Tudo indica que os resultados penalizem bastante o partido no poder e levem a um Governo de coligação entre os principais partidos da oposição.
Hoje, é dia de eleições legislativas antecipadas na Irlanda, um sufrágio provocado pela queda do Governo, que não resistiu às críticas que surgiram dentro do próprio partido sobre o impacto do plano de austeridade imposto ao país.
Os analistas prevêem que destas eleições saia uma coligação entre os dois principais partidos da oposição: o partido Trabalhista e o Fine Gael, que subiu muito nas últimas sondagens.
Pelo contrário, o Fianna Fail, que governa o país há 14 anos, deverá sair castigado, tornando o primeiro-ministro Brian Cowen a primeira vítima da crise da dívida na Europa (recorde-se que a Irlanda foi o segundo país a pedir ajuda ao fundo de apoio da União Europeia/FMI).
As assembleias de voto abriram às 7h00 e esperam os cerca de 3,1 milhões de eleitores.
Estas legislativas assumem, assim, também o papel de um referendo sobre o plano de salvamento internacional do país, assinado em Novembro com a União Europeia e o FMI, num montante de 85 mil milhões de euros.
Brian Cowen aceitou o programa com relutância, empurrado por um défice público astronómico (32% do Produto Interno Bruto em 2010).
Na imprensa desta manhã, o “Irish Daily Star” não poupa no título: “O vosso dia de vingança” enche, com letras vermelhas, a primeira página. “É tempo de dar a estes políticos incompetentes, que arruinaram o nosso país, um bom pontapé”, acrescenta.
O “Irish Sun” também não poupa palavras: “Chegou o tempo de se desembaraçar daqueles que levaram o país à falência”.
Os resultados das eleições só deverão ser conhecidos no final do dia de sábado ou no domingo. A composição do Governo apenas na semana seguinte.
O Governo eleito terá de começar a preparar o próximo orçamento e a reforma dos serviços públicos, matéria em que o Fine Gael é mais radical do que os trabalhistas.
Terão também de concordar num pacote de austeridade, que o Fine Gael quer baseado em dois terços de cortes na despesa e um terço no aumento de impostos, enquanto os trabalhistas querem um equilíbrio entre cortes e impostos.
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