terça-feira, 17 de novembro de 2009

"Obviamente, publique-se"

"O presidente do Supremo Tribunal anulou e mandou destruir as escutas entre Sócrates e Vara. Infelizmente, Noronha Nascimento não anulou nem destruiu as dúvidas do país sobre o conteúdo dessas escutas.


"O problema, longe de ser legal, é agora político: pode um primeiro-ministro sobreviver ao clima de desconfiança que paira sobre ele? Um clima onde ‘tráfico de influências’ e ‘conspiração contra o Estado de Direito’ fazem parte da suspeição? A pergunta responde-se a ela própria: se Sócrates não esclarece coisa alguma; e se o Presidente junto do PGR, não parece interessado em avaliar a insanidade do regime, pondero seriamente se os jornalistas não deviam fazer serviço público e, caso as tivessem, que publicassem as conversas em falta. Seria um crime? Ainda que fosse, a história ensina que há crimes necessários para evitar crimes maiores."


João Pereira Coutinho, Colunista
(in Correio da Manhã, 15.11.2009)

2 comentários:

Paulo Novais disse...

Não Nuno. Que ideia!

Se realmente houvesse um pingo de honestidade nestas pessoas, deveriam ser as primeiras a permitir a divulgação publica das escutas.
Afinal, começando por um curso que não se sabe se tem, uns projectos feitos por outros e assinados sem o poder fazer, umas possíveis luvas e tráfico de influências no Freepport e agora mais esta das sucatas...

Sinceramente! Quem não deve não teme.

E o primeiro-ministro deve, e repito, deve obrigação aos portugueses de esclarecer, ou contribuir para o fazer, de todas as duvidas, infundadas ou não, sobre a sua honorabilidade.

Ele é um cidadão como qualquer outro. Tem direitos como todos os cidadãos. A diferença é, estando e ocupando o lugar que ocupa, as obrigações sobrepõem-se de muitas formas aos seus direitos.
E qualquer pessoa num cargo destes o sabe.
Portanto só tem duas coisas a fazer. Ou, de uma vez por todas esclarece para lá de qualquer duvida, todas as questões em que se tem visto envolvido, ou assume que os seus direitos são superiores aos seus deveres e DEMITE-SE.
E então passa a ser tratado como qualquer outro cidadão (mas daqueles com muitos conhecimentos e influências).

Mas para isso é preciso ter, eu diria, "cojones".

Nuno disse...

Paulo,

que tal aproveitarmos a vinda do Rui à terra, para reunirmos a malta deste blog à volta duns canecos e fazermos um ponto de situação deste anarco-blog?