muito pouco é dito”, disse à agência Lusa a deputada centrista Cecília Meireles.
Numa primeira análise, a deputada considerou também o programa socialista omisso em relação “à questão essencial a resolver nos próximos quatro anos”, o crescimento económico e o emprego.
“Sobre isso, também muito pouco é dito”, afirmou Cecília Meireles, defendendo que o programa dos socialistas parece ter sido elaborado há dois anos: “Lendo com mais atenção algumas partes, ficamos a perceber porquê: há uma absoluta negação da realidade e daquilo que está a passar-se em Portugal”.
Como exemplo, cita os números da polémica. “Quando se fala num défice de 6,8 por cento em 2010, isto claramente é negar, não só que o INE e o Eurostat já disseram que na realidade o défice foi de 9,1 por cento, como é também fingir que não houve BPN e BPP, que não há problemas nas empresas públicas, em particular nas de transportes, é fingir que não há scuts”.
A deputada frisou ainda: “Quando fingimos que não há problemas, é impossível chegar a soluções”.
Esta é a principal crítica do CDS ao programa do PS, apresentado na quarta-feira ao final do dia, embora haja outras questões que suscitam dúvidas aos centristas, como a alta velocidade e o novo aeroporto.
“Sobre isso, não achei esclarecedor, não consegui perceber se vai avançar o TGV imediatamente ou não. Fiquei com a sensação que sim, mas não é completamente esclarecedor”, disse Cecília Meireles.
A deputada insistiu que o que se espera dos partidos que concorrem às eleições de 05 de junho é que esclareçam os eleitores sobre questões importantes, elegendo esta como uma delas.
Em relação às promessas feitas pelo PS na área da saúde, nomeadamente na política do medicamento, e na da Justiça, o CDS-PP também duvida que sejam para concretizar, por entender que os socialistas não têm manifestado interesse em adotar medidas de racionalização e organização.
O secretário-geral do PS, José Sócrates, definiu sete “desafios estratégicos”, que passam pela educação, energias renováveis e equipamentos sociais e de saúde, elegendo a justiça e reforma do sistema público como “questões chave” para uma “ação imediata”. (...)
por Agência Lusa,
Publicado no "i" em 28 de Abril de 2011
6 comentários:
E o do CDS-PP contempla essas "questões essenciais" ou ainda nem sequer há esboço?
Marta,
apresentar um programa de governo, quando temos a Troika do BCE/CE/FMI a analisar quais serão as condições que serão impostas para recorrer à ajuda externa, é a mesma coisa que dar um chupa a um menino para ser simpático aos olhos dos pais e, mal estes viram costas, voltar a tirar-lhe o chupa.
Mais tarde ou mais cedo, os pais apercebem-se.
Já agora, Marta, nas palavras de JS "A justiça, a integração nos jovens na vida activa, a reabilitação urbana e a reforma do Estado..."????
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
"Muito rápidos a destruir e muito lentos a construir..." A direita cada vez mais igual a si mesma. :)
Claro.
A direita haveria de ser igual a quê?
Acho que o PS é que vai tentando cada vez mais aproximar-se da direita. Mas enfim...
E, para memória futura, o que é mesmo muito mau, tem que ser destruído muito rápido. Não vá ficar putrefacto e começar a cheirar mal.
;)
Então o que o Sócrates faz "é mesmo muito mau"... e está a tentar "aproximar-se da direita"? :)
É que vocês nem precisam que vos insultem...fazem isso muito bem sozinhos.
Pelo contrário. Muita antes pelo contrário,
Está a tentar aprender a fazer alguma coisa bem. Mas não é para todos.
:)))
E não me parece que nos estejamos a insultar. Acho eu...
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