sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Deus é um filho...





Mais do que uma opinião, mais do que uma aversão, mais do que ateísmo, toda esta encenação é um excelente golpe publicitário. Saramago não engana apesar dos seus 86 anos. Aqui fica também a minha contribuição.

No entanto, ocorre-me dizer «se o homem foi criado à imagem de Deus, então Saramago também é um filho...».

Até já camarada!

Fonte: Correio da Manhã

5 comentários:

Nuno disse...

Saramago faz releitura banal da Bíblia

Tolentino Mendonça considera que último livro do Nobel português é uma «desilusão»

O director do Secretariado Nacional da Pastoral Cultura manifestou a sua “desilusão” com a obra «Caim», novo livro de José Saramago.

Em entrevista à Agência Ecclesia, o P. José Tolentino Mendonça considera que o Nobel da Literatura fez uma releitura “banal” do texto bíblico, longe das “páginas magistrais” de John Steinbeck em «A Leste do Paraíso» ou da interpretação do filósofo Paul Ricoeur da fraternidade como “decisão ética”.

A obra ficou envolta em polémica quando o autor, a propósito da apresentação mundial do livro, afirmou que "a Bíblia é um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana".

“A perplexidade trazida pelas afirmações de José Saramago é, no fundo, como é que um grande criador, um grande cultor da língua, pode, em relação a um superclássico da literatura mundial – património de cultura diferentes, fonte de inspiração para tanta literatura – pode dizer da Bíblia, com o simplismo e o olhar com que o fez, as coisas que Saramago tem dito”, atira o director do Secretariado Nacional da Pastoral Cultura.

Tolentino Mendonça lamenta que, em «Caim», José Saramago escreva que a Bíblia é “o livro dos disparates”.

“É uma redução inaceitável, não só do ponto de vista da fé, mas do ponto de vista da cultura”, defende.

O professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica lembra que Saramago é um leitor que “revisita permanentemente a Bíblia”, seja em citações, seja nas suas personagens, mas o resultado desse esforço na sua última obra é, para o sacerdote madeirense, “absolutamente uma desilusão”.

“Esperar-se-ia muito mais da revisitação que um grande escritor pode fazer do texto bíblico”, indica, considerando que o livro de Saramago é, “em grande medida, um texto banal”.

A Bíblia está aberta a várias leituras, crentes e não crentes, mas nem todas são válidas. O exegeta e poeta manifesta “perplexidade” por Saramago não tomar em consideração a necessidade de uma “interpretação” do texto, tomando-o à letra, “no seu absurdo”.

“O que impressiona neste opção é ele (Saramago, ndr) recusar que aquele texto precisa de uma interpretação, de uma leitura simbólica”, declara.

José Tolentino Mendonça realça que a Bíblia “é um livro de fé, que é lido a partir dessa perspectiva por milhões de pessoas, e ao mesmo tempo um livro de literatura, um superclássico”.

Nesse sentido, é necessária “uma compreensão da Bíblia enquanto texto literário para verdadeiramente chegar ao seu sentido”, é preciso “ir à terra do poeta”, como se referia no Vaticano II, perceber que há “um sentido segundo, terceiro, que não se pode ler de forma literal e unívoca, que os géneros literários são para respeitar”.

O sacerdote considera ainda que as declarações de José Saramago sobre Deus e a Bíblia estão muito marcadas pela ideologia do escritor, mais do que por uma tentativa de “recriação profunda das temáticas abordadas nos textos bíblicos”.

Paulo Novais disse...

Não sou apreciador de Saramago; aliás nunca fui.
Nem tão pouco alinho nas simpatias politicas do escritor.

Mas nada disso é importante para a revolta que senti ao ler as apreciações que faz de um documento que é lido e cujos princípios, mais ou menos, são seguidos por milhões, talvez mesmo biliões de pessoas em todo o mundo.
E pelas apreciações que faz de Deus, baseados em histórias relatadas na bíblia, muitas delas com sentido figurado e em que o importante não é a história ou mesmo os factos, mas sim a moral e as conclusões.

Podia ter mostrado a suas posições, mas respeitando aquele que é o maior "best-seller" de todos os tempos, várias religiões e o Deus de muitos cristãos.
Respeito que tenha as suas opiniões, aliás isso é democracia, mas não posso de forma alguma concordar que o escritor, para exercer o seu direito de liberdade, atropele, insulte e viole a liberdade de tantos milhões.

E muito menos que use semelhante terminologia para classificar Deus.

Tudo, acho eu, não passou de um golpe vil, com fins publicitários, para promover a obra e, encher os bolsos do escritor, com o que será, muito provavelmente a sua ultima obra.

Tenho pena, muita pena. Mas fiquei esclarecido de vez.

moreira disse...

Se Deus é tão cruel, com diz o 'iluminado', como é que lhe permite fazer tais afirmações?!!!

Paulo Novais disse...

Olá Moreira.
Bem. Acho que se deve ao facto de Deus não ser critico literário... se calhar.
Sei lá.

Rui Moreira disse...

eu espero para ler.